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A SOCIEDADE CIVIL GLOBAL E A BATALHA DE SEATTLE

Por:   •  25/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.250 Palavras (5 Páginas)  •  370 Visualizações

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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

JÚLIA ANDRADE CAETANO

A SOCIEDADE CIVIL GLOBAL E A BATALHA DE SEATTLE

RIO DE JANEIRO

2015

  1. INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização, o mundo deixou de lado as barreiras fronteiriças como impedimento para o comércio, a interação intercultural, a troca de conhecimento. A partir dos anos 90, um novo conceito ganhou proeminência, impulsionado pela globalização e as relações que com ela surgiam: a sociedade civil global.

Referindo-se às ações não reguladas pelo Estado, o conceito de sociedade civil global ganhou força após o final da Guerra Fria , quando o questionamento da anarquia do Sistema Internacional surgiu, pensando até que ponto ele é considerado anárquico ou uma sociedade global, composta por interesses não limitados pelas fronteiras do Estado.[1]

Ao analisar as sociedades e seus questionamentos atuais, percebe-se então a presença forte de grupos de indivíduos que ideologicamente perpassam as fronteiras de seus Estados e influenciam outros grupos ao redor do mundo, como anarquistas, pacifistas, humanistas. Contudo, com as crises cíclicas do capitalismo, a reunião e junção de diferentes e divergentes grupos para um só propósito maior é muito comum, como o caso das manifestações contra a Organização Mundial do Comércio – OMC, em 1999 na cidade de Seattle.

Com o objetivo de barrar as negociações da OMC, trazendo a tona temas como a degradação ambiental e o avanço das políticas neoliberais, os protestos relembraram ao mundo a força que as sociedades têm diante de grandes conglomerados e corporações. Diante dos fatos, neste trabalho será discutida a relação da Sociedade Civil Global com as manifestações ocorridas em 30 de novembro de 1999, e suas principais críticas ao modo como vivemos atualmente.

  1. A BATALHA DE SEATTLE

Há muito que o capitalismo traz efeitos negativos para a sociedade. A busca interminável por lucro e poder muitas vezes passa por cima de valores e crenças que acabam por ferir a vida de milhares de pessoas diariamente. Os grandes conglomerados e corporações são os grandes fornecedores dos produtos e serviços que formulam o sistema da sociedade atual, mas também são responsáveis pelo agravamento da desigualdade entre os povos, pois os interesses dos antigamente chamados “países de terceiro mundo” não são postos no mesmo nível do que os demais países de “primeiro mundo”. Críticas e questionamentos como esse vem sendo o motivo de muita insatisfação populacional ao redor do mundo, mas especificamente na cidade de Seattle o aviso já havia sido dado:

A forma como [a OMC] tem utilizado [seu] poder está levando a uma suspeita crescente de que suas iniciativas realmente têm como intenção controlar todo o mundo. Várias decisões vão de encontro com medidas destinadas a auxiliar as populações carentes do mundo, proteger o meio ambiente, a saúde global, colocando em primeiro plano a salvaguarda dos interesses dos setores privados, geralmente de empresas estadunidenses. A OMC parece estar em uma cruzada para aumentar o lucro privado à custa de toda e qualquer outra consideração, incluindo o bem-estar e qualidade de vida de grande parte da população mundial[2]

As manifestações ocorridas, contudo, não vieram desacompanhadas de preparo e motivação de todas as partes envolvidas. O planejamento para que elas ocorressem começou meses antes, e contou com a participação de organizações locais, nacionais e internacionais, sindicatos, grupos de estudantes, organizações religiosas e anarquistas.

Na manhã de 30 de novembro de 1999, todos ocuparam as ruas desertas da cidade. No entanto, a coalizão não era homogênea e nem abrangente, onde os grupos divergiam na forma de protesto mais adequada e nas posições a serem seguidas. Enquanto alguns se opunham as políticas de estado de bem estar social e medidas reformistas pró-trabalhistas, outros assumiam posições anticapitalistas que tinham como intenção atingir o sistema do capital globalizado. Além disso, a questão ambiental também não foi deixada de lado.

Figura 1 : Cartazes em Seattle. 19 de novembro. Fotografia. Online. [pic 1]

Durante o período das manifestações , os meios de comunicação agiram de forma contrária aos princípios da comunicação, não transmitindo a realidade ou até mesmo omitindo-a. O próprio respeitado jornal New York Times publicou um artigo afirmando que os manifestantes jogaram coquetéis molotov contra a polícia, informação falsa que mesmo depois de ter sido corrigida continuou circulando.

  1. A SOCIEDADE CIVIL GLOBAL

O conceito de sociedade civil global variou muito ao longo dos séculos, devido aos diferentes autores que o estudaram. Por referir-se à esfera das relações sociais, é marcado pela literatura marxista. Contudo, para entender-se o conceito em sua forma mais pura, deve-se conhecer sua origem e precedentes.

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