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Resenha - Análise de Política Externa (SALÓMON, Mônica)

Por:   •  21/12/2018  •  Resenha  •  1.071 Palavras (5 Páginas)  •  295 Visualizações

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SALOMÓN, Mônica; PINHEIRO, Letícia. Análise de política externa e política externa. Revista brasileira de política internacional. Rio de Janeiro, 2013, p. 40-59.

Patrícia Diniz Fassi¹

        Ao iniciar o artigo, as autoras explicitam que as substâncias da Análise de Política Externa e a das Relações Internacionais são as mesmas, uma vez que o que traz especificidade à APE é o foco nas ações internacionais de unidades particulares. Tendo isso em vista:

“(...) a APE tem como objeto o estudo da política externa de governos específicos, considerando seus determinantes, objetivos, tomada de decisões e ações efetivamente realizadas¹.” (SALOMÓN, p.40, 2013).

        Tradicionalmente o governo específico citado acima era um governo nacional, porém, nas últimas décadas, por consequência da globalização, outros níveis de governo desenvolveram suas próprias políticas externas tornando-se objetos válidos da APE, assim como as organizações não governamentais que possuem uma atividade externa planificada e coerente.

        Em seguida, Salomón e Pinheiro dividem o texto em três seções. A primeira seção aborda sobre a trajetória de APE como subdisciplina onde a proposta de análise da APE estava fortemente inserida na Ciência Política behaviorista e influída pelo modelo de sistema político eastoniano, entendia-se que a política externa era um produto de decisões, ou seja:

“(...) a política externa deveria ser investigada a partir do suposto de que ela se constitui essencialmente de uma série de decisões tomadas por um ou mais indivíduos chamados decisores; que esses decisores agem de acordo com a definição que fazem da situação; e que essas decisões não surgem pura e simplesmente a partir dos estímulos externos, mas são sim processadas por um mecanismo dentro do Estado. Em contraponto ao que as análises sistêmicas de base realista defendiam, a partir dessa nova perspectiva o analista estaria em condições de explicar por que Estados com posições similares no sistema internacional comportavam-se de modos distintos.” (PINHEIRO, p.43, 2013).

        A partir disso, foram criados dois caminhos distintos de desenvolvimento da subárea: um fortemente vinculado à Ciência Política behaviorista e outro ______________________________

¹Patrícia Diniz Fassi, graduanda do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do  Amapá (Unifap).

englobando elementos de diversas perspectivas disciplinares. A segunda vertente se materializou na construção de teorias mais específicas e de médio alcance, enquanto a primeira criou o projeto da Política Externa Comparada, que tinha como objetivo desenvolver a teoria geral da política externa que fosse capaz de explicar qualquer política externa e predizer atuações específicas por meio da extração e cruzamento de dados. As secretarias de Estado e Defesa dos Estados Unidos financiaram generosamente o projeto, uma vez que os possíveis resultados poderiam contribuir ao prever os próximos passos do na URSS.

         Apesar de todo o amparo dos EUA, décadas de trabalho depois, em vez de uma teoria geral os comparativistas tinham apenas uma extensa lista de variáveis relevantes. Assim, descartando o ambicioso objetivo inicial de construir uma teoria geral da política externa, o foco foi para a elaboração de teorias de “médio alcance” sobre fenômenos mais restritos, voltando-se para atores específicos.

        A segunda seção trata sobre a APE e as matrizes teóricas das Relações Internacionais, ou seja, as correntes teóricas que influenciaram a APE. O primeiro ponto são as contribuições liberais, visto que o legado liberal é a base da subdisciplina, uma vez que o liberalismo se baseia na cooperação entre atores e nas instituições como principal agente de mudança na política internacional. A principal influência liberal na APE é inegavelmente a consideração dos fatores domésticos para a formação da política externa, proposta conflitante com a do realismo, que pouco considera as variáveis internas.

        O segundo ponto aborda as contribuições realistas, que diferentemente do liberalismo, prioriza os fatores sistêmicos aos internos. Porém, de acordo com as autoras, as contribuições realistas vêm principalmente do realismo neoclássico, que utiliza a preocupação dos Estados pela posição relativa que ocupam na distribuição de poder internacional como variável independente com a qual a política externa é explicada. Outro fator é a reintrodução de maneira sistemática os fatores domésticos em suas explicações de política externa, por mais que não sejam considerados aspectos determinantes, são consideradas variáveis intervenientes.

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