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Resenha Crítica: A Dialética do Esclarecimento

Por:   •  2/4/2018  •  Resenha  •  1.145 Palavras (5 Páginas)  •  587 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

         DISCENTE: Marcelly Cunha Alves      

DOCENTE: Profa. Dra. Regina Laisner

DISCIPLINA: Teoria Política

CURSO: Relações Internacionais - 2º Ano (Vespertino)

 Resenha crítica dos capítulos “O Conceito de Esclarecimento” e “EXCURSO I: Ulisses ou Mito e Esclarecimento” do livro “A Dialética do Esclarecimento” de Theodor Adorno e Max Horkheimer.

Theodor Wiesengrund Adorno nasceu em 1903 em Frankfurt, Prússia. Seu pai, judeu alemão, era proprietário de um comércio atacadista de vinhos, sua mãe fora cantora e sua tia era pianista, o que influenciou o interesse pela música de Adorno. A perspectiva adorniana de elaboração de uma teoria crítica da sociedade caracteriza-se pela contextualidade ou historicidade, ou seja, os ideais sociais e culturais que são traçados pelo estudioso não partem de um fundamento absoluto, mas da tradição em que ele está inserido.  Adorno faleceu, por problemas cardíacos, no dia 6 de agosto de 1969 na Suíça.

Max Horkheimer, nascido em 1885 em Stuttgart, era judeu de origem como todos os intelectuais da Escola de Frankfurt. Teve a motivação de uma emancipação progressiva por influência inicialmente de Friedrick Pollock. Estudou psicologia, filosofia e economia política. Apesar de vir de uma família rica que possuía várias indústrias, tinha como compromisso, a partir do pessimismo schopenhaueriano, despertar a consciência pesada dos privilegiados, portanto, era considerado um filósofo burguês muito próximo ao marxismo. Faleceu em 7 de julho de 1973 em Nuremberga.

Sendo representantes da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer acabaram destacam-se dentro dessa corrente muito conhecida pela produção de uma Teoria Crítica, cujo objetivo era analisar as reais condições sociopolíticas e econômicas para sugerir outra realidade que se distanciasse da contaminada pela lógica capitalista.

Os autores deixam claro, logo no início da obra, sua oposição ao racionalismo difundido pelo Iluminismo que, para eles, tinha como objetivo compreender a natureza para dominá-la e também subjugar os seres humanos. Também criadores do conceito de “Indústria Cultural”, ambos escreveram “A Dialética do Esclarecimento” para analisar como o triunfo da sociedade burguesa, com todo seu avanço e progresso técnico, corrói o conceito e a função central do esclarecimento que passa a ser caracterizado pela ausência de reflexão e criticidade, acarretando em um processo de dominação dos próprios indivíduos.

Segundo os autores, o esclarecimento tem como função livrar o homem do medo e o colocar como posição de senhores. O temo é usado para designar o processo pelo qual os sujeitos se libertam do medo de uma natureza desconhecida, à qual atribuem poderes ocultos para explicar seu desamparo diante dela. Por isso mesmo, o “esclarecimento” de que falam não é exatamente, como no Iluminismo, um movimento filosófico de uma determinada época, mas um processo pelo qual, ao longo da história, os homens se libertam das potências míticas da natureza. Porém, o mito, assim como o esclarecimento, tem um caráter explicativo cujo objetivo de alcançar a explicação dos fenômenos, portanto, o esclarecimento pode ainda se reconhecer nos próprios mitos.

O sistema capitalista, com sua configuração de divisão do trabalho, intensifica a exploração e a dominação do individuo. Isso acontece porque o conceito tradicional de esclarecimento resulta em uma fatalidade conformista, o esclarecimento perde sua capacidade autocritica, ou seja, o conhecimento deixa de realmente esclarecer para se tornar um instrumento de dominação e exploração. Por fim, a calculabilidade e o utilitarismo se tornam essenciais para o esclarecimento, já que o número e o fato acabam anulando a qualidade pensante do indivíduo e abandonando toda a busca do conhecimento em seu real sentido social e histórico.

Esse caráter autoritário que ganha forma no esclarecimento acaba assemelhando-se à coerção social, já que promove o manipulação da coletividade e repreende as tentativas de se alcançar a igualdade. Com a universalização, o conhecimento passa a ser usado como um meio de controle do padrão cultural         que enquadra tudo dentro de uma lógica mercadológica, inclusive o pensamento e o conhecimento que se tornam em algo reproduzível e imposto sobre todos indivíduos pela Indústria Cultural.

À primeira vista, a crítica de Adorno e Horkheimer pode parecer um tanto quanto pessimista, porém ela é válida se considerarmos a produção de conhecimento no século XXI, assim como a falta de senso crítico em relação aos problemas existentes e a manipulação que estamos sujeitos constantemente em vários níveis da vida social – no trabalho, no lazer, na educação, na cultura.

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