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Design Inteligente

Por:   •  12/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.615 Palavras (11 Páginas)  •  139 Visualizações

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O Design Inteligente

O “Design Inteligente” ou “Projeto Inteligente” é uma vertente do criacionismo que tenta explicar a origem e desenvolvimento da vida de forma direcional, isto é, provar a existência de um plano estruturado por um causa ou ser inteligente.

Aspectos Históricos

O termo Design Inteligente tem uma origem mais recente, mas a base de seu conceito já era discutida muito antes, por filósofos gregos como Aristóteles e Platão entre outros grandes filósofos que se dedicavam a teologia natural.

Na obra Timeu, estão resumidamente concentrados conhecimentos referentes a medicina, cosmologia, matemática e psicologia da época de Platão, nas palavras do pitagórico Timeu. Segundo Felipe Pimenta, no Timeu, o mundo criado, o homem e os animais são obra de uma inteligência que tudo criou com bondade e racionalidade. No começo tudo estava em desordem e ao acaso na natureza, até que ela se deixou persuadir pela Inteligência. Então o Demiurgo criou tudo de maneira boa e eliminou toda forma de imperfeição. Tudo o que o Demiurgo cria é sempre o mais belo segundo o mito da criação platônico.

Segundo Carlos Rocha, no livro Metafísica, Aristóteles estudou a possibilidade da existência de uma substância suprassensível que, para o filósofo, consiste no Princípio Primeiro, eterno, imóvel e puro ato que, por sua vez, seria a causa de todo o movimento. Para esclarecer esse conceito, utilizamos a ideia de átomos. De acordo com os antigos gregos, tudo é feito de átomos. Segundo eles, quando um objeto é continuamente dividido, chega o momento em que mais nenhuma divisão é possível, e essa unidade indivisível é chamada de átomo. Aristóteles, em vez de questionar a existência dos átomos, argumentou que estes não se moveriam por si mesmos e, portanto, acabariam requerendo algo para movê-los a fim de que eles se reorganizassem de diferentes formas para haver mudança. Movedores materiais devem reagir à mudança que causam e, assim, o “Movedor Primordial”, deve ser uma causa imaterial (TIMOTHY STANDISH, ). Essa causa imaterial, Aristóteles deduziu, é o “logos”. Resumindo, o “logos” seria a inteligência que estruturou os átomos, partículas que constituem todos os seres vivos.

        São Tomás de Aquino foi um importante teólogo, filósofo e padre dominicano do século XIII. É considerado um dos principais representantes da escolástica (linha filosófica medieval de base cristã). Tomás de Aquino buscou utilizar a filosofia greco-latina clássica (principalmente de Aristóteles) para compreender a revelação religiosa do cristianismo. A Suma teológica é a sua obra mais conhecida e utilizada. O título de cada capítulo é um questionamento, sendo desenvolvido nele mesmo a resposta para esse. Toda a sua obra segue uma minuciosa estrutura argumentativa devido a influência de Aristóteles no pensamento do filósofo, e o objetivo da mesma é tentar comprovar a existência de Deus através de cinco argumentos.

Segundo Frank Lira, na quinta e última via Tomás de Aquino argumenta sobre a existência de um arquiteto inteligente que governa, coordena ou dá uma finalidade a todas as coisas no mundo. Preposicionalmente falando, a quinta via pode ser assim apresentada: (1) No mundo, algumas coisas operam por causa de um fim; (2) Estas coisas não atingem o fim por acaso; (3) Estas coisas não tendem para um fim a não ser que estejam sendo dirigidas por algo inteligente; (4) Logo, existe algo inteligente, que dirige as coisas a um fim.

Tomás aqui faz referência a finalidade das coisas do mundo. Existem certas coisas que não tem inteligência e que, regidas pelas leis da natureza, são ordenadas e contém a finalidade certa (1); Assim como a flecha, em sua finalidade única, é direcionada para seu alvo pelo arqueiro, as coisas não recebem uma finalidade arbitrária (2). Devido ao tamanho e a diversidade de coisas presentes no mundo, não é possível observar a harmonia e ordem do mundo e a finalidade específica presente em cada coisa carente de inteligência – ou até mesmo não a contendo – sem pensar na possibilidade de haver uma inteligência por trás de tudo (3). Como existem essas coisas ou seres de pouca ou nenhuma inteligência realizando seus atos com finalidade específica e de forma harmoniosa com o outro que preenche o mundo, deve haver sim um ser inteligente que governa, coordena e atribui as devidas finalidades a esses (4) (FRANK LIRA, 2014). Como Tomás de Aquino era um religioso, ele atribuiu essa inteligência a um Deus, no entanto, o DI não faz essa mesma atribuição. No design inteligente, existe apenas um “arquiteto inteligente”, independente de quem seja ele.

Um dos grandes expoentes da teologia natural foi William Paley, e foi também o autor de um dos argumentos mais utilizados para explicar o design inteligente. Em 1802, ele publicou Teologia Natural, onde abordou esse argumento, que é conhecido como “Analogia do Relojoeiro”. Nesta analogia, Paley argumenta que se alguém encontra um relógio no chão, jamais acreditará que ele se formou por meio de forças casuais da natureza. Em vez disso, concluirá que o relógio foi projetado, pois todo seu mecanismo é complexo, ordenado e apresenta uma finalidade. 

Se o relógio é um projeto, isso significa que houve um projetista por trás desse projeto. Uma mente responsável pela ordem do mecanismo, pela finalidade do projeto e pelo seu funcionamento. Da mesma forma, ao observar o universo e a vida é racional concluir que há um projetista para ambos (DAVI CALDAS, 2012).

A idéia de que a complexidade da vida é sinal de que deve haver algo guiando a natureza é antiquíssima, mas começou a ganhar sua versão moderna em 1984, com o lançamento do livro 'Mystery of Life's Origins' (Mistério da Origem da Vida), do americano Charles Thaxton. O livro “Of Pandas and People”, também de autoria de Thaxton, foi publicado em 1989, e é considerado o primeiro livro a respeito do design inteligente, e também, onde este termo foi primeiramente utilizado com significado atual.

Nos anos 1990, veio o bestseller 'A Caixa Preta de Darwin', do bioquímico Michael Behe. Nele, o autor desafia a teoria da evolução com o que chama de sistemas de complexidade irredutível. Usando como exemplo desses sistemas a visão, a coagulação do sangue, o transporte celular e a célula, Behe demonstra convincentemente que o mundo bioquímico forma um arsenal de máquinas químicas, constituídas de peças finamente calibradas e interdependentes. Para que a teoria da evolução fosse verdade, deveria ter havido uma série de mutações, todas e cada uma delas produzindo sua própria maquinaria, o que resultaria na complexidade atual (MICHELSON BORGES, 2008).

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