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História chinesa

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Por:   •  12/10/2014  •  Resenha  •  879 Palavras (4 Páginas)  •  207 Visualizações

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Um conto chinês.

Tudo se inicia com uma tentativa de roubo

Um grupo de ladrões tenta roubar um rebanho bovino tendo como meio de transporte um pequeno avião. Em seguida, campesinos armados partem em disparada atrás da aeronave, tentando salvar os animais. A empreitada dá parcialmente certo: os disparos contra osgatunos acabam por desestabilizar o voo. Do céu, já distante da fazenda onde o episódio ocorrera, uma vaca despenca e atinge um barco num lago. O choque mata uma moça chinesa cujo namorado estava prestes a lhe fazer o pedido de casamento. Inspirado em uma história real que se passou no Japão, na qual um barco de pesca japonês é atingido por uma vaca enquanto navegava em alto mar, o filme argentino Conto Chinês reforça que o absurdo é inerente à vida humana.

O longa-metragem do diretor Sebastián Borensztein é uma comédia dramática. Neste filme, Ricardo Darín é Roberto, dono de uma loja de ferragens que leva uma vida previsível e monótona. É um homem arisco, que não se abre para o mundo e faz questão de manter distância das pessoas que o cercam. Tudo começa a mudar quando o chinês Jun (Ignacio Huang), aquele que perdeu a mulher no acidente com a vaca, aparece em sua vida de repente. Perdido e machucado. Roberto tenta acudi-lo. A partir daí, trava-se um laço e a dupla, unida pelo acaso e que sequer consegue se comunicar direito, estabelece uma relação de solidariedade, travestida de estranhamento e antipatia: Jun não fala uma palavra de espanhol e Roberto não entende mandarim. Não se sabe de onde Jun veio ou para o que veio. Mas está ali. Sozinho e desesperado.

Entre mímicas e troca de olhares, Roberto e Jun tentam estabelecer algum diálogo, mesmo que preenchido pelo não-dito. A contragosto, o argentino permite que o estranho more em sua casa, mas por prazo determinado. Até encontrar o tio que está à procura. Ao longo do filme, os laços que unem os dois começam a se estreitar. Além do absurdo e do acaso, entra em cena o afeto e a empatia. Elementos da comunicação humana que dispensam a linguagem falada para existir.

Uma cena chama atenção. Em um jantar na casa de Mari (amiga de Roberto), a mesa redonda deixa evidente a comunicação que permeia o silêncio, ultrapassa as barreiras culturais e acontece, principalmente, nos gestos e na troca de olhares. Jun tenta imitar a maneira como os argentinos que o cercam comem: usa talheres, suga o tutano do boi de forma atrapalhada. Ao lado, Mari se insinua para Robeto, que não percebe a troca de olhares. Atento, Jun sorri. Posteriormente, o chinês caminha mais rápido para deixar os dois a sós. Por um momento, parece que é Roberto o estrangeiro. Que não percebe a comunicação implícita no olhar. É preciso o absurdo – neste caso o encontro com um chinês cuja namorada foi morta por uma vaca que caiu do céu - para fazer com que se deixe abrir ao acaso.

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