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Ensino religioso nas principais tendências pedagógicas

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Por:   •  20/5/2014  •  Trabalho acadêmico  •  1.472 Palavras (6 Páginas)  •  740 Visualizações

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ENSINO RELIGIOSO NAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

O propósito do artigo é contextualizar o percurso das principais tendências pedagógicas em que o Ensino Religioso foi proposto no Brasil, durante o século XX. A autora crê na sintonia entre os tipos de Ensino Religioso e as tendências pedagógicas dominantes no século passado.

Assim, para Lemos (2004, p.120):

“A forma como o Ensino Religioso, tanto em seus conteúdos quanto em suas propostas pedagógicas, é entendido e proposto à sociedade se insere, de modo muito estreito, ao conjunto das concepções de educação de modo mais geral. As leis que regem o Ensino Religioso refletem, ora com mais, ora com menos intensidade, as ideologias que estão orientando a educação em seus outros aspectos também”.

Com isso, passa a comentar as principais tendências pedagógicas marcantes da história educacional brasileira, destacando a inter-relação delas com o Ensino Religioso.

1. PEDAGOGIA TRADICIONAL

1.1 Pressupostos: sua principal característica é a de que o professor sabe, controla e ensina, enquanto o aluno tem o papel de estudar e aprender o que o professor ensinou. Cabe à escola conduzir o aluno ao conhecimento dos grandes feitos da humanidade que compõem seu patrimônio cultural. Nesta concepção o professor é imprescindível na transmissão do conhecimento, uma vez que o aluno somente executa as ordens e comandos dados. A vontade e interesse do aluno não importam para o conhecimento e aprendizagem objetivados pelo professor. A concepção da educação é como um produto e a concepção de homem é a de um receptor passivo. Nesta concepção o modo de verificar se o nível cultural foi atingido são as provas e exames.

1.2 Reflexo desta concepção no Ensino Religioso

Aqui o ensino religioso era entendido como o repasse ao aluno de um saber acabado, pronto. “A própria concepção de religião veiculada era a de religião enquanto reeligere, reescolher, ou seja, a pessoa era convidada a fazer uma nova escolha em suas opções religiosas. É claro que a nova escolha deveria coincidir com a do(a) professor(a)”. (LEMOS, 2004,p.122)

Como o ensino era confessional, a melhor religião era a que o professor professasse, e os outros grupos religiosos eram vistos como errados e pecaminosos. O objetivo deste ensino religioso era fazer seguidores, ensinar uma religião, catequese e ensino bíblico.

Assim, o conteúdo “inquestionável” ministrado na escola coincidia com o veiculado na Igreja a que pertencia o professor. “O conhecimento veiculado era o de informações sobre a religião, com enfoque centrado em uma verdade” (LEMOS, 2004, p.122)

A metodologia aplicada focava-se na memorização (perguntas do livro, mandamentos, versículos bíblicos,etc.), por que foco era com o saber em si (a informação pela informação). A avaliação do sucesso ou não do Ensino Religioso vinculava-se ao aumento ou não de seguidores aos ensinamentos e pela ida à Igreja.

2. PEDAGOGIA RENOVADA OU ABORDAGEM HUMANISTA

2.1 Pressupostos: já nesta concepção pedagógica, o processo de aprendizagem se centra no aluno, como um ser livre, ativo, social, curioso. O professor é facilitador. O desenvolvimento do aluno é conseqüência das relações interpessoais construídas, já que a pessoa se encontra num processo continuado de descoberta de si mesmo. “Mizukami afirma que, para a abordagem rogeriana, o ser humano significa ser uma totalidade, um organismo em processo de integração, diferente, autônomo;...” (LEMOS, 2004, p.123) Esta concepção vê o ser humano com uma capacidade intrínseca para se autodirigir e se reajustar. À educação caberia então propiciar condições facilitadoras para a auto-aprendizagem., com flexibilidade para novas situações e problemas.

A metodologia, composta por técnicas audiovisuais, técnicas didáticas, meios, mídia, etc. tem pouquíssima importância, já que os alunos aprendem o que desejam aprender.

2.2 Reflexo desta concepção no Ensino Religioso: esta concepção pedagógica existiu num período de mudanças no Brasil.. Como o país passava a ter uma realidade sócio-cultural mais plural e diversificada e o aluno passava a ser o centro do processo ensino-aprendizagem, era importante considerar não a confissão religiosa do professor, mas a religião do aluno. Aqui a autora coloca a concepção de ensino religioso da Constituição de 1934.

3. PEDAGOGIA LIBERTADORA OU ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL

3.1 Pressupostos: O cerne dessa abordagem é a discussão de temas políticos e sociais vinculados a ações sobre a realidade social. A grande referência desta concepção é o educador Paulo Freire. Nela, “o aluno necessita domínio de

conhecimentos, habilidades e capacidades mais amplas para interpretar suas experiências e agir”. (LEMOS, 2004, p.125)

Na pedagogia libertadora, o educando é visto como elaborador e criador do conhecimento, o que ocorre por meio da interação da pessoa com o mundo, tornando-o sujeito de sua práxis histórica, situada no tempo e no espaço. Esse processo inacabado, contínuo e progressivo possibilita ao educador e educando a tomada de consciência crítica da realidade e de si mesmo.

Enfim, “o objetivo da educação é fazer do ser humano o sujeito de sua própria história” (LEMOS, 2004, p.127); o processo ensino-aprendizagem deverá favorecer o reconhecimento do sujeito como oprimido e seu comprometimento com as lutas sociais dos oprimidos.

3.2 Reflexo desta concepção no Ensino Religioso

“A concepção de religião presente nessa abordagem é a de religare, significando religar as pessoas a si mesmas, aos outros, à natureza e a Deus, visando torna-las mais religiosas. O Ensino Religioso é entendido como pastoral, aula de ética e valores. O conhecimento veiculado foi o da formação antropológica da religiosidade, pelo saber em relação a si próprio, aos outros, ao mundo à natureza e a Deus”. (LEMOS, 2004, p. 128)

O conhecimento veiculado era situado nas realidades sociais que

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