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Interdependência complexa

Por:   •  8/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  914 Palavras (4 Páginas)  •  194 Visualizações

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Interdependência Complexa

        Com o Término da Guerra Fria as agendas políticas internacionais tradicionais de poder militar e segurança nacional passaram por um processo de transformação, abrindo espaço para uma ampliação de ideais neoliberais. Desenvolveu-se uma consciência, nos países desenvolvidos, que a busca pelo poder não necessariamente passava apenas por uma sofisticação militar ou aumento do poderio bélico, mas também por uma maior eficiência econômica e avanço tecnológicos. “Interdependence exists where the effects of a transaction are particularly costly (or beneficial) like in oil prices rate”

        Dessa forma, Robert Keohane e Joseph Nye idealizaram o termo “Interdependência Complexa”, no final da década de 1970. Salientando a emergência de atores não estatais e o surgimento de regimes internacionais e instituições que seriam capazes de atuar como forças pacificadoras, determinando a importância de Organizações internacionais e de Corporações Multinacionais; além de assertar a importância do comércio exterior como substituto de assuntos de segurança.

“Dependence means a state of being determined or significantly affected by external forces. Interdependence, most simply defined, means mutual dependence. Interdependence in world politics refers to situations characterized by reciprocal effects among countries or among actors in different countries.”(Keohane& Nye, 1977: 8)

        Uma das características fundamentarias da Interdependência Complexa é a aceitação de atores não estatais impactando em múltiplos níveis da análise no Sistema Internacional, com organizações internacionais, elites, ONGs, podendo influenciar o comportamento estatal. Como é demonstra o documento da Doutrina Militar do Reino Unido, o Estado é altamente atrelado a Organizações supranacionais como a OTAN, a União Europeia e a ONU. Seus vínculos com a OTAN e com a UE, desde que se originaram durante a Guerra Fria, apenas crescerem em termos de dependência e complexidade; tornando-se, consequentemente, mais difícil para os Estados violarem decisões tomadas coletivamente, criando, assim, uma maior sensação de segurança entre os países aliados além de promover uma maior margem de negociação mesmo em períodos de crise.

        Na OTAN estes aumentos de dependência e complexidade podem ser vistos atualmente com a expansão do tratado para o leste, aproximando-se da Rússia, e a implementação dos escudos antimísseis instalados para proteger os países aliados de ataques nucleares, com uma doutrina militar que é referência para todos os Estados membros, com exercícios militares realizados em conjunto e com uma respostas tomadas em consenso a ameaças externas. Na União Europeia estes acréscimos podem ser notados a partir da criação de um parlamento, de um Banco Central, de políticas comerciais comuns e até em políticas de alocação de refugiados em nível continental.

“In the context of politics, international security and cooperation, the UK prefers to work with its many friends and allies to maintain the international order and the UK’s position within it. Collective security is an essential pillar of the UK’s overall security strategy. This is promoted through our membership of NATO, close relationships with the USA and France, the Five Powers Defence Arrangement, and membership of major international organisations such as the UN, EU and the Organization for Security and Cooperation in Europe.”

        O segundo dos pressupostos primários é a ausência de hierarquia nos assuntos estatais, não considerando questões securitárias e militares como sendo predominantes, contrariando o modo preeminente de pensar. Com a Interdependência Complexa pode haver a criação de coalizões para assuntos como a regulamentações do comércio, problemas ambientais que surgem também como aspectos importantes além dos bélicos, havendo a formação de alianças para estes fins diferentes das coalizões militares já existentes, tendo a capacidade de exercer influência na política mundial. A exemplo do comércio, estes são temas que a Doutrina Militar do Reino Unido abertamente trata como sendo ser de interesses nacionais. “In view of the UK’s widespread interests and investments, as well as its critical dependence on a stable, secure international environment for trade, it is likely that threats to international security would also represent a threat to our national interests”.

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