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Walther Doutrina de justificação

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Por:   •  18/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  10.963 Palavras (44 Páginas)  •  320 Visualizações

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Dr. C.F.Walther, o Teólogo

Dr. Francis Pieper. Trad. W.E. Wadewitz

(Igreja Luterana, Ano XVII, Porto Alegre, 1956. Nº 34, p.145)

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Introdução

Quando procuramos descrever Dr. Walther como teólogo, é necessário, acima de tudo, considerar sua doutrina da justificação, porque sua atitude em relação a esta doutrina nos fornece a chave para a sua completa linha de ação em sua vida tão cheia de luta.

Walther reconhece a doutrina da justificação, ou, a doutrina que o pecador é justificado perante Deus e salvo pela graça mediante a fé em Cristo como o centro de todas as doutrinas cristãs.

Sem compromissos, Walther atacou todo erro doutrinário, porque sabia que constituía séria ameaça à doutrina central da Bíblia. É nesta doutrina que ele se apóia também na sua luta em torno da verdadeira doutrina da igreja. Walther demonstra que a doutrina da justificação é anulada se, por exemplo, homens ensinam que existe igreja visível fora da qual não há salvação, ou, que a eficácia da absolvição depende da ordenação do que a administra. Fez ele a mesma objeção também em relação a outros falsos ensinamentos, os quais refutou, como por exemplo, a operação física dos Sacramentos, o sinergismo, e outros semelhantes. “Somente então”, escreve ele, “a batalha contra a doutrina falsa tomará significação prática para o cristão, quando ele percebe que esta doutrina não pode ser preservada pura enquanto outros ensinamentos são falsificados”. Walther viveu na doutrina que ensinava, como cristão e como teólogo. Até mesmo os seus oposicionistas reconheceram que ele era capaz de apresentar a doutrina da justificação de modo completamente persuasivo. Foi também neta doutrina que Walther baseou a maioria de suas conferências realizadas na assim chamada “Luther-Stunde”. Em nosso seminário teológico, ele mostrou aos seus estudantes, acima de tudo, como pregar esta doutrina corretamente, apontando-lhes tanto o caminho reto como os desvios mais comuns que ocorrem. Acreditamos não ser exagero quando declaramos que, após Lutero e Chemnitz, nenhum outro professor de nossa igreja tem ensinado a doutrina da justificação com tanto vigor como Walther o fez. Foi especialmente nesta doutrina que ele seguiu Lutero e reuniu num só feixe de luz todos os raios que emanavam dos outros teólogos da igreja luterana a respeito desta doutrina.

Quando apresentamos a posição de Walther em relação à justificação, teremos que dar valor em primeiro lugar a sua caracterização geral da justificação, com respeito a sua importância e, ainda a outros pontos; então poderemos acentuar os pontos especiais aos quais deu valor particular a fim de preservar a doutrina da justificação em sua pureza contra os erros que a assaltavam de tempos em tempos.

A Doutrina da Justificação

De acordo com Walther, a doutrina da justificação é o distintivo característico da religião cristã, pelo qual ela se distingue de todas as outras assim chamadas religiões. Escreve ele: “Quando falamos de justificação, falamos da religião cristã, porque a doutrina da religião cristã não é outra do que a revelação de Deus com respeito ao caminho pelo qual os pecadores são justificados perante Deus e salvos pela redenção de Jesus Cristo. Todas as outras religiões ensinam outros caminhos que pretendem levar ao céu; mas somente a religião cristã aponta um caminho diferente por sua doutrina da justificação. Este, porém, é um caminho do qual o mundo nunca ouviu e o qual não conhece, a saber, o plano da salvação oculto na mente de Deus antes de ser formado o mundo.“

Novamente escreve ele: “Esta doutrina é o sol celeste da religião cristã, pelo qual ela se distingue de todas as religiões como a luz se distingue da escuridão.” Quer dizer que, quem ataca a doutrina da justificação, ataca toda a doutrina cristã, toda a Bíblia, e, toda a religião cristã. Onde esta doutrina for pervertida, outro caminho de salvação é ensinado, e isto quer dizer, outra religião. Lutar pela doutrina da justificação, pelas Sagradas Escrituras e pela religião cristã; tudo chega a ser uma só batalha, uma só coisa. Sem a doutrina da justificação, a religião cristã é como um relógio sem mola. Todas as outras doutrinas perdem o seu valor, se a doutrina da justificação estiver corrompida. Quando o fundamento ceder, todo edifício cairá. Se a doutrina da justificação cair, então toda a doutrina cairá por terra. Neste caso a igreja se transformará numa escola reformatória. E, em relação à compreensão das Sagradas Escrituras, quero dizer: “Teólogos que erram na doutrina da justificação, não habitam na Bíblia, mas estão diante duma porta fechada, de nada valendo toda a diligência com que a estudam. Para aqueles que não compreendem a doutrina da justificação, a Bíblia é um mero livro de instruções morais e de muitas idéias e comentários estranhos e sem grande importância. A doutrina da justificação é por isso, o “tópico principal da doutrina cristã.” (Ap. IV, 11,2).

Enquanto alguém não for além da opinião de ser a doutrina da justificação apenas um dos artigos importantes da fé, esta pessoa ainda está cega. Se alguém não conhece a verdadeira doutrina da justificação, então nada adianta ele enaltecer a Cristo ou a graça divina ou ainda os meios da graça, porque tudo que é ensinado na igreja deve servir a esta doutrina. Isto não significa que esta doutrina deve ou pode ser tratada com exclusividade, visto que todas as doutrinas reveladas devem ser ensinadas com a maior ênfase; no entanto, quer dizer que, mesmo falando do inferno, nosso objetivo deve ser mostrar aos ouvintes como poderão ser salvos do inferno.

É absolutamente necessário que cada um conheça a verdadeira doutrina da justificação, a fim de que seja salvo. Cristãos são pessoas que conhecem o artigo da justificação, é isto que eles crêem que Deus lhes perdoa os pecados por graça, por amor de Cristo. É esse conhecimento, ou melhor, essa confiança que torna a pessoa um cristão. Walther escreve: “Sobre este artigo repousa a nossa salvação, e por isso é absolutamente necessário a cada cristão. Se alguém não conhece nem crê esta verdadeira doutrina, não lhe traria

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