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Paper Cidadania

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Por:   •  23/10/2014  •  1.707 Palavras (7 Páginas)  •  2.459 Visualizações

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OS ENSINAMENTOS DE CRISTO E CIDADANIA

RESUMO

Objetiva-se neste trabalho apresentar concepções acerca da relação intrínseca, indissociável e vital entre os ensinamentos de Cristo, a política e os efeitos dessa fusão na família cristã. Vale ressaltar que são estes a tônica capaz de despertar o senso crítico, que se manifesta nos mais variados segmentos sóciorreligiosos, cuja atuação da família cristã deve estar pautada no tripé: ética, consciência cristã e conhecimento das políticas nacionais. A família cristã deve exercer sua cidadania, a fim de que a teologia política desempenhe o seu papel de maneira pluralista, moral e interativa, tendo por base o modelo supremo de cidadania, Jesus.

Palavras-chave: Família cristã; Teologia politica; Ensinamentos de Cristo.

1 INTRODUÇÃO

A política é um elemento presente em nossas vidas mais do que pensamos, pois não só em governos se exerce, mas também em igrejas onde há líderes de grupos e ministérios, pastores e superintendentes, mas também em nossa casa, onde há uma hierarquia, um cabeça, alguém que administra a casa.

Em toda política há um série de direitos e deveres, assim podemos citar a de uma família, o homem tem o dever entre vários, de dar uma boa educação, saúde e base dos ensinamentos de Cristo para seus filhos e tem o direito de ser respeitado e obedecido por eles, assim é em outras instituições, como escola, igreja entre outros. Esses direitos e deveres para com a sociedade onde vivemos se chama cidadania.

2 PRIMEIRA FAMÍLIA

A Bíblia não está dissociada da vida política. Tendo Deus formado a terra e dado a Adão o governo sobre esta. A Adão e sua esposa fora proposto povoar a terra, formando famílias, nações e gerações. Enfim, haveria de nascer e começar a florescer ideias políticas, que resultariam na existência de direitos e deveres, essência da cidadania. Todos os indivíduos no jardim do éden deveriam usufruir e exercer sua cidadania; no entanto, com ocorrido da desobediência, o primeiro casal perde o direito à “habitação”, sendo, pois, expulso do éden, o que daria surgimento ao modelo de família sem e/ou restritas bênçãos de Deus.

A história conta sobre gerações, promessas de Deus e a formação de uma nação, essa sendo escolhida por Deus. Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, a nação de Israel, que depois de êxodo, conquista as terras de Canaã, liderados por Moisés e, posteriormente por Josué, também possuía ação política, leis e código de ética, “nada fazer era a ação política deles”.

A organização política da sociedade é a provisão divina para a humanidade caída. Deus não pede que as pessoas corretas se distanciem do processo político de governo e deixem o controle sociopolítico e econômico nas mãos dos “malfeitores”. Os cristãos devem ser o sal e a luz do mundo social, portanto, não podem simplesmente se afastar do processo político. Com efeito, tal abdicação é em si mesma uma ação política que abre caminho, a fim de que o controle político seja daqueles que não apoiam valores cristãos. ”Nada fazer” é a receita certa para o pecado ficar senhor da situação.

2.1 Dever da família cristã na política

As famílias cristãs têm tanto o direito como o dever de usar a cidadania para manter a igreja livre, visando ao cumprimento do mandamento divino de governo sobre a terra, e assim, ajudar atender às necessidades sociais, agindo como indivíduo político.

As famílias como igreja devem confrontar pelo menos quatro deveres da cidadania política, quais sejam:

1. O dever de orar a favor dos que exercem autoridade governamental. Precisamos orar por auxílio divino para resolver alguns dos problemas sociopolíticos que afetam negativamente a vida humana e a proclamação do evangelho. As orações e súplicas dos fiéis ascendem muito mais alto do que as declarações e ações políticas que enchem montanhas de papel reciclável.

2. O dever de votar e de fazer petições às autoridades no poder. As igrejas devem votar mesmo quando a escolha seja entre o menor de dois males. Em conexão com isto, a obtenção do título de eleitor é o primeiro passo.

3. O dever de educar-se e informar-se. Devem instruir-se continuamente quanto a questões que afetam a vida presente e futura. Ignorância política não aumenta a felicidade espiritual.

4. O dever de candidatar-se e ocupar cargos públicos. As igrejas têm este direito constitucional. Há também designação para cargos governamentais que não envolvem campanha eleitoral.

Segundo White Ellen (2002, p.36):

“Não há nada errado na aspiração de sentar em conselhos deliberativos e legislativos e ajudar votar leis para a nação, contudo, que os ministros e pastores empregados pela igreja se abstenham de atividades políticas partidárias. Pois política partidária pode criar divisões. Um pastor poderia facilmente dividir uma congregação e enfraquecer grandemente sua habilidade de servir como pastor de todo o rebanho, tomando partido".

Tendo salientado a responsabilidade e privilégios da cidadania, torna-se necessário advertir contra o perigo de envolvimento político tanto do indivíduo como da igreja.

Sucesso na política envolve compromisso, exaltação própria, ocultar fraquezas e desempenhar papéis partidários. Às vezes torna-se necessário aceitar expedientes que não se enquadram com as melhores convicções morais. A política é um patrão exigente e absorvente. Os políticos cristãos caminham sobre uma corda bamba. Devem evitar contaminar-se com a qualidade irônica e avassaladora do ativismo político que pode rebaixar seus esforços a níveis que permitam a compreensão equivocada de que Deus não se envolve em assuntos humanos que façam referência a questões de cunho sócio-político.

3 TEOLOGIA POLÍTICA

A Teologia Política é o ramo da filosofia política e da teologia que investiga a conexão entre política e religião, e o resultado desta interatividade, bem como a busca pela orientação bíblica e espiritual fornecem subsídios para o exercício da cidadania sob a regência das escrituras sagradas (MIOTTO et al., 2013).

Enquanto as ciências sociais e políticas procuram analisar a função, o papel e a importância da religião na constituição e configuração dos processos históricos, das relações sociais e das forças políticas, a teologia procura analisar todos esses processos e a participação dos crentes e de suas igrejas. Nesses mesmos processos, a partir da fé, verifica-se a participação, no sentido de ver se esta se dá, mais ou menos, de acordo com as exigências fundamentais da fé; bem como a ação de discernir, entre as diversas possibilidades históricas, caminhos, posturas e ações para os crentes e suas comunidades religiosas em vista da eficácia da fé.

Não existe, necessariamente, contradição entre ambas às perspectivas. Tratam-se, antes, de acessos diferenciados à mesma realidade (relação teologia e política). E acessos que podem permitir promover e potenciar o conhecimento de dimensões ou aspectos diversos da mesma realidade.

3.1 O surgimento da teologia politica

Esse surgimento ocorre numa época de diálogo entre cristãos e marxistas, onde o teólogo Johann Baptist Metz inclui em seus discursos o termo Teologia Política, indicando uma primeira elaboração do projeto teológico sobre o assunto. Ele inclui na obra Sobre a Teologia do mundo (1968) as relações entre a igreja e o mundo, ou seja, identifica-se um problema na esfera social e, assim, o papel da igreja nela.

A partir do iluminismo, houve um rompimento entre a igreja e a sociedade, entre a existência religiosa e a existência social. A religião, sendo assim privatizada, sofre críticas do marxismo por ter ótimas estruturas ideológicas sobre a práxis de determinadas relações de poder.

A Teologia Política, portanto, tem o objetivo de tornar a palavra cristã uma palavra socialmente eficaz. Ela procura não apenas iluminar a consciência, mas também, transformá-la.

4 ENSINAMENTOS DE CRISTO COMO CIDADÃO

O paradigma ou modelo supremo para a vida cristã é Jesus. Sua trajetória neste mundo mostra sua atuação no envolvimento com o problema do próximo. Cristo jamais teve um comportamento individualista como hoje é largamente difundido e praticado, inclusive por cristãos. Sua vida tem a marca do comunitário, do social.

Ele viveu entre pessoas, com pessoas e para pessoas. O Filho de Deus veio, segundo ele próprio declarou, para evangelizar os pobres, proclamar libertação aos cativos, restaurar a visão de toda cegueira, libertar os oprimidos e anunciar um novo tempo da graça de Deus. Isso não é apenas discurso, é realidade atestada pela demonstração prática de toda a vida de Jesus. No episódio da visita dos discípulos de João, quando ele queria saber se Jesus realmente era o Cristo, Ele não responde inicialmente com palavras, o que seria normal e teria toda a credibilidade.

Mas o filho de Deus opta por responder com atos. Ele curou os doentes, restaurou a visão dos cegos, libertou muitas pessoas de problemas espirituais. Terminada esta ação, ele diz que realmente é o Cristo. Como cidadão, Jesus pagou seus tributos, criticou a justiça morosa e insensível aos problemas sociais, defendeu atos de justiça para todos, não somente para os humildes e oprimidos.

Enfim, a vida de Jesus foi voltada para o resgate integral de pessoas, considerando indivíduos e sociedade de modo geral. A vida do ser humano é desenvolvida no plano físico e espiritual, Jesus Cristo soube viver neste mundo como ser humano, se envolvendo com as causas sociais, se importando com as pessoas em suas necessidades físicas e materiais e suprimindo as necessidades espirituais, ligando as suas ações ao imenso amor de Deus-pai por pessoas. Ele não mudou o mundo, mas transformou e transforma profundamente a vida das pessoas que confiaram e confiam n’Ele.

Como cristãos, não vamos mudar totalmente a nossa sociedade, mas, se seguirmos o exemplo de cidadania deixado pelo nosso mestre Jesus, iremos, com absoluta certeza, transformar a vida de muitas pessoas; e assim, mostraremos que o filho de Deus vive através das nossas vidas e ações.

5 CONCLUSÃO

O presente estudo buscou apresentar o conhecimento acerca da pluralidade da cidadania, bem como enfatizar sua presente ação na formação das sociedades, de modo a promover suas indeléveis transformações por meio da consciência cristã, política e moral.

Desse modo, observou-se que a reflexão que nos propõe a teologia política inclui os variados critérios éticos da formação da cidadania, diante de um conjunto de orientações (direitos e deveres) que aplicadas corretamente, nos levam a perceber a importância de saber cuidar da organização social e política da família cristã, permitindo esclarecer posições, e uma autenticidade na busca da integridade humana, e a colaboração para a construção de uma sociedade melhor.

6 REFERÊNCIAS

CONTU, Lécio. Cidadania. 3. ed. Curitiba – Pr: Vida, 2012.

CONCÍLIO, n° 177 (julho). O papel político da igreja. Petrópolis: Vozes, 1982.

VV.AA. Cristãos: como fazer política. Petrópolis: Vozes, 1989.

MIOTTO, Jair. Cidadania. 3. ed. Curitiba – Pr: Vida, 2012.

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