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UMA TEORIA REALISTA DA POLÍTICA INTERNACIONAL

Por:   •  25/4/2018  •  Resenha  •  827 Palavras (4 Páginas)  •  455 Visualizações

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Hans Mongenthau: Politics Among Nations

CAPÍTULO 1: UMA TEORIA REALISTA DA POLÍTICA INTERNACIONAL

Este capítulo apresenta os seis princípios fundamentais do realismo político. Para um critério de efetividade, o artigo argumenta que uma teoria deve ser avaliada pelo seu propósito, neste caso, “[trazer] ordem e significado a uma massa de fenômenos que sem ela permaneceriam desconectados e ininteligíveis”. Focalizando os fenômenos reais e observáveis ​​das relações internacionais, o realismo político critica o pensamento utópico de seus correspondentes idealistas, que acreditam na “bondade essencial e na maleabilidade infinita da natureza humana”.

6 princípios:

  1. Obedece às leis da natureza humana. A política, assim como a sociedade em geral, é governada por leis objetivas que fazem parte da natureza humana, da mesma forma que a conduta dos animais é produto da natureza animal. Isso se reflete na conduta dos Estados, ou seja, a maneira de atuar dos Estados é produto da natureza humana. Essa não se altera, por isso as leis objetivas da política refletem essa natureza.

  1. Todo e qualquer interesse dos atores internacionais consiste em sua pretensão de alcançar poder para si mesmo. Isso quer dizer que os Estados são governados pelos seus próprios interesses, ou seja, aquilo que lhes trará os maiores benefícios ou os menores custos, esses interesses são sempre definidos como poder. De acordo com Morgenthau, uma teoria realista evitará dois erros: a preocupação com motivos e a preocupação com preferências ideológicas. O interesse como poder introduz a racionalidade no campo da política, tornando possível o entendimento teórico da mesma e cria uma continuidade, trazendo uma evolução das políticas externas dos atores internacionais.

  1. Países ideologicamente distintos são regidos pelos mesmos interesses em obter ou manter o poder sobre os demais. Isso significa que as relações entre as nações sempre foram definidas em termos de poder e são assimétricas, pois há diferenças entre os poderes dos Estados. Cada país o seu próprio sistema de governo, características regionais por causa da localização geográfica. Existem culturas diversas e legislações próprias. Os interesses que movem as ações políticas são diferentes, porém, são todos produtos de uma política de poder. Exemplos: união do Japão com a Alemanha na 2 Guerra Mundial. A Paz de Westfália demonstra a diferença ideológica entre os Estados: acordo entre vários protestantes e católicos que estavam antes em conflito
  1. Não se aplicam princípios morais universais na política exterior. O Estado é o único ator das Relações Internacionais e seus interesses são definidos como poder, ou seja, o Estado como único ator no cenário das Relações Internacionais obedece a lógicas próprias, a virtude para o Estado é representada pela característica da prudência, que é a capacidade de avaliar as consequências das ações políticas alternativas, isto é, o Estado deve ser capaz de prever o que virá como resultado de suas ações. O principal objetivo dos Estados é a manutenção e/ou ampliação do poder, isso gera conflitos que são partes da lógica do sistema internacional, de acordo com os realistas.
  1. Os atores internacionais não podem ser submetidos a nenhum sistema normativo, a esfera política é independente da esfera moral, jurídica ou econômica. Ou seja, o sistema internacional é absolutamente anárquico, isso significa que os Estados não podem estar subjugados a nenhum tipo de normas super estatal, pois eles são soberanos internos e externamente, o que lhes dá poder para agir de acordo com seus interesses, isto é, eles atuam de qualquer forma que julgarem necessária para alcançar seus objetivos. Os Estados soberanos estão em um mesmo patamar, ou seja, todos eles são igualmente capazes de tomarem suas decisões apesar de haver diferenças de poder entre eles. Os realistas consideram o Direito Internacional abstrato, vazio e/ou sem força para coagir os Estados a tomarem as ações que não estejam de acordo com seus interesses. Exemplo: invasão japonesa à China em 1937 que estava previsto na liga das nações como proibido.
  1. A esfera da política é autônoma em relação a outras esferas da sociedade e cerne das decisões sobre a política internacional. A política interna de um Estado é necessariamente diferente de sua política externa. Domesticamente o Estado busca o bem-estar jurídico e social de seus cidadãos e internacionalmente, entretanto, o Estado busca maximizar a sua força. Política interna e política internacional são distintas e quase independentes entre si. A política internacional prevalece nas questões de poder e segurança em detrimento aos demais temas, tais como economia, os quais não são principais de acordo com a visão realista. A política interna é voltada para o exercício da autoridade do Estado da administração e da lei. É fundamental então a distinção entre o meio interno e o meio externo, anárquico e pouco previsível. A política é autônoma, ou seja, não é subordinada a nenhuma outra esfera como a econômica, jurídica ou religiosa. A compreensão do universo da política internacional independe da compreensão do universo econômico ou do de direito, já que o universo de política internacional tem suas próprias lógicas e leis. Exemplo: a política norte-americana internamente é democrática e externamente é autoritária e intervencionista.

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