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COOPERATIVISMO DE CRÉDITO E SUA IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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Por:   •  5/12/2014  •  6.413 Palavras (26 Páginas)  •  430 Visualizações

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COOPERATIVISMO DE CRÉDITO E SUA IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Antônio Bragagnolo Júnior

Pedro Luís Büttenbender

RESUMO

O presente artigo procura trazer informações acerca da importância do Cooperativismo no desenvolvimento regional, com ênfase no cooperativismo de crédito. O estudo foi realizado a partir da experiência da Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Altos da Serra RS, que possui como área de atuação a região dos Altos da Serra, compreendendo quarenta e quatro municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Baseado em uma pesquisa bibliográfica e documental, registros e observação direta e pesquisa participante, buscando identificar a importância da cooperativa de crédito e suas influências positivas no desenvolvimento da região onde atua além de observar a influência do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional, evidenciando a contribuição para o desenvolvimento, bem como o impacto social e econômico nas comunidades onde se consegue a atuação efetiva, enfatizando a melhoria da qualidade de vida dos associados.

Palavras-chave: Cooperativismo. Desenvolvimento Regional. Impacto Social. Importância. Influência. Qualidade de vida.

1 Introdução

O cooperativismo desde seu princípio procurou oferecer uma condição melhor para seus cooperados, através da prestação de serviços a um custo mais baixo e possibilitando o acesso aos meios de produção, crédito, trabalho, etc. para todas as classes, principalmente de pequena e média renda. Desde o início do cooperativismo de crédito no Rio Grande do Sul, capitaneado pelo Padre Theodor Amstad em 1902, o pressuposto era de que fosse formada uma poupança das comunidades imigrantes e colocá-la a serviço do seu próprio desenvolvimento. Assim, os recursos disponíveis eram realocados às pessoas que necessitassem, sendo a cooperativa de crédito uma intermediária dessas negociações. Então, a Linha Imperial, localizada no município de Nova Petrópolis, foi sede da primeira cooperativa de crédito no Brasil, sendo que continua até hoje, como Sicredi Pioneira, com atuação em 19 municípios da serra gaúcha. O cooperativismo de crédito brasileiro tem o seu berço no estado do Rio Grande do Sul por influência européia e, possivelmente, em virtude do princípio da ajuda mútua que a Igreja pregava, e ainda prega, para a busca de melhores condições de vida. Após muitos sobressaltos, acabou por se confirmar como alternativa para os graves problemas econômicos da época, o que também é válido para os dias de hoje.

As cooperativas de crédito têm fundamental importância dentro do contexto do cooperativismo por se tratar de instituições financeiras que visam, através da reunião dos recursos financeiros de seus associados, facilitar o acesso ao crédito àqueles que têm necessidade objetivando preservar os interesses de toda a sociedade. As cooperativas de crédito são eficazes na democratização do crédito e para desconcentração da renda. Além disso, elas possibilitam a segmentos da sociedade organizada busca por soluções para seus problemas de acesso ao crédito e aos serviços bancários de forma autônoma e independente.

O sistema cooperativo é conhecido como o mais adequado, participativo, justo, democrático e indicado para atender às necessidades e aos interesses específicos dos trabalhadores. É o sistema que propicia o desenvolvimento integral do indivíduo por meio do coletivo.

A instituição cooperativa certamente não é algo novo, mas também é verdade que hoje essa forma de organização do trabalho, da produção, da comercialização, do crédito, do consumo e da prestação de serviços ganha nova vitalidade. Em meio a um mercado cada vez mais desequilibrado e concentrado, a perspectiva de agregação de recursos via cooperação e gestão compartilhada apresenta-se como uma resposta crescente de trabalhadores, empreendedores, poupadores e consumidores, o que propicia condições para ocorrer o desenvolvimento regional. Mesmo assim, em que pese a sua crescente importância, a realidade cooperativa ainda é pouco conhecida. A grande variedade do universo cooperativo carece de uma maior visibilidade pública sobre sua função social, visto aos princípios cooperativos de associação voluntária e aberta, controle democrático pelo cooperado, participação econômica do associado, autonomia e independência, educação, capacitação e informação, cooperação entre as cooperativas, e interesse pela comunidade. Assim, a responsabilidade social no caso das cooperativas não é algo suplementar como para as empresas, mas sim a sua própria razão de ser. As cooperativas de crédito são eficazes na democratização do crédito e para desconcentração da renda. Além disso, elas possibilitam a segmentos da sociedade organizada buscar soluções para seus problemas de acesso ao crédito e aos serviços bancários de forma autônoma e independente.

A qualidade da resposta representada pela cooperativa está exatamente naquilo que ela se diferencia das empresas ou sociedades comerciais tradicionais. Na cooperativa, os benefícios da atividade econômica devem ser descentralizados em favor dos associados. Por serem eles os próprios financiadores, administradores e controladores do empreendimento cooperativo, abre-se a possibilidade de combinar o desenvolvimento coletivo e individual, algo dissociado no caso das relações entre empregador e empregado. Diferentemente de outras instituições, onde o desenvolvimento coletivo não é revertido em benefícios crescentes para cada um, mas sim em favor do dono do negócio ou de seus acionistas, na forma de dividendos. Além de serem os responsáveis diretos pela cooperativa, cada associado têm igual direito à participação na gestão independente do capital investido no empreendimento, diferentemente do que ocorre no caso das sociedades por ações. A cooperativa possui, portanto, a singularidade de promover uma forma de cidadania econômica ao permitir que os trabalhadores associados possam prover a si próprios dos mecanismos de produção e distribuição da riqueza, que de outro modo permanecem concentrados em poucas mãos.

Segundo levantamento feito pelo Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU) aponta o crescimento de 0,3% na participação dos cooperados perante a população economicamente ativa no ano de 2004 a 2008, o que ainda é muito pequeno, levando em consideração a importância desse sistema.

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