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ESTUDO DIRIGIDO SOBRE MAQUIAVEL

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Por:   •  3/2/2015  •  1.430 Palavras (6 Páginas)  •  1.264 Visualizações

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1) Discorra sobre a crise da concepção política em Maquiavel.

2) Discorra sobre as categorias maquiavelianas da nova concepção de poder.

3) Explique os conceitos de Virtú e Fortuna.

4) Estabeleça a relação entre o elogio do conflito e o ideal republicanoem Maquiavel.

5) Analise a atualidade de Maquiavel, pontuando os conceitos de sociedade e Estado a partir da visão Gramsciana.

1) Maquiavel busca autonomia do discurso político, cujo processo de secularização exige que o pensamento racional esteja desligado da religião e da moral. Tal busca se justifica pela aspiração de um Estado centralizado e soberano. Tal filósofo, também, baseia-se na experiência, daí o caráter empirista do seu método. Maquiavel observa com argúcia os homens públicos do seu tempo, analisa e critica suas ações, porém, busca também no real, vivido, é o solo, o horizonte permanente das interpretações, a política é o campo de forças onde se defrontam os interesses passado exemplos da história que possam enriquecer as análises. O mundo divergentes dos grupos sociais. Ele é antiutópico.

O realismo maquiaveliano diz que, “a maneira como vivemos é tão diferente daquela como deveríamos viver” que é “mais apropriado abordar a verdade efetiva das coisas, e não a imaginação”. Para Maquiavel, o real não é concebido como algo estático e exterior que se ofereça ao olhar humano, mas é o lugar da contingência: o tecido do real inscreve-se na trama das possibilidades sempre abertas à interferência do agir humano. Além disso, o utilitarismo marca a proposta de Maquiavel e este se confirma com o distanciamento da discussão centrada em modelos e aproximação da análise da política como jogo de forças resultantes dos inconciliáveis desejos humanos, para ele, a importância de conhecer política é agir politicamente, pois o saber se acha voltado para a transformação da realidade.

2) O conceito de verdade efetiva é justamente a realidade concreta onde o político atuante cria um estilo novo de equilíbrio de forças a partir dessa realidade para dominar certa situação, então ele é, concreto, firme, e é “ato criador”. “[...] o político em ato é um criador, um suscitador, mas nem cria do nada, nem se move no vazio turvo dos seus desejos e sonhos.” (pág.43).

A nova concepção de poder está ligada a razão e na capacidade humana de agir, buscando explicações racionais de acordo com as experiências e observações. Maquiavel autonomiza a política para desligar da religião, e buscar linguagens e métodos próprios, desvinculando-se da fé e da moral convencional. Esse pensamento racional desligado da religião e da moral é justificado pela visão de um Estado centralizado e soberano. Essa política autônoma, já que recusa a ética cristã, visa somente como os governantes e súditos agem de fato, não dando tanta importância a virtude.

“A política não mais se refere ao modelo do bom regime, mas a analise do jogo efetivo das forças que se chocam em circunstâncias muito específicas.” (pág. 42).

É preciso ressaltar, também, que o pensamento de Maquiavel é baseado na relação entre política e moral, para não ceder à hipocrisia, mas, ousa a encarar um problema existente e que está longe de ser resolvido.

“[...] Maquiavel abandona a moral cristã, e propõe uma moral laica, mundana imanente.” (pág. 67).

Ou seja, quando a moral supera os limites normais, é possível compreender a realidade concreta vivida pelo homem. A moral individual preocupa-se com o resultado da ação, “faze o que deves”, ao contrário da política que é preciso de resultado, pois ela é a certeza da sobrevivência do grupo. Esse pensamento de sobrevivência é o desejo de Maquiavel em buscar a estabilidade do governo para que o coletivo não venha a ser prejudicado, mesmo que a moral sobre a política poderia fazer o contrário.

“Em política, serão morais as ações úteis à comunidade, e imorais aquelas que prejudicam e visam os interesses particulares, ou que não atingem os fins desejados. [...] ‘uma república não pode substituir sem cidadãos excepcionais. [...] Por outro lado, porém, é justamente a celebridade dos cidadãos que fomenta a tirania. Para preveni-la, torna-se necessário criar instituições que não permitam que a reputação de um homem ilustre seja nociva ao Estado ou à liberdade’.” (pág. 68).

3) O conceito de virtù para Maquiavel estava no sentido original da palavra, que em latim significa vigor, potência, capacidade. Para Maquiavel o homem possuidor de virtù era o que tinha determinação, que tinha a possibilidade real de transformação da realidade, “[...] capaz de imprimir mudanças no curso da história e realizar grandes obras.” (Maria Lúcia de A. Aranha. 2006:55). De acordo com o pensamento maquiaveliano estas deveriam ser características primordiais de um príncipe, contrariando o que preconizava os preceitos cristãos, que tinham como homens de virtù aqueles que priorizavam a espiritualidade e a bondade em detrimento dos bens materiais. Maquiavel acreditava que tais características cristãs fragilizavam o homem, uma vez que para ele um príncipe deveria agir sem bondade para alcançar suas metas e conquistar sua soberania. Para complementar a virtù viria a fortuna, que seria essencial para que o príncipe obtivesse sucesso quando apenas a virtù não fosse suficiente. A fortuna seria a sorte do príncipe. Não bastava contar apenas com opções concretas, era preciso utilizar-se da sorte (fortuna) quando apenas a virtù não fosse suficiente para obter êxito. Virtù e fortuna

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