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O Processo de Formação e Fortalecimento do Estado Islâmico

Por:   •  22/2/2019  •  Artigo  •  3.404 Palavras (14 Páginas)  •  188 Visualizações

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      Centro Universitário Jorge Amado 

O Estado Islâmico e a proliferação da sua ideologia

Anna Klein

Ives Damasceno

Leonardo Melo

Luana Guimarães

Artigo científico apresentado na disciplina de Teoria das Relações Internacionais e Novas Abordagens, do curso de Relações Internacionais da faculdade Centro Universitário Jorge Amado

Salvador

2017

        O Estado Islâmico e a proliferação da sua ideologia

Anna Klein1

Ives Damasceno2

Leonardo Melo3

Luana Guimarãe4

Centro Universitário Jorge Amado  

Bacharelado em Relações Internacionais        

Resumo

Esse documento apresenta a trajetória do grupo Estado Islâmico (ISIS)5, desde seu surgimento até os dias atuais e sua perspectiva futura. O objetivo deste documento é, através de pesquisa bibliográfica e conhecimentos adquiridos em sala de aula, analisar, utilizando a perspectiva construtivista no estudo das Relações Internacionais, de que forma o Estado Islâmico pode continuar sendo uma ameaça à humanidade. Após tal analise, chega-se à conclusão de que mesmo após grandes perdas de território nos dias atuais e o iminente fim do grupo, ele ainda permanece como uma ameaça devido à propagação da sua ideologia.

Palavras-chave: Estado Islâmico. ISIS. Al-Qaeda. Ideologia. Construtivismo.

Abstract

This document presents the path of the Islamic State (ISIS), from its emergence until current days and its future perspective. The objective of this document is to analyze, through bibliographic research and knowledge obtained in the classroom, in what way the Islamic State may continue being a threat to humanity, applying the constructivist point of view in International Relations. The analysis results in the conclusion that even after big territory losses nowadays and the imminent end of the group, it continues to be a threat due to the propagation of its ideology.

Keywords: Islamic State. ISIS. Al-Qaeda. Ideology. Constructivism.


Introdução

O terrorismo se mostrou um dos principais problemas no mundo desde o atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos. Desde então o terrorismo passou a ser combatido pelas principais potências mundiais. Nos últimos anos o Estado Islâmico tem se tornado o maior grupo terrorista da atualidade, realizando ataques em todo o mundo, mesmo em locais em que ele não possui território, o que transformou o grupo no principal alvo na luta contra o terrorismo.

Esse artigo se delimitará em explicar, através de um viés construtivista, como o discurso possibilitou a disseminação dos ideais, valores e interesses deste grupo terrorista. Com alguns dos conceitos construtivistas como o do discurso explicado por Onuf (NOGUEIRA; MESSARI, 2005), e o de identidade e interesse (WENDT, 1999), o discurso do grupo é colocado como uma de suas principais forças, ajudando-o a espalhar-se ao redor do planeta e perpetuando-o como uma ameaça ao Ocidente mesmo com a constante perda de território.

O tema terrorismo é um grande problema na atualidade e a presença do Estado Islâmico em todo o mundo se torna uma ameaça á população mundial, por isso a importância de tal análise e estudo. Com isso, o objetivo deste artigo é analisar, através de pesquisa bibliográfica e conhecimentos prévios, o surgimento do Estado Islâmico e de que forma ele pode continuar sendo uma ameaça através da disseminação de sua ideologia.

Para isso, inicialmente será abordada a trajetória do Estado Islâmico e como ele surgiu do grupo Al-Qaeda, em seguida será retratado o impacto do grupo na atualidade, e, por fim, será analisado o futuro do ISIS e de que forma o grupo poderá permanecer sendo uma ameaça mesmo com a perda de território.

A trajetória do ISIS

A gênese do Estado Islâmico (ISIS) tem raízes em 2002, com o grupo radical Tawid wa al-Jahid, criado por Abu Musab al-Zarqawi, natural da Jordânia. O grupo fomentava uma resposta política às invasões estadunidenses ao território iraquiano. Assim, iniciou treinamentos de missões suicidas e terroristas no Afeganistão e, em 2003, após al-Zarqawi jurar lealdade a Osama Bin Laden, alcançou a liderança da Al Qaeda, iniciando suas primeiras mobilizações de recrutamento em combate aos Estados Unidos (BBC, 2015). A diferença de identidade e interesse (WENDT, 1999) motivou a criação de outro grupo com outros objetivos.

 Para realizar isso, ele fundou um centro de treinamento para atentados terroristas e missões suicidas no Afeganistão. Depois de jurar lealdade a Osama bin Laden em 2003, ele se tornou chefe da Al-Qaeda no Iraque e coletou partidários para combater os Estados Unidos e, com ataques suicidas, os xiitas no Iraque. Em 2006, al-Zarqawi foi morto durante um ataque aéreo dos Estados Unidos (NAPOLEONI, 2015).

O grupo mudou o nome entre outros para Estado Islâmico do Iraque (EII). Depois da morte do líder, forças de sunitas locais ganharam poder contra ele e o transformaram em uma organização enfraquecida, até que Abu Bakr al-Baghdadi assumiu a liderança (SALAMA, 2016). Ele começou a estabelecer distância da Al-Qaeda e usou o conflito armado na Síria para desenvolver a força militar do EII. Como al-Zarqawi antes, al-Baghdadi se concentrou em lutar no território do Oriente Médio6 aspirando a reestabilização do Califado de Bagdá e não focou na destruição do inimigo em território fora do país como a Al-Qaeda fez. O novo líder também mobilizou pessoas e ganhou outras organizações como a Frente al-Nusra da Síria o que ampliou o nome do grupo para Estado Islâmico do Iraque e do Levante (NAPOLEONI, 2015). Sucedendo numerosos avanços no Iraque, al-Baghdadi proclamou o Estado Islâmico (ISIS) no dia 29 de junho 2014 e aparece em público pela primeira vez cinco dias depois em Mossul (SALAMA, 2016).

É perceptível a ampliação dos propósitos do grupo através da mudança de nome no decorrer da história. Nicholas Onuf (*1941), um dos grandes nomes no estudo das Relações Internacionais, explica que discurso também é política, e considerando que a nomenclatura de movimentos também faz parte do seu discurso, percebemos a importância de tais nomes. Durante o período em que o grupo era chamado de Estado Islâmico do Iraque, suas atividades estavam voltadas para o país iraquiano; com a guerra civil na Síria e a conquista da Frente al-Nusra da Síria o grupo passou a expandir suas atividades e a ser chamado de Estado Islâmico do Iraque e do Levante; e, em 2014, com a mudança de nome para Estado Islâmico, ficou claro a pretensão do grupo de ampliar sua influência a nível global.

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