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AVALIAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS COM ALTA CONCENTRAÇÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho Universitário: AVALIAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS COM ALTA CONCENTRAÇÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS: UM ESTUDO DE CASO. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  19/10/2014  •  3.261 Palavras (14 Páginas)  •  388 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O mercado acionário viveu um forte impulso nos últimos anos. Com isso, vários administradores passaram a se preocupar mais com o valor das empresas. Este, por sua vez, não está relacionado somente com os ativos de uma companhia, mas também com a expectativa de valor que tal empresa deve atingir no futuro.

Quando se trata de um ativo tangível, seu valor pode ser definido a partir de duas óticas: uma contábil; e a outra de mercado. A primeira é baseada no valor de custo e na idade do bem, e tem como objetivo definir seu valor para efeito contábil. A segunda tem como base o valor de mercado e a vida econômica útil do bem, adicionalmente, pode ser utilizada como referência de valor da organização.

Além da dificuldade de avaliar uma empresa, deve-se levar em consideração que o mercado precisa reconhecer o valor de uma organização.

Este trabalho lidará com a seguinte hipótese: os investidores estão avaliando, de forma imprecisa, empresas brasileiras com alta concentração de ativos intangíveis.

LEV (2004) propõe uma sistemática de avaliação de ativos intangíveis para valorar, de forma mais adequada, as empresas.

O estudo propriamente dito se abrirá, no terceiro capítulo, com base em referências bibliográficas, buscando a definição de avaliação de empresas. A quarta parte, também embasada na literatura, tratará dos ativos intangíveis. O capítulo cinco apresentará a sistemática abordada por LEV para valoração dos ativos intangíveis. A proposta de LEV será aplicada em uma empresa do setor de intangível-intensivos no quarto capítulo. Finalmente, o estudo irá se fechar com uma consideração sobre a aplicação da sistemática, e novas linhas de pesquisa serão apontadas.

2. PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO

Muitas decisões são tomadas com base no valor das empresas. Se esse valor não estiver devidamente calculado, essas decisões podem provocar sérios danos às organizações. Quando uma empresa tem um volume representativo de ativos tangíveis, também conhecida como tangível-intensiva, é mais fácil de avaliá-la. Os ativos tangíveis possuem propriedades que podem ser mensuradas, como tempo de vida, estado de conservação, aspecto visual, entre outras. Em contrapartida, os ativos intangíveis não possuem tais propriedades, o que dificulta sua avaliação. Esses ativos podem ser valorados em função da expectativa de um benefício futuro, em função da imagem que proporciona à empresa ou ao mercado. Contudo, todas essas formas de avaliação são subjetivas, provocando variações de valor em função de quem analisa o ativo.

O objetivo desse artigo é buscar uma forma de mensuração dos ativos intangíveis de maneira menos subjetiva, minimizando possíveis erros causados por uma sub ou super avaliação dos mesmos.

3. AVALIAÇÃO DE EMPRESAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O mercado acionário tomou um forte impulso nos últimos 20 anos do século passado. Com isso, vários administradores, principalmente de países desenvolvidos, passaram a se preocupar mais com o valor da empresa e seus proprietários.

“O aumento da importância dos acionistas na maioria dos países desenvolvidos levou um número crescente de administradores a concentrar-se na criação de valor como sendo a medida mais importante do desempenho corporativo.” (COPELAND, KOLLER e MURRIN, 2004: 15).

COPELAND, KOLLER e MURIN (2004: 14) chegam a afirmar que criar valor não se trata de um aspecto único e exclusivamente financeiro ou econômico; eles defendem que “[...] empresas que se concentram na construção de valor para o acionista estarão sendo boas cidadãs.” Ou seja, eles buscam, inclusive, uma visão social na criação de valor.

RAPPAPORT (2001: 23) também tem uma visão mais ampla do assunto. Ele acredita que “[...] uma empresa que gera valor beneficia não somente seus acionistas mas também o valor das outras reivindicações daqueles que mantém interesse na empresa.”

A referida idéia está relacionada ao conceito da empresa ter um valor de mercado maior do que o aquele patrimonial. YOUNG e O’BYRNE (2003: 77) confirmam essa noção afirmando que “hoje já é amplamente reconhecido que o valor da empresa depende das percepções que o mercado de capitais tem da capacidade da empresa gerar fluxos de caixa futuros para os seus provedores de capital,” e não o valor que o administrador ou o empreendedor entendem que a empresa vale. Também deve-se levar em consideração que “o valor para o acionista no mercado de capitais é a principal medida-resultado do desempenho de uma companhia.” (COPELAND, KOLLER e MURRIN, 2004: 75).

Ainda dentro do conceito de valor, YOUNG e O’BYRNE (2003: 38) entendem que “as empresas criam valor para os seus acionistas quando investem em projetos, produtos, tecnologias ou estratégias em que a expectativa seja a de gerarem maiores retornos do que o custo de capital.”

Quando uma empresa é avaliada, tenta-se prever o que a ela dará de benefícios no futuro, sob o parâmetro do valor presente. COPELAND, KOLLER e MURRIN (2004: 57) afirmam que “o valor das ações de uma empresa no mercado de capitais é igual ao valor intrínseco baseado nas expectativas que tem o mercado em relação ao desempenho futuro [...].” E para que isso seja possível, a empresa deve ter um “[...] retorno sobre o capital investido superior ao custo de oportunidade do capital.” (Ibid.: 57).

A obtenção da riqueza para o acionista não é tão simples de ser atingida ou avaliada. Segundo YOUNG e O’BYRNE (2003. p. 21), essa geração é conseqüência de vários acontecimentos:

• globalização e desregulamentação dos mercados de capitais;

• fim dos controles sobre capitais e câmbio;

• avanços em tecnologia de informações;

• maior liquidez no mercado de títulos;

• melhoria na regulação dos mercados de capitais;

• mudança de atitude das novas gerações para poupar e investir;

• expansão dos investimentos institucionais.

Em função dessa série de fatores que influenciam na criação de valor nas empresas, e o desejo da sociedade em querer cada vez mais criação de valor, DAMODARAM (2003: 11) evidencia várias técnicas:

Em termos gerais, há três abordagens para a avaliação. A primeira, avaliação por fluxo de caixa descontado, relaciona o valor de

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