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A Eficácia da Prece

Por:   •  30/5/2015  •  Artigo  •  1.752 Palavras (8 Páginas)  •  346 Visualizações

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A Eficácia da Prece

         Na Bíblia há uma passagem, no Livro de São Marcos, cap. IX, v. 24, onde Jesus disse: “o que quer que seja pedirdes na prece, crede que o obterei, e vos será concedido”.

         Mas por que será que muita gente acredita que a prece não é eficaz, já que Jesus nos garantiu sua eficácia, e que mesmo já tendo rezado 200 Pai Nosso, não conseguem o que queria? Será que estamos rezando da forma correta? Ou será que nós só pedimos milagres como ganhar na loteria, um emprego onde se trabalha pouco e se ganha bem, ficar famosa, ou até um príncipe ou princesa encantados.

         Mas afinal o que é a prece?

         Kardec nos dá a seguinte definição: “A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra em comunicação com o ser a quem se dirige”. A prece deve ser feita diretamente a Deus, que é o Senhor da Vida, mas pode, também ser-Lhe endereçada por intermédio dos Bons Espíritos, que são Seus mensageiros e os executores da Sua vontade. O veículo que conduz a prece até ao seu destinatário é o pensamento, o qual se irradia pelo Infinito, através de ondulações mentais, à feição das transmissões radiofônicas ou de televisão, que, por meio das ondas eletromagnéticas, cortam o espaço a uma velocidade de 300.000 km/h.

         A prece tem três objetivos:

  1. Louvar: sentimento puro e espontâneo de admiração por Aquele que, em todas as Suas manifestações, se revela detentor da perfeição absoluta;
  2. Agradecer: ser grato por todas as bençãos com que Deus nos felicita a existência, pelos favores, graças, inclusive pelas dificuldades, de onde aprendemos muito;
  3. Pedir: as petições visam a algo que se deseje obter, em benefício próprio ou de outrem Se pode pedir tudo, desde que não contrarie a Lei do Amor que rege e sustenta a harmonia Universal.

         Não se creia, entretanto, que basta orar, mesmo bem, para que os efeitos desejados se façam sentir de imediato e em qualquer circunstância. Tal crença seria enganosa, temos que saber interpretar as palavras de Jesus dentro de todo o contexto de seus ensinamentos. Muitas leis naturais não podem ser alteradas de acordo com a vontade de cada um, mas não se pode acreditar que tudo e todas as circunstâncias da vida estão condenadas à esse destino certo. Se fosse assim, nós seríamos bonecos e teríamos apenas que cruzar os braços e esperar que a vida passasse e tudo cair sobre nossas cabeças.

         Deus nos deu um presente maravilhoso chamado Livre Arbítrio, que é a inteligência e a capacidade de compreender certas coisa, de discordar de outras e também de não querer que  certas coisas caiam sobre nós.

         Somos livres para agir, mas respondemos pelos atos que praticamos dentro dessa liberdade. É da conseqüência desses atos que não podemos escapar. Não se pode através da prece anular a Lei de Causa e Efeito, nós vamos colher sempre o que plantamos.

         E às vezes nem sempre aquilo que o homem implora corresponde ao que realmente precisa, com vistas à sua felicidade futura. Deus, então, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender ao que lhe seria prejudicial, afinal, como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses? O homem geralmente  não vê senão o presente, ora sofrimento é útil à sua felicidade futura. Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa o doente sofrer uma operação, que deve conduzi-lo à cura.

         Mas Deus pode atender nossos pedidos, pode nos auxiliar em todos os momentos de nossas vidas como afirmou Jesus, sem alterar esses acontecimentos imutáveis.

         Então como fazer para nossas preces sejam atendidas? Para que elas sejam eficazes?

         A eficácia da prece não depende da postura que se adote, das palavras mais ou menos bonitas com que seja formulada, do lugar onde se esteja, nem de horas convencionais. Decorre, isto sim, da humildade e da fé daquele que a emite, a par da sinceridade e veemência que lhe imprima. A prece deve ser complementada por nós com os movimentos de alma ou com os esforços exigidos pela vicissitude que no-la tenha inspirado. Pela prece devemos sempre chamar a ajuda de Deus e dos Bons espíritos, para que eles nos ajudem a tomar as melhores decisões e a nos inspirar bons pensamentos, para que possamos superar as dificuldades e reencontrar o caminho dos bens.

         A oração deve expressar sentimentos e as palavras pronunciadas são apenas a exteriorização desses sentimentos. Se forem repetidas muitas vezes, como no caso de rezar 200 Pai Nosso, essas palavras irão ficar vazias, nossa mente começará a divagar, e de nada valeu aquele tempo gasto, a não ser para que os outros pensem e se admirem com a exibição de fé. As pessoas acreditam que o Pai Nosso é uma fórmula mágica, que se repetido muitas vezes, seria capaz de resolver todos os problemas do mundo. Para que a prece toque, é preciso que cada palavra revele uma idéia, e se não é compreendida não pode revelar nenhuma idéia. Muitos oram por dever, alguns por hábito; por isso se crêem quites quando disseram uma prece um número determinado de vezes, nesta ou naquela ordem. Deus lê no fundo do coração, vê o pensamento e a sinceridade, e é rebaixá-lo crê-lo mais sensível à forma do que ao fundo.

         A prece em grupo tem uma ação mais poderosa ainda, quando todos aqueles que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e têm o mesmo objetivo, porque é como se todos gritassem em conjunto e em uníssono; mas o que importa estarem reunidos em grande número, se cada um age isoladamente e por sua própria conta! Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, quanto duas ou três unidas em comum aspiração, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força que as das outras cem.

         O que Deus concederá através da prece é coragem, é paciência, tolerância, força para superar as dificuldades e para atingir objetivos. Deus sempre nos dá meios para atingir nossos objetivos e de resolvermos nossos problemas, mas sempre por nós mesmos. Essa ajuda vem através de idéias,  intuições, que são sugeridas para nós por Bons Espíritos.

         Para exemplificar essa ajuda de Deus, vou contar uma história de um homem que estava perdido no deserto e sofria de uma sede horrível, quando suas forças se esgotam ele sente-se desfalecer, deixando-se cair no chão. Roga então a Deus para que lhe ajude e espera. Mas nenhum anjo vem lhe trazer o que beber. Entretanto, um Bom espírito lhe sugere o pensamento de se levantar e seguir por uma da veredas que se apresentava à sua frente, então, por um movimento maquinal, reúne suas forças, levanta-se e caminha ao acaso. Chega a uma elevação e descobre ao longe um riacho. Diante disso, encoraja-se e segue até o riacho para aliviar sua sede.

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