EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES

TEOLOGIA E CIÊNCIAS DA VIDA

EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICA

Goiânia, 2015.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E HUMANIDADES

TEOLOGIA E CIÊNCIAS DA VIDA

No que tange às crianças, o potencial para que defendam a casa-comum é muito maior. Segundo a psicologia de Moreno, uma das principais formas de aprendizagem se dá pela imitação. Nesse sentido, pais que no seu dia a dia se comportam de maneira a defender a natureza, como por meio da separação do lixo, contribuem decisivamente para filhos que quando adultos sigam o mesmo caminho e até levem a questão mais adiante.

Programa Escolas Sustentáveis

Uma importante atuação do Ministério da Educação (MEC) nesse sentido tem sido o programa Escolas Sustentáveis. É uma iniciativa que busca inserir atitudes e valores de sustentabilidade ecológica dentro do ambiente pedagógico. Somente na cidade de Goiânia, 72 escolas tem sido beneficiadas. Graças a esse projeto, muitas crianças e adolescente recebem oficinas e atividades pedagógicas de reciclagem, contação de histórias, confecção de brinquedos com reaproveitamento de materiais, dobraduras e palestras de orientação ambiental. Ideologicamente, a iniciativa se alinha rigorosamente as novas tendências de pensamento sobre meio ambiente:

“Escolas sustentáveis são definidas como aquelas que mantêm relação equilibrada com o meio ambiente e compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida às presentes e futuras gerações. Esses espaços têm a intencionalidade de educar pelo exemplo e irradiar sua influência para as comunidades nas quais se situam. A transição para a sustentabilidade nas escolas é promovida a partir de três dimensões inter-relacionadas: espaço físico, gestão e currículo.” (Manual Escolas Sustentáveis, 2013)

De acordo com a Lei nº 9.795/99, a educação ambiental envolve a promoção de processos pedagógicos que favoreçam a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a conquista da sustentabilidade socioambiental e a qualidade de vida. O ideal seria que projetos assim atingisse toda a rede escolar e não somente uma minoria, ações assim possibilitam a formação de indivíduos responsáveis e conscientes de suas responsabilidades junto ao meio ambiente.

Nosso Papel No Cuidado Com a Casa Comum

Quando o indivíduo se exime de suas responsabilidades, dividendos são gerados. No sistema financeiro brasileiro existem órgãos de proteção ao credor, que o protegem de possíveis danos futuros. Este conceito, se levado ao contexto ambiental tendo o meio ambiente como credor, o uso mal planejado dos recursos naturais como dividendos, quem ou o que poderiam ser descritos como o órgãos normatizadores/regularizadores? As conferências realizadas pelos líderes mundiais teoricamente deveriam ocupar este papel. Mas, o que pode-se notar é que interesses particulares ainda se sobrepõe neste assunto, as medidas elaboradas por estas cúpulas podem ser percebidas como paliativas diante do acumulo de dividendos.

O Papa Francisco, ao escrever sobre o cuidado com nossa casa comum na Carta Encíclica a faz de forma didática, vinculando o cuidado com a casa comum ao cuidado com o próprio ser humano, o que levanta o questionamento "como poderia o ser humano habitar em uma casa desarrumada?". Francisco, escrevendo em primeira pessoa propõe-se a estimular o dialogo e compreende que o caminho de solução é o resgate teórico e prático de uma ecologia de interdependência ambiental, econômica, social e igualmente cultural, na vida cotidiana, lembrando o princípio do bem comum e a justiça.

O papel que cada indivíduo tem no cuidado com a casa comum vai além de uma preocupação com separação de seu lixo doméstico ou seu próprio consumo das fontes naturais. Atuando como um agente modificador de seu ambiente poderá contribuir para a proliferação de debates sobre o tema, propiciando assim mudanças significativas na comunidade onde está inserido.

Somente atitudes que englobem uma ecologia integrada poderiam aplacar os dividendos gerados por anos de descuido, lembrando a simbologia utilizada no primeiro paragrafo. Desta forma, pode-se evitar que a herança para as futuras gerações seja um credor furioso.

CONCLUSÃO

O

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