Estudo De Casa

A Superfood é uma empresa que atua no ramo de atacado e varejo de alimentos. Além de operar seus próprios supermercados, que representam 40% de sua rede, franqueia os restantes 60%, compostos por outras lojas que lhe compram os produtos diretamente.

Ela dispõe de um único software para suas próprias lojas e seus franqueados. Cada vez que um produto é comprado numa loja, a tecnologia do código de barra permite a captura de informações que alimentam os sistemas de análise das vendas, administração de estoques e reposição de produtos diretamente dos armazéns da Superfood.

Apesar de muito avançado, tal sistema é muito propenso a erros, e o desenvolvimento do software é lento. Para cuidar desses problemas, o diretor de informática da empresa contratou Alice Silveira, especialista em desenvolvimento de software.

Alice passou dois meses fazendo o levantamento da situação e concluiu que o pessoal de sistemas não tinha qualquer preocupação com a garantia da qualidade de seus projetos. Para melhorar a qualidade dos programas, ela, além de discutir idéias para o aprimoramento do sistema existente, enfatizou os seguintes conceitos:

a. Revisão da análise. Esta é uma avaliação feita por colegas, que criticam a metodologia global proposta pelos analistas. A metodologia é refeita e criticada sucessivamente, até os avaliadores ficarem satisfeitos e darem o sinal verde.

b. Revisão dos programas. O processo é semelhante à revisão do projeto. Depois do sinal verde, os programadores desenvolvem os programas detalhados e os apresentam aos colegas especialistas para crítica e revisão.

c. Inspeção de linguagem. O estágio final proposto por Alice consiste de uma inspeção feita por outro especialista, que estuda linha por linha do programa para verificar se o mesmo está com todos os "pingos nos is".

Entretanto, a equipe de programadores da Superfood reagiu violentamente contra as idéias de Alice. Eles praticamente se rebelaram, dizendo que tudo aquilo era uma complicação que só iria diminuir sua produtividade. Numa reunião com os programadores, Alice explicou que implantaria sua proposta de qualquer maneira. A equipe resmungou, mas ninguém se opôs diretamente.

Seis meses depois, os programas continuavam atrasados e ainda havia erros. Ela, então, descobriu que toda a equipe estava ignorando suas instruções. Em encontros individuais, todos disseram praticamente a mesma coisa, sempre de forma educada: eles estavam muito ocupados para perder tempo com aquilo. Eles poderiam até fazer o que ela propunha, se tivessem mais tempo.

Em outra reunião, Alice avisou que sabia do descumprimento de suas diretrizes e iria levar aquilo a sério, esperando a colaboração da equipe. No dia seguinte, um grupo dos programadores mais antigos foi queixar-se ao diretor de informática dizendo que Alice estava apenas conseguindo piorar a situação.

O diretor perguntou a Alice qual a causa de tanta resistência, especialmente porque as idéias que ela tentava implantar lhe pareciam boas. Ele reafirmou sua disposição para aprimorar os sistemas de informação, mas não ao custo de um sério problema com a equipe e lhe pediu que apresentasse provas apoiando suas idéias, para que ele pudesse tomar uma decisão. Ele não conhecia bem os conceitos, mas se ela o convencesse, teria seu total apoio para colocá-los em