Análise da Atuação Política da Ex-primeira-ministra Margaret Thatcher na Inglaterra no Período de 1979 a 1990

A Dama de Ferro: Análise da atuação política da ex primeira-ministra Margaret Thatcher na Inglaterra no período de 1979 a 1990.

Anne Cinara Vieira Batista

Montes Claros/MG

Novembro/2016

A Dama de Ferro: Análise da atuação política da ex primeira-ministra Margaret Thatcher na Inglaterra no período de 1979 a 1990.

Anne Cinara Vieira Batista.

RESUMO:

Pretende‐se neste projeto abordar o papel e a importância da mulher dentro da política mundial partindo da análise da trajetória política da ex primeira – ministra Margaret Thatcher, e desde então como este espaço vem crescendo cada vez mais e a importância que se deve dar a esse fato. A luta das mulheres pelo espaço na política é antiga e vem se tornando cada vez maior. Começar a ocupar cargos públicos foi mais uma difícil luta que tem se prolongado com o tempo, mas que também, teve grandes resistências protagonizados pelas mulheres, e é nesse contexto que entra o importante papel de Margaret Thatcher a mulher que se tornou a primeira – ministra da Inglaterra.

PALAVRAS‐CHAVE: Mulher, Política,

A Dama de Ferro: Análise da atuação política da ex primeira-ministra Margaret Thatcher na Inglaterra no período de 1979 a 1990.

INTRODUÇÃO

O espaço e a importância da mulher dentro da política mundial vem crescendo cada vez mais e é de extrema importância dar destaque a esse fato, como por exemplo , a primeira presidenta eleita mulher no Brasil, e a primeira candidata a este cargo nos Estados Unidos, a candidata Hillary Clinton e muitas outras que vem conquistando seus espaços. Pensar no papel social desempenhado pelas mulheres na sociedade, mais especificamente sob a ótica da política, é sempre um exercício interessante, principalmente quando levamos em consideração uma sociedade como a nossa, construída sob o suporte do machismo, do patriarcalismo, na qual o homem sempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado. Uma análise muito bem feita nas palavras da doutora em história, professora Flavia Biroli:

A naturalização da exclusão das mulheres da esfera pública e, particularmente, dos cargos políticos eletivos, vem sendo um fator de legitimação da política como “negócio de homens”. As mulheres não se interessariam pelos debates políticos e, menos ainda, por participar da política institucional porque estariam, naturalmente, voltadas para o que lhes seria mais caro: a vida privada, a esfera doméstica, e a maternidade.(Biroli 2010)

Empoderamento feminino, felizmente é uma expressão que vem se tornando cada vez mais usada e que, se transformada em ações concretas, pode mudar muitas realidades. A luta das mulheres pelo espaço na política é antiga e vem se tornando cada vez maior. Começar a ocupar cargos públicos foi mais uma difícil luta que tem se prolongado com o tempo, mas que também, teve grandes resistências protagonizados pelas mulheres, e é nesse contexto que entra o importante papel da ex primeira – ministra Margaret Thacher, objeto no qual esta pesquisa pretende focar.

Em 1979, há 37 anos, uma mulher tornava-se pela primeira vez chefe do governo britânico. Para alcançar este cargo que é um cargo de suprema importância um monarca designa o Primeiro-ministro como chefe do Governo de Sua Majestade no Reino Unido, com o consenso de que este deveria ser igualmente membro da Câmara dos Comuns para, mais facilmente, formar um governo apoiado pela maioria dos parlamentares. Na prática, isto significa que geralmente o líder do partido de maioria na Câmara dos Comuns é apontado para o cargo de Primeiro-ministro. Caso nenhum de partido obter a maioria absoluta, o líder do maior partido é convidado a formar uma coligação. O Primeiro-ministro, então, seleciona outros ministros que constituirão o Governo e atuarão como chefes dos Departamentos de Governo. De acordo com a convenção constitucional, todos os Ministros de Governo são Membros do Parlamento ou constituem a Câmara dos Lordes. Ao Primeiro-ministro cabe desenvolver e reportar ao Monarca a sua política de governo. Portanto, o Primeiro-ministro é de fato o líder do Governo britânico. Margaret Thatcher ocupou este cargo considerado o mais importante da política da Inglaterra por 11 anos, o de primeira-ministra. Thatcher se candidatou duas vezes, quando tinha por volta de 20 anos, e perdeu as duas eleições. Mas ela não desistiu, e continuou tentando até conseguir ser eleita. Para isso, ela teve de convencer seu partido a deixá-la concorrer em outro distrito. Thatcher não imaginava que se tornaria Primeira Ministra. Sua maior ambição era se tornar Chancellor of the Exchequer (equivalente ao Ministro da Fazenda). Mas Thatcher teve firmeza ao analisar o cenário político e perceber que ninguém com os valores imaginados por ela estava galgando a liderança do Partido Conservador. Ela apoiava Keith Joseph para o cargo, mas quando ele disse que não se candidataria, Thatcher se viu frente a um dilema, Thatcher não desanimou pelas circunstâncias, e teve coragem de colocar seus valores em primeiro lugar. Ela acreditava que o Partido precisava de outro candidato, uma alternativa ao então líder, Edward Heath, e estava disposta a ser essa alternativa. A maioria das pessoas duvidava que ela seria eleita, e alguns votaram nela como forma de protesto contra Heath, e para desespero e surpresa de muitos ela venceu e deu início a era da Dama de Ferro.

As opiniões sobre seu governo dentro da Inglaterra são bem divergentes, mas a importância do governo de Margaret Thatcher na história política feminina é inegável. Em 1949 recém – formada em química Margaret Thatcher estava a procura de um emprego numa empresa britânica de química industrial, porém, o trabalho lhe foi negado pelo chefe de departamento de recursos humanos porque ele a considerou como “uma mulher teimosa, obstinada e perigosamente opinativa”. Esta mulher teimosa e perigosamente opinativa se interessou por política, e não aceitou que tal cenário fosse ocupado apenas por homens, obstinada Margaret Thatcher concorreu pela primeira vez a um cargo público em 1950 pelo distrito de Dartford. Não ganhou, mas atraiu a atenção da mídia pelo seu discurso pertinente e por ser a

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