A EXPERIÊNCIA COM A ORAÇÃO

A EXPERIÊNCIA COM A ORAÇÃO

Ao tratar do assunto oração, lembro-me da oração da minha infância, da minha juventude, da minha fase adulta e agora da fase mais madura.

Na infância, a minha oração era de ternura, quase enxergando o próprio Deus. Minha mãe falava aos vizinhos da minha perfeição quando orava.

Na juventude, a rebeldia e o estado de auto afirmação me dominaram. Falar em oração e espiritualidade eram assuntos pouco aceitos, quando não, detestados. Na fase adulta o reencontro com Jesus foi quase como um milagre.

A oração ocupou um espaço razoável na minha vida. Digo razoável, porque ainda não entendia a oração do silêncio e do recolhimento.

Fui fazer alguns cursos na área da cristandade, os quais me iluminaram para a verdadeira oração.

Aprendi que a oração não são gritarias, barulhos, cantorias sem nexo e petições infindáveis à Deus para auxiliar em assuntos de desespero, oriundos de atitudes do descaminho, os quais eu mesmo os provoquei. Entendi que a oração pode ser feito no interior do ser humano, com coerência, honestidade e muita humildade e com o Espírito presente. Aprendi que orar é ser honesto consigo mesmo. Perseverar na oração no dia a dia, com exemplos de vida, traz uma paz interior muito grande. É claro, que o sofrimento que enfrentei na fase adulta revelaram as minhas fraquezas, o que de certa maneira me acordaram para a vida espiritual.

Senti nesta hora que Deus não havia me abandonado. Ele não estava distante. Constatei que ele fazia parte da minha vida.

Na fase mais madura, a minha oração ficou muito mais coerente com as situações que vivo hoje. Preocupo-me mais com o bem estar dos seres humanos que me rodeiam. Preocupo-me com a minha vida íntegra. Fico angustiado com os meus erros, que ainda acontecem. Na oração peço muita ajuda ao meu Deus para que eu possa trilhar o caminho da verdade, alcançando gradativamente a perfeição.

Este exemplo relatado, significa que todos nós passamos por dificuldades e percalços. Mas, a nossa oração, identificada com o selo da transparência, nos muda em relação ao nosso Deus. Gera-nos uma paz interior muito grande.

Devemos aprender também, que a oração por si só não representa poder algum e nem traz resultados interiores satisfatórios, a não ser pelo poder de Deus.

Por outro lado, somente a oração traça o verdadeiro caminho para nosso contato com Deus. Diante desta realidade vamos descobrir que ele não é um rei distante, é um ser de energia presente, para nos amparar quando pedimos coerentemente para que nos ajude a vencer as tribulações da vida.

Vamos correr da solidão. Ela representa um lugar vazio e provoca a nossa própria fuga, a dos coirmãos e até da própria divindade. Este estado interior pode nos levar ao nosso fracasso nas duas dimensões: o humano e o espiritual. Nesta condição estamos abertos para nos aniquilar, em termos espirituais.

Exorto para que busquemos a solitude que é um espaço que traz resultados espirituais fantásticos para a nossa interioridade. Nela amadurecemos nossa fé e nos colocamos em estado de liberdade para operar o bem na comunidade onde nos encontramos.

A comunidade representa