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Teologia Da Libertação E Sua Influência Na Igreja

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Por:   •  25/9/2013  •  1.147 Palavras (5 Páginas)  •  421 Visualizações

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Avançando para a reta final da análise da mentalidade revolucionária, é necessário estudar as raízes da teologia da libertação e sua influência na Igreja. Como a teologia da libertação se encaixa na mentalidade revolucionária?

Dentro do pensamento marxista, mais especificamente do pensamento marxiano[1], a religião e a teologia fazem parte de uma superestrutura, de algo que não faz parte da infraestrutura que move a história, ou seja, a economia[2]. O pensamento revolucionário posterior a Marx, porém, começou a perceber a importância da cultura, da superestrutura[3]. Marx considerava a religião como ópio do povo. Na Rússia, o stalinismo/leninismo tentou abolir a religião, mas Gramsci e a escola de Frankfurt descobriram que a cultura é, de alguma forma, a religião exteriorizada. Todos parecem ter uma visão religiosa do mundo e a cultura seria a exteriorização desta visão de mundo.

Feuerbach afirmava que toda a teologia é uma antropologia, pois dizia que tudo aquilo que se afirmava a respeito de Deus, que todas as afirmações religiosas podiam ser reduzidas a afirmações antropológicas. A religião parece, desta forma, ser uma projeção da humanidade na divindade. Feuerbach entende que a teologia é uma antropologia alienada. A Teologia da Libertação se esforça para seguir essa cartilha, pois é a imanentização[4] da religião cristã e de qualquer outra religião[5]. Tudo aquilo que se refere a Deus é relido em chave antropológica, mais especificamente em linguagem sociológica. Todo o conteúdo do sagrado e do transcendente é esvaziado na imanência humana.

Assim, uma das características básicas da Teologia da libertação é a negação de uma esperança transcendente. Não se espera o reino de Deus na transcendência, mas sim na imanência deste mundo. Seu golpe, porém, se caracteriza pelo fato de se afirmar que a transcendência se encontra no futuro. Mas, o futuro também é imanente, pois pertence à realidade desse mundo.

Essa afirmação do futuro como transcendente é própria do marxismo[6], ao se utilizar de um imanentismo fraco, afirmando que o sentido do hoje está no amanhã[7]. O marxista adia a crise de sentido diante de uma possibilidade de futuro. Mas, se o sentido do hoje é o amanhã, qual o sentido do amanhã? Qual o sentido da sociedade do futuro? Se a vida tem sentido, este sentido, necessária e logicamente, estará fora da vida. O único caminho para que a história tenha sentido é falar de uma meta-história, de algo transcendente.

O Reino dos Céus, conteúdo da fé cristã, não é o reino do amanhã, mas é o reino do além, da eternidade, eternidade que irrompeu na história humana e se fez carne. O transcendente, o sentido de tudo, o logos se fez presente na história humana. Exatamente por isso tornou-se alcançável, tangível[8]. O esforço da teologia será o de mostrar que esta aparente contradição não trai a racionalidade, mas a aperfeiçoa. A verdadeira teologia é uma tentativa de reflexão que tenta conciliar os paradoxos e aparentes contradições da fé[9] com a racionalidade.

Um "teólogo" da libertação não se move por esse mesmo caminho. Sua argumentação irá mudar quantas vezes forem necessárias até a realização do seu intento. Não existe nenhuma dificuldade em abandonar qualquer estereótipo. Tudo o que for necessário para favorecer a revolução será feito, pois qualquer argumento só tem validade enquanto convence. Se não convencer será descartado. É por isso que os teólogos tradicionais tem uma dificuldade imensa de compreender a forma de pensar de um teólogo da libertação, pois a lógica aristotélico-tomista, a todo o momento, percebe a falta de coerência lógica dos marxistas[10]. Na realidade, não seguem a lógica de Aristóteles, pois Gramsci já indicou o caminho: bom é aquilo que ajuda a revolução, mau é aquilo que atrapalha.

Para se dialogar com um marxista é preciso inverter o caminho costumeiro da argumentação, já que ele parte do primado da práxis sobre a teoria, sabendo o que quer fazer e, num segundo momento, cria a teoria para justificar a sua práxis. E, nesse caminho, o grande adversário a ser combatido é o cristianismo, ópio do povo, pois aliena 'o povo' da luta pela implantação de uma sociedade justa e sem classes através da pregação do reino dos céus. Tudo o que faça com que o povo não lute, não serve e não deve existir.

O povo deve ser engajado num processo de engenharia social e a religião deve

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