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A Produção Textual Interdisciplinar Individual

Por:   •  20/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.744 Palavras (7 Páginas)  •  94 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Bacharelado em Teologia

Produção Textual Interdisciplinar Individual – PTI

As festividades populares, um estudo sobre o carnaval e seus aspectos religiosos

Introdução

        

A palavra Carnaval é uma palavra de origem latina carnemlevarex e significa, abster-se ou afastar-se da carne, justamente porque os dias da quaresma, jejuar de se alimentar de carne vermelha é umas das premissas impostas.

        O Carnaval como festividades religiosas perpassam as civilizações, desde a Antiguidade sua prática é realizada em agradecimento aos deuses, na subversão de papéis, nas comemorações teatrais do renascimento, nos entrudos portugueses, suas transformações ocorrem de acordo com as civilizações, e vão ao longo dos tempos alternando suas técnicas e seus meios como manifestação.

        Diante deste contexto, temos nesta produção textual individual“As festividades populares, um estudo sobre o carnaval e seus aspectos religiosos”, a problematização que engloba este tema e os diálogos que esta festa religiosa se faz de pontos e contrapontos para sua realização, bem como da análise do samba enredo da Escola de Samba Mangueira, de 2020 intitulado “A verdade vos fará livre”, como analogia de resistência e clamor.         

        Além disso, as reflexões aqui realizadas cerceiam tão somente os aspectos religiosos, mas também da cultura, dos aspectos socioeconômicos e políticos como gerador de emprego e renda por todo o país. Para tanto, esta análise foi realizada de através das referências bibliográficas que discutem o assunto, bem como do material disposto nos manual deste projeto.

Desenvolvimento

        O Carnaval remota da Antiguidade, povos como os babilônicos vestia um indivíduo como o rei e este encarava a vida real, e no final era chicoteado. Na Mesopotâmia, o rei perdia seus poderes de fato e era surrado na frente da imagem do Deus Marduk, sendo também chicoteado para mostrar sua submissão aos deuses. As festas Dionisíacas do período greco-romano é marcada pela embriaguez e entrega aos prazeres da carne e do corpo, em Roma, as festividades aos deuses também eram comemoradas com a inversão dos papéis sociais, tal como fazia os mesopotâmicos e os babilônicos.

        O período medieval marca uma nova moral aos festejos profanos, a Igreja Católica que dominou o período, era chamado de carnislevale, e compreendia-se entre o Natal e a Páscoa, para que as pessoas pudessem cometer exageros antes da Quaresma, o jejum católico. Além disso, os jovens homens vestiam-se de mulheres e festejavam durante a noite, com comidas e bebidas, visitavam as residências e beijavam as moças da casa.

        Durante o Renascimento, commediadell'arte, canções e carros enfeitados foram criados tal como um teatro, papéis sociais eram invertidos e mascaradas as pessoas saiam as ruas para comemorar. A partir do século XVI, as festas populares foram demonizadas como forma de conservadorismo.

        No Brasil, o Carnaval origina-se com o Entrudo no período colonial, esta brincadeira era muito comum em Portugal, e suas práticas eram caracterizadas pelas pessoas sujando-as umas às outras, esta festividade foi proibida em 1841. Logo, surgiram os cordões, o frevo, as marchinhas, os afoxés e como esta festividade é recebida pelas classes populares, ganha em pouco tempo seu estilo próprio com a formação das escolas de samba, tornando-se ao longo dos anos além de uma festividade popular e cultural no país, ainda gera emprego e renda por muitos lugares.

        Para além da breve História do Carnaval nas diversas civilizações e da sua ligação nos remeter inicialmente as festas religiosas de sociedades politeístas, o Carnaval é visto com olhares múltiplos, as concordâncias e discordâncias relativas a esta festa popular, os embates sociais que envolvem valores e morais enraizados na sociedade e as premissas econômicas polarizam-se e dinamizam sobre o sagrado e o profano.

        Ao que tange o Brasil, o carnaval é um lugar de resistência antes mesmo de ser uma festa de lazer e ganhar a dimensão que vemos hoje em dia, foi através das festas populares que deu origem ao Carnaval que os negros escravizados, a princípio durante os entrudos e depois com o samba, puderam se organizar e falar de suas agruras através da música, como nos afirmamMunanga e Gomes (2006),

Mesmo sendo um gênero resultante das estruturas musicais híbridas, foi com os símbolos da cultura negra que o samba se tornou expressão musical em todo o Brasil. O samba contém inúmeras ramificações: samba-choro, samba-canção, samba de terreiro, samba de exaltação, samba-enredo, samba de breque, sambalanço, samba de gafieira, bossa nova, samba-jazz, samba de partido alto, samba de morro, samba de quadra e samba rock.

        Durante muito tempo o samba era considerado música primitiva, somente a partir de 1930 é que difundido no país, e durante muito tempo os ouvintes e simpatizantes do samba os utilizaram como forma de resistência, suas letras e ritmo são e pedidos de clemência de resistência de classes sociais que ecoam, dinamizando as premissas de ideais de igualdade e liberdade.

        Ao analisarmos o samba-enredo“A verdade vos fará livre”de 2020 da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira do Rio de Janeiro, retrata o clamor das classes fragilizadas habitantes das favelas cariocas e faz uma analogia ao Cristo Redentor que olha de braços abertos para os brasileiros, como lemos no verso abaixo,

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

           Os versos acima caracterizam pedidos de clemência e esse povo sofredor, mostrando que o através do Carnaval os sambas de enredos sempre trazem em sua escrita os gritos de resistências, pedidos de clemência, de igualdade, liberdade, com enredos de movimentos sociais e ou pedidos de paz, apresentando seu caráter de protesto diante das mazelas sofridas pela população.

Com o passar dos tempos as festividades carnavalescas ganharam cunho político-econômico diante dos interesses capitalistas de poder e governança. O carnaval é cenário não somente dos desfiles nas passarelas do samba, mas também é pano de fundo para políticos em ascensão, e economicamente o Carnaval injeta na economia nacional mais de 8 bilhões de reais, a movimentação se dá pelo em grandes parte pelo deslocamento de nacionais e estrangeiros gerando uma cadeia na prestação de bens e serviços que gere empregos diretos e indiretos, somente em 2020 a economia do Brasil teve um estimativa de faturamento de 2,8% de trabalhos temporários conforme a  Confederação Nacional do Comércio (CNC).

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