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Resenha Crítica Filme Hotel Ruanda

Por:   •  14/6/2016  •  Resenha  •  1.257 Palavras (6 Páginas)  •  8.504 Visualizações

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Aluna: Giovanna Medeiros

Professor: Vitélio Brustolin

Resenha 3 - filme Hotel Ruanda

    O filme Hotel Ruanda lançado em 2004 ilustra a história verídica do genocídio em Ruanda que acontece na última década do século XX decorrente das diferenças étnicas entre Tutsis e Hutus oriundas dos tempos de colonização belga.

    O filme conta a história de Paul Rusesabagina, gerente de um hotel de luxo em Kigali, capital de Ruanda. Paul é Hutu, e tem dois filhos com sua esposa , Tatiana, que é de etnia tutsi

    No contexto da Guerra Civil ruandesa, o avião que se encontrava o presidente ruandes - de etnia Hutu- é atingido e o presidente é morto. Até hoje, não se sabe a autoria dos ataques, mas forças extremistas Hutus acreditam que foi obra dos rebeldes tutsi e ordenam o começo do massacre.

    Paul, Hutu moderado, agora tem o objetivo de proteger sua família e amigos. Logo no começo dos ataques, forças radicais hutus invadem a casa de Paul e levam ele e todas as pessoas que lá se encontravam. Paul usa dinheiro do hotel para pagar pela liberdade de seus amigos e familiares que estavam sob mira dos extremistas hutus. Assim, forma no hotel que trabalha, que é propriedade de uma empresa belga, uma espécie de refugio para tutsis e hutus que não concordavam com a matança. De lá, Paul passa a ser uma espécie de "liderança" contra o genocídio, sempre articulando com o general da ONU responsável pela missão de peacekeeping,  com a mídia, ajuda humanitária da cruz vermelha e os próprio exército ruandes e a milícia extremista hutu, com quem tinha conhecimento.

    A situação vai se agravando cada vez mais com o aumento de mortes e  da chegada de pessoas procurando abrigo no hotel, inclusive crianças órfãs. A ONU não conseguia controlar a situação. Em uma entrevista o general responsável reitera ""We are here as peacekeepings not peacemakers. I have orders not to intervene" Dessa forma, a ONU permanecia lá ineficiente sem dar um tiro.; deixando os ruandeses cada vez mais abandonados do apoio internacional. O "descaso" da comunidade internacional chega ao ápice quando capacetes azuis são mortos ao tentarem defender a casa da Primeira Ministra de Ruanda, que também é morta. Assim, exércitos europeus são enviados ao país apenas para resgatar os brancos. Ainda, há uma ordem de retirada de todos os cidadãos que não são ruandeses do país, bem como a maioria dos soldados da ONU. Deixando o país com apenas 300 capacetes azuis.

    Com o número de mortos crescendo de maneira exponencial, buscando deixar o país, algumas famílias que seguem a caminho da fronteira em um caminhão da ONU sofrem um ataque por conta da denúncia de  de um dos funcionários do hotel que não concordava com o que Paul estava fazendo para defender os tutsi, que no filme eram frequentemente chamados de crokroaches; As tropas da ONU, que protegiam e dirigiam o caminhão, conseguiram voltar ao hotel sem que aquelas pessoas que estavam ali fossem mortas, incluindo a mulher e os filhos de Paul, que haviam decido ficar no país para ajudar na luta contra o a milícia extremista Hutu.

    O hotel é atacado e, posteriormente, enquanto Paul saía em busca de suprimentos, é invadido  pelos extremistas. Depois de ter subordinado o exército ruandes dizendo para o general que os americanos o acusavam de crimes de guerra e como o grande responsável pela matança, Paul consegue ajuda deles para tirar os extremistas do hotel. No entanto, entende que aquele lugar não é mais seguro, e exige do comandante da ONU que aquelas pessoas sejam levadas para um campo de refugiados para além da fronteira que a milícia hutu controlava.

    Nesse sentido, tropas da ONU conseguem evacuar o hotel e levar todos a um campo de refugiados, que ficavam em uma área dominado por rebeldes tutsi que lutavam contra a milícia hutu. Lá, Paul e sua família reencontram suas sobrinhas, as quais haviam passado toda a trama procurando. Paul é considerado um grande herói dessa triste história ruandesa por ter sido capaz de salvar estimadamente mais de mil vidas.

    Concluo que  o  sistema  de  segurança  coletiva  idealizado  pela  ONU  no  fim  da  Segunda  Guerra  afim  de  evitar outro  genocídio  como  o  que  havia  ocorrido  com  os  judeus  fracassou  no  caso  de  Ruanda  e  reflete  a fragilidade  dos  regimes  institucionais  apontada, por exemplo, por  Mershaimer  no  texto  the  false  promise  of international  institutions, ao concluir  que,  no  final  das  contas,  as  instituições  tem  pouco  impacto  no comportamento  dos  Estados,  que  sempre  vão  botar  seus  interesses  como  prioridade.  A  decisão tomada  pelo  Conselho  de  Segurança  de  não  tomar  uma  posição  mais  efetiva  remete  à  fatores internos  do  Estados  Unidos  que  tinham  acabado  de  sair  de  uma  intervenção  na  Somália.  As instituições  são,  antes  de  tudo,  formadas  por  Estados,  se  esses  não  se  empenharem  acerca  de  uma causa,  seja  por  falta  de  interesse,  pelo  ganhos  absolutos  ou  relativos  não  valerem  a  pena, divergências  históricas  ou  por  desentendimento  com  outros  Estados  sobre  uma  solução  comum,  as instituições  são  impotentes.  Mearsheimer,  atenta,  ainda,  que  a  crença  nas  instituições  como  solução e mecanismo para a manutenção da paz é suscetível de conduzir a mais falhas no futuro.  

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