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A Eliminação de Deus da história, e seus efeitos na sociedade no século XVIII

Por:   •  24/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.196 Palavras (5 Páginas)  •  303 Visualizações

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A eliminação de Deus da história, e seus efeitos na sociedade no século XVIII

Gabriel Pinho de Andrade[1]

Resumo:

Pensar em uma ruptura de realidade tão drástica num período em que a igreja detinha poderes imensos requer que se compreenda não só a sociedade como motor que gira uma economia ou coisas do tipo. Faz-se necessária uma análise do interior do ser humano que, agora, vê que aquilo que sempre acreditou e seguiu, foi substituído gradativamente e passou a fazer parte da realidade do mundo moderno ocidental.

Analisando o contratualismo e os conceitos adversos a ele, é necessário saber até que ponto a eliminação de uma figura tão importante da história trouxe benefício – ou não - a uma sociedade.

Palavras-chave: Antropologia, Contratualismo, Deus, Iluminismo.

Introdução:

O período iluminista, no século XVIII, teve como principal fonte de pensamento a razão. Foi o período em que os europeus, em sua grande maioria, deixou, de forma gradativa, de enxergar o mundo de maneira teocêntrica, e começou a olhar o mundo de forma antropocêntrica. Em outras palavras, existiu – principalmente por parte dos pensadores iluministas – a exclusão da figura divina (Deus) como regente da história. Concomitantemente, fez-se um resgate dos ideais clássicos oriundos da Grécia antiga, tendo o homem como personagem principal da história e da vida. Nesse contexto, surge uma indagação: até que ponto a eliminação de Deus da história, por parte dos iluministas, foi benéfico à sociedade?

Conceitos e divergências

O papel da igreja na sociedade europeia na idade média constava, entre outras coisas, em manter a ordem social por meio da palavra divina. A sociedade, que em sua maioria era analfabeta, seguiam os dogmas impostos pela igreja católica sem muita contestação e isso, de certa forma, matinha um certo equilíbrio social, afinal, a figura de Deus, que castigava quem não seguisse o que era dito pelo clero, era bastante temida – criando assim um espécie de “direito natural”. Porém, com o passar do tempo, alguns indivíduos começaram a se questionar sobre a veracidade do que era imposto pela igreja e passaram a refutar o que era proferido por ela. A partir daí começaram a difundir-se diversos ideais e teorias em diversos países da Europa.

Nesse contexto, agora o homem resolve desvencilhar-se da figura de Deus e passa a procurar respostas racionais para tudo aquilo que lhe vinha à mente. Mas quais eram os homens que faziam isso? É fato que o senso comum foi basicamente jogado nesse novo mundo antropocêntrico e científico. Com a figura de Deus excluída, quem agora regeria, controlaria e garantiria a harmonia da sociedade?

 Nesse cenário, filósofos começaram a maquinar um contrato social. Ficaram conhecidos como contratualistas e teve como principal nome o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679). Hobbes elaborou um contrato social que teve origem a partir dessa nova necessidade do homem em controlar a si mesmo, afinal, Deus já não tinha tanta influência assim. Nessa conjuntura, o filósofo argumentou que o “estado de natureza” do ser humano é de domínio sobre os outros, e que o homem é capaz de destruir os seus iguais para satisfazer seus desejos pessoais – “O homem é o lobo do próprio homem”. O papel da igreja era impedir que esse instinto natural não fosse tão dominante, entretanto, agora existia a necessidade de outra instituição assumir esse papel.

A partir daí os ideais contratualistas ganham cada vez mais força e a necessidade de existir um contrato social se fez cada vez mais necessária. Assim “nasce” o contratualismo, que era, basicamente, a junção de correntes filosóficas que tentavam explanar a ideia de um acordo firmado entre os distintos membros de uma sociedade, que se unem com a finalidade de obterem vantagens garantidas a partir de uma espécie de ordem social. Em outras palavras, o contrato social sugeria que os membros de um determinado grupo social abrissem mão de certos direitos para que pudessem organizar um governo. Esse governo seria liderado por um poder maior de maneira representativa.

De forma resumida, a principal base da necessidade desse contrato social era o medo. Segundo os contratualistas, o medo, a falta de segurança e a instabilidade do instinto humano foram ingredientes suficientes para que os indivíduos concedessem poderes a determinadas pessoas para que elas pudessem organizar suas vidas, e garantissem uma estabilidade e segurança social. A escolha desses representantes resultou na criação do Estado moderno que, na visão de Hobbes, é um mal necessário.

Contudo, outro contratualista divergia com os ideais de Tomas Hobbes. Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778) era um filósofo um tanto quanto revolucionário e não acreditava que o Estado defendido por Hobbes era eficaz. Em outras palavras, Rousseau acreditava no estado de natureza humano, anterior ao Estado representativo, pregando que o homem nascia bom, a sociedade é que o corrompia. Nesse contexto, Rousseau, de certa forma, não concorda com a eliminação de Deus da sociedade porque, apesar de acreditar que todas as religiões eram equivalentes e, portanto, inúteis, o filósofo conceituava que a única religião verdadeira era a religião natural dos homens. Ou seja, é uma religião em que a voz interior que fala de Deus ou com ele, e é diretamente ligada à alma do indivíduo.

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