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A Análise Política Externa Atual

Por:   •  28/3/2023  •  Dissertação  •  1.374 Palavras (6 Páginas)  •  48 Visualizações

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A necessidade de união entre os discursos geopolíticos e geoeconômicos: EUA, China, Rússia e Europa[pic 1][pic 2][pic 3]

           Por Bernardo Rodrigues (autor e detentor dos direitos sob esta resenha)

As políticas externas, de qualquer país, visam expressar, projetar e colocar em pauta seus próprios interesses, em escala regional ou global. É preciso sempre levar em conta os fatores que levam ao andamento de tal projeção, em quaisquer escalas. Por diversas vezes, o direcionamento externo dos países está correlacionado à maneira a qual um Estado é comandado internamente, bem como seus objetivos. Sem menos importância, deve-se considerar a disposição dos outros países em acatar ou, ao menos, discutir os tópicos propostos – ou seja, se há convergência dos interesses nacionais com as pautas em questão. Em síntese, fica clara a importância de união entre os discursos, a fim de se garantir um bom andamento e a não supressão de determinados processos ou relacionamentos.

As mais diversas políticas de estado dos EUA são norteadas, sem exceção, por um fator comum – a política interna. Nesse escopo, um fator com enorme peso na definição de prioridades é qual partido está no poder – o Democrata ou Republicano. Geralmente, os Democratas tendem ao multilateralismo, buscando cooperação para resolver diversos problemas e tendem a apoiar a diplomacia como a ferramenta para resolver conflitos internacionais, mas estão dispostos a usar a força militar, em certas circunstâncias. Mais além, são os mais dispostos a apoiar ajuda humanitária para determinados locais. Já os Republicanos são, no geral, mais unilateralistas, alçando somente os EUA à prioridade – estando dispostos a atuarem de forma isolada, caso seus interesses não sejam atendidos. São céticos em relação ao multilateralismo, acreditando que prejudicaria a soberania americana. Também tendem ao uso da força militar como uma opção mais agressiva para resolver conflitos e tendem a ser menos propensos às ajudas humanitárias. Com a imprevisível eleição de 2024 se aproximando, o tipo de abordagem está, no campo Republicano, entre um estilo mais Unilateralista e Combativo, do Ex-Presidente Donald Trump e uma mudança (embora muito parecida com a de Trump), que até o momento está com o Governador Ron DeSantis. Do lado Democrata, o multilateralismo (com alguns poucos toques de Unilateralismo) parece prevalecer com o atual presidente e provável candidato à reeleição, Joe Biden, ou surgirá um estilo mais engajado – ainda que multilateral – por parte de algum democrata mais jovem, que eventualmente lançar-se à corrida. Apesar de o rumo estar totalmente incerto, não se pode ignorar o fato de que o combate à influência Russa e Chinesa será tópico de quaisquer candidatos, apontando para uma coalizão (ou não - a depender do resultado) contras essas duas potências.

Na perspectiva da China, pode-se afirmar que uma política Trumpista tende a tensionar, ainda mais, o relacionamento entre os dois países, podendo levar ambos, novamente, a uma nova guerra comercial. Os Chineses também avaliam que, se reconduzida a atual linha multilateralista, uma disputa por influência entre aliados e emergentes torne-se cada vez mais presente, requerendo novas táticas de aproximação entre povos e governos, algo que a China tem feito muito bem – principalmente na América Latina – e que os americanos teriam de trabalhar arduamente para retomar. Um ponto que pesa muito favoravelmente a Pequim é a iniciativa Cinturão e Rota, conhecida como Nova Rota da Seda, que acaba criando ligações de interdependência e maior proximidade de muitas nações Asiáticas, Europeias e Africanas com a China, algo que tem tirado o sono dos Americanos – juntamente com a aliança entre Pequim e Moscou. Além disso, os chineses têm dado sinais de que investirão em novas tecnologias militares, em uma evidente tentativa de demonstração de força. Sobre as variáveis políticas, pouco mudará nos rumos da potência Asiática, já que o Partido Comunista Chinês dá indícios de que não abandonará o poder tão cedo.

Sobre a Rússia, constata-se que qualquer abordagem de política externa visa, desde a mudança de regime político até a derrota de Putin em vários conflitos internacionais. Pode-se dizer que o Ocidente tentou (e continua tentando) permanecer unido contra Moscou, mesmo que isso acarrete dificuldades econômicas – principalmente no mercado de Gás e Energia Europeu. O grande ponto é: Até quando o ocidente aguentará tais consequências, já que foram registrados protestos, em específico nas ruas da França, contra uma posição mais efetiva da OTAN na guerra – visando os custos que as populações dos países membros teriam de arcar, a depender da postura da organização. Além disso, a Europa está mergulhada em taxas de inflações próximas ou até mesmo acima de dois dígitos, causando uma insatisfação popular muito grande, bem como um anseio por mudança. Com tal instabilidade, a Rússia está apostando que a grande aliança ocidental vai desfazer-se com o tempo e, com isso, continua sua invasão à Ucrânia. Tudo isso ocorre na mesma medida em que, tanto a Rússia quanto grande parte da Europa, ficam cada vez mais dependentes da China. A política externa de Vladmir Putin é uma mistura de abordagens unilaterais e multilaterais, sendo que ao mesmo tempo em que os russos estão dispostos a atuarem isolados, têm tido uma política de aproximação (ou pelo menos uma tentativa) muito forte com alguns países da Europa, a exemplo da Alemanha (em especial na época de Angela Merkel) e Hungria, com Viktor Orbán.

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