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Um estudo exploratório do controle gerencial de ativos e recursos intangíveis em empresas brasileiras

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Por:   •  30/4/2013  •  Tese  •  1.637 Palavras (7 Páginas)  •  594 Visualizações

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Um estudo exploratório do controle gerencial de ativos e recursos intangíveis em empresas brasileiras

José Geraldo P. Barbosa; Josir Simeone Gomes

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RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi avaliar, em três empresas brasileiras do setor de serviços, a importância atribuída por elas a seus ativos/recursos intangíveis. A importância atribuída a cada ativo/recurso intangível foi verificada por meio do seguinte elenco aferido: (1) utilização de um método que procurava medir, em cada empresa, a presença de diversos fatores constituintes de cada ativo/ recurso intangível; (2) associação de cada ativo/recurso a ações gerenciais de intervenção consideradas relevantes; e, finalmente, (3) sua associação a indicadores e/ou índices de desempenho freqüentemente utilizados. Estes três critérios de importância foram preenchidos a partir da análise sistematizada de entrevistas concedidas por membros da alta direção de cada empresa. A pesquisa conduzida permitiu três derivações: (1) verificar a aplicação prática de conceitos de gerenciamento de ativos/recursos intangíveis constantes da literatura; (2) tecer algumas conclusões importantes sobre a origem dos diferentes graus de importância atribuídos a cada ativo/recurso intangível; e, finalmente, (3) sugerir , no futuro, a condução de dois estudos exploratórios e de um levantamento.

Palavras-chaves: controle gerencial; capital intelectual; medição.REFERENCIAL TEÓRICO

Um controle gerencial adequado do capital intelectual parte da hipótese de que os ativos e recursos básicos disponíveis para uma empresa, sejam eles pessoas, processos organizacionais e produtivos, tecnologias adotadas, insumos etc., somente serão relevantes para a empresa se ela puder, de forma eficiente e eficaz, utilizar o conhecimento neles incorporado. O não reconhecimento contábil do valor financeiro da parcela intangível destes ativos e recursos teria sido, na opinião de Edvinson e Malone (1997), a causa das grandes discrepâncias existentes entre os preços finais pelos quais algumas empresas foram adquiridas, no grande processo de fusões e aquisições ocorrido principalmente nos Estados Unidos na década passada, e seus valores declarados em balanços patrimoniais publicados. Da mesma forma, Sveiby (1997) chama a atenção para a discrepância entre os preços das empresas, calculados em função dos preços de suas ações em bolsas de valores, e aqueles declarados em balanços publicados.

Classificando o Capital Intelectual

A argumentação desta seção basear-se-á fundamentalmente nas idéias de Edvinsson e Malone (1997) e Sveiby (1997). Estes autores abordam a questão de controle gerencial de ativos/recursos intangíveis, a partir do reconhecimento da importância do conhecimento neles incorporado. São similares também suas opiniões sobre a maior eficiência dos indicadores e índices não financeiros utilizados na medição de ativos/recursos intangíveis, quando comparados com os financeiros, para a avaliação da real saúde da empresa, bem como para a previsão de cenários futuros.

Iniciemos com Sveiby (1997). Este autor afirma que os ativos/recursos intangíveis de uma empresa seriam compostos pelo conjunto de competências dos seus indivíduos membros, pela sua estrutura interna, utilizada como fio condutor de conhecimento dentro dela, e finalmente pela sua estrutura externa, servindo como fio condutor de conhecimento entre ela e seus clientes e fornecedores. Como competência individual, ele define o conhecimento explícito, o conhecimento tácito, a experiência, o julgamento de valor e a socialização passada de que é possuidor cada indivíduo.

Na opinião de Sveiby (1997), o segundo grupo de ativos/recursos intangíveis seria a estrutura interna da empresa, utilizada como fio condutor de conhecimento dentro dela. Esta estrutura, com cargos ocupados basicamente por gerentes e pessoal de suporte operacional/administrativo, seria projetada para atender três grandes tarefas: o gerenciamento das tensões entre os profissionais (funcionários especializados) e os gerentes; o gerenciamento dos processos de prestação de serviços e/ou produção; e a transferência de conhecimento tácito.

Como terceiro grupo de ativos/recursos intangíveis viria a estrutura externa da empresa, responsável pelo seu relacionamento com seus clientes, fornecedores e o mercado de trabalho. A estrutura externa, mais do que gerir o fluxo financeiro entre os seus diversos atores, se encarregaria do tráfego de competências, conhecimento, referências favoráveis, imagem da empresa etc. Uma adequada estrutura externa obteria, em seu relacionamento com os clientes, benefícios intangíveis superiores aos financeiros.

Passamos agora a relatar a classificação de ativos/recursos intangíveis proposta por Edvinsson e Malone (1997). Como mencionado anteriormente, Sveiby (1997) é bastante contundente ao declarar o conhecimento como fonte principal de valorização dos ativos e recursos de uma empresa. Esta veemência parece não ocorrer com Edvinsson e Malone (1997), apesar de se verificar a presença do conhecimento como pano de fundo em toda a sua argumentação.

Os autores recorrem a uma metáfora para melhor exemplificar a intangibilidade de certos ativos e recursos de uma empresa. Assim, eles comparam a empresa a uma árvore, cujo tronco, ramos, folhas e frutos seriam os representantes dos ativos e recursos tangíveis, enquanto os intangíveis (invisíveis) seriam representados por suas raízes que, na maioria das vezes, correspondem a mais da metade da massa da árvore. Embora uma análise de seus frutos e folhas possa nos dar uma boa idéia da saúde presente da árvore, somente uma investigação de suas raízes é que nos daria uma idéia da sua saúde futura.

Segundo Edvinsson e Malone (1997), os ativos e recursos intangíveis poderiam ser agrupados em relacionamento com clientes, conjunto de processos produtivos e de prestação de serviços, capacidade de renovação e desenvolvimento (R&D) e capital humano.

Por relacionamento com clientes se entende principalmente a qualidade deste relacionamento, traduzida aqui como a capacidade de a empresa se antecipar na previsão das necessidades de seus clientes e, com isto, canalizar sua demanda.

O segundo grupo de ativos e recursos intangíveis seria formado pelo conjunto de processos produtivos e de prestação de serviços da empresa.

Como terceiro grupo de ativos e recursos intangíveis viria a capacidade de renovação e desenvolvimento (R&D) da empresa, representada pelas adaptações,

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