TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Papers ITQ Introdução A Teologia

Trabalho Universitário: Papers ITQ Introdução A Teologia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/2/2015  •  616 Palavras (3 Páginas)  •  2.517 Visualizações

Página 1 de 3

O TEÓLOGO COMO UM FORMAMADOR DE OPINIÃO PERANTA A SOCIEDADE

Numa sociedade de cultura pós-moderna, a teologia tem perdido significado e importância. O dogma fundamental da modernidade, que estabelecia o sujeito e a razão crítica como fonte de interpretação, conhecimento e aceitação das verdades, acaba ruindo por excesso dessa mesma razão moderna. Ela sofisticou-se de tal maneira que foge do controle da razão normal das pessoas, deixando em seu lugar a aceitação ou rejeição subjetiva, arbitrária. Quando se extrema a racionalidade, cai-se na irracionalidade, pois não sendo capaz de acompanhá-la, não nos resta senão aceitá-la ou rejeitá-la também sem razão.

Nessa sociedade o teólogo assume a tarefa que todo cristão tem, de pensar a sua fé e aprofundá-la. Por um lado ele é um membro da comunidade que possui uma bagagem rica de conhecimento bíblico e doutrinário, úteis a ajudar na compreensão da fé dos fiéis e dos problemas por eles levantados. Também é membro da comunidade e ajuda a captar as questões relevantes a realidade histórico-social e interpretá-las à luz do Evangelho e da Teologia. Cabe a ela examinar as coerências internas do cristianismo e confrontá-las com os valores e práticas dadas pelo contexto social em que vive.

Nesse sentido, diante da pós-modernidade que esta posta, cabe ao teólogo reagir. Há uma forma de reação estéril, quando acontece um certo “entrincheiramento”, tipificado no protestantismo pelo fundamentalismo, o qual apela aos “fundamentos da fé”. No passado, ao sentir-se ameaçado pelo liberalismo e o modernismo teológico, o fundamentalismo elaborou um discurso intransigente não só em relação à teologia como reflexão, mas também contra a própria cultura. Refugiou-se no que se chama “sã doutrina”, procurando manter incólume o que considerava como alicerce do evangelho, mas não conseguiu elaborar uma alternativa perante os desafios que a modernidade lhe fazia. Ao invés desse tipo de atitude, os teólogos deveriam manter um diálogo mais frutífero com a cultura em que estão inseridos (em nosso caso numa cultura com tendências pós-modernas), reagindo de forma criativa diante do fenômeno que a pós-modernidade insere dentro do campo teológico.

Uma atitude, talvez, mais sensata, de início, consistiria em considerar o momento não como uma ameaça ou tentação, mas como uma grande oportunidade. A crítica pós-moderna leva-nos a uma autocrítica do nosso cristianismo. O teólogo atual tem que encontrar caminhos dentre um dos quais talvez seja partir das experiências significativas das pessoas, explicitando-as para elas mesmas. E, de dentro delas mostrar como a revelação vem responder concretamente a elas. A racionalidade se faz por meio da credibilidade e da inteligibilidade dos sinais da revelação. Volta-se a um caminho antigo em sua formalidade e atual na escolha e explicitação dos sinais. A partir disso se fazer uma dupla pergunta hermenêutica: como tais sinais permitem entender a revelação bíblico-cristã? Em que esta revelação ilumina tais sinais?

O teólogo não pode cair na armadilha de um desejo nostálgico pelo retorno daquela modernidade científica e iluminista que deu luz a um protestantismo exacerbadamente racional, pois não somos chamados a fazer teologia numa época remota, mas aos dias de hoje, cujo contexto se acha sob a influência da pós-modernidade. Pelo contrário, o teólogo deve discernir a melhor maneira de se viver a fé cristã num contexto pós-moderno, valorizando a experiência do indivíduo e respeitando a multiplicidade de crenças em seu contexto de existência. Possivelmente, a saída para o teólogo seria não lutar pela sobrevivência de uma teologia argumentativa, mas buscar espaço para uma teologia narrativa.

BIBIOGRAFIA

Apostila, Instituto Teológico Quadrangular, Introdução à Teologia – 4ª Ed. Curitiba: EGEC, 2012.

MARTINS, Jaziel G. PÓS-MODERNIDADE E TEOLOGIA. Artigo retirado do site www.teologica.br/congressoabibet em 15/01/2015.

Entrevista Especial com Afonso Soares: Ser teólogo é uma profissão? O papel do teólogo na sociedade, hoje. Retirado do site www.ihu.unisinos.br/entrevistas em 15/01/2015.

...

Baixar como  txt (4.2 Kb)  
Continuar por mais 2 páginas »