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NARRATIVAS ORAIS NO RÁDIO

Por:   •  4/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  6.066 Palavras (25 Páginas)  •  327 Visualizações

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As narrativas orais na reconstituição da memória radiofônica: um estudo de caso

Adriano Lopes Gomes

Índice

  1. História e memória: o rádio em sintonia com o mundo        3
  2. Acontecimento e memória        . . . . . . . . . . . . . . .        8
  3. Na esfera da revelação dos sentidos: o narrador e a ex-

        periência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .        9

  1. Suporte teórico-metodológico . . . . . . . . . . . . . .        10
  2. Reconstruindo o passado: análise dos dados . . . . . .        13
  1. Inauguração e Equipe de Profissionais        . . . . . . . .        13
  2. Programas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .        15
  3. Radionovelas        . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .        18
  4. Informativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .        20
  1. Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . .        20
  2. Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . .        21

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Professor do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pósgraduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil).

Resumo

Este trabalho relata um estudo de caso sobre a primeira emissora de rádio do Rio Grande do Norte - a Poti - utilizando-se as narrativas orais como processo de reconstrução da memória radiofônica. Para tanto, delitimou-se um marco temporal compreendido entre 1941 e 1955, que coincide com a inauguração e a chamada “era de ouro do rádio”, na cidade do Natal - RN. O método da história oral é aqui adotado para recompor o cenário da Rádio Poti, por meio de entrevistas feitas com oito informantes. A pesquisa chegou à conclusão com dados relevantes para se conhecer e preservar a memória do rádio potiguar.

Palavras chaves: Rádio, História, Memória.

Abstract

This work makes a case study about the first radio station founded at Rio Grande do Norte – the Poti radio station – using the oral narratives as process of reconstruction of the radiophonic memory. For that, it was established a period of time between 1941 and 1955 which happened the coincided with the beginning and the so called "gold era of the radio”, in the city of Natal-RN. The method of oral history is here used to reconstruct Poti’s radio station scene, by means of interviews eight people. The research concluded with relevant elements for the reorganize and preservation of the memory of the potiguar radiophony.

Key-words: Radio, History, Memory.

Introdução

Este artigo faz uma abordagem das práticas de oralidade no contexto social adotando as narrativas produzidas por sujeitos informantes como procedimento de pesquisa a partir das quais procurouse reconstituir a memória radiofônica. Para tanto, desenvolvemos um estudo de caso com a Rádio Poti, primeira emissora da cidade do Natal, localizada geograficamente no Nordeste do Brasil, estabelecendo o recorte temporal que vai desde a sua fundação até o fim da chamada “era de ouro do Rádio”. É resultado da pesquisa Mídia e memória: uma análise dos documentos sonoros das emissoras de rádio da cidade do Natal-RN (1941-1955), realizada no período de 2003 a 2005. A princípio, ficou inviável obedecer ao desenho da pesquisa, que apontava para a recuperação e análise do acervo fonográfico da Rádio Poti, constatando-se a inexistência de arquivo dos documentos sonoros, sobretudo no período delimitado pelo corpus da investigação. Decorreu daí a opção de adotar o método da História Oral e a técnica da entrevista compreensiva, recorrendo a fontes orais primárias e secundárias, para gravar depoimentos em fitas de áudio que seriam necessários ao posterior cruzamento e análise dos dados.

  1. História e memória: o rádio em sintonia com o mundo

A memória é atributo das funções cognitivas, em arquétipos constituídos a partir das sociedades ágrafas ou com predomínio da oralidade, que se utilizavam da capacidade mnemônica para armazenar e transmitir informações através da expressão oral. Com o advento da imprensa (séc. XV), a memória passa por alterações significativas pois vai encontrar outro suporte para deixar marcadas as lembranças, acontecimentos, narrativas cotidianas e até mesmo imagens. A nova realidade do registro escrito, em caráter de produção sistemática e de grande escala, vai promover modificações na comunicação entre os sujeitos cuja situação de contexto sociohistórico passa a exigir competências na dimensão do saber ler e escrever. Tais competências seriam necessárias ao arquivamento das manifestações factuais e culturais, excedendo os limites que a memória impõe, muitas vezes escapando os episódios relevantes em razão do ângulo a que se lança sob determinado evento social.

Com o passar do tempo, foi possível reproduzir livros em larga escala, guardar documentos escritos, arquivar peças de jornais periódicos, assim constituindo novas formas de se entender a memória cultural. No início do século XX, os primeiros experimentos radiofônicos, por extensão das experiências com o telégrafo sem fio, vão alterar o processo de interação social: a oralidade, antes circunscrita às relações interpessoais, agora será possível com a transmissão a longa distância, em situação midiática, para recepções horizontais e em um só tempo. O rádio chega ao Brasil em setembro de 1922, mas ganha desenvolvimento a partir do ano seguinte com a inauguração da Rádio Sociedade do Rio do Janeiro, por iniciativa pioneira de Roquette Pinto.

No início dos anos 1950, com os estudos avançados do magnetismo e das inovações tecnológicas, já é possível gravar e arquivar a voz humana em suportes de acetato, discos de vinil e fitas magnéticas no sistema analógico. Todo esse aparato técnico foi de extrema importância para a preservação de depoimentos, músicas, notícias, vinhetas e publicidades, pelo que designamos de “Memória Eletrônica”. Concordamos com Meditsch (1997) quando afirma:

No plano da linguagem, estas formas de registro mecânico (depois aperfeiçoadas pela eletrônica) permitiram conservar e reproduzir em qualquer tempo e lugar os componentes analógicos que anteriormente eram prisioneiros da situação da enunciação. Repetiase assim, agora com as linguagens analógicas, o salto que anteriormente a escrita possibilitara ao modificar a enunciação dos componentes digitais da fala (Meditsch, 1997).

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