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A Construção da escrita

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Por:   •  23/9/2014  •  Trabalho acadêmico  •  2.926 Palavras (12 Páginas)  •  304 Visualizações

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A Construção da escrita

O processo de alfabetização vem mostrando que para poder se apropriar do nosso sistema de representação da escrita, a criança precisa construir respostas para duas questões:

1. O que a escrita representa?

2. Como a escrita é representada?

No início toda criança supõe que a escrita é outra forma de desenhar as coisas. O que a criança não compreende de imediato é que a escrita representa a fala, o som das palavras e não o objeto a que o nome se refere. Para a criança, de acordo com sua lógica natural, as coisas grandes têm nomes grandes e as coisas pequenas têm nomes pequenos. Ao começar a se dar conta das características formais da escrita, a criança constrói então duas hipóteses que vão acompanhá-la por algum tempo durante o processo de alfabetização:

 De que é preciso uma quantidade de letras – entre 2 e - para que esteja escrito alguma coisa e

 De que é preciso de um mínimo de variedade de caracteres para que uma série de letras “sirva para ler”.

De início, ela não faz diferença clara entre a representação por um desenho ou por uma escrita, porém o contato com esses dois sistemas de representação (desenho e escrita), é que permite que ela estabeleça progressivamente essa relação entre uma e outra representação (constatação que se desenha figuras e se escreve com letras).

Ainda antes de supor que a escrita representa a fala, a criança faz várias tentativas de construir um sistema que se assemelhe formalmente à escrita dos adultos, buscando registrar diferenças entre as palavras através das diferenças na quantidade, posição e variação das letras – se constituindo assim a hipótese Pré silábica. Ex.:

ABOE EABIOFI RJSK FABIEO

(brigadeiro) (pipoca) (suco)

A descoberta de que a escrita representa a fala, leva a criança a formular uma hipótese falsa, mas necessária: a hipótese silábica. Para a criança, nesta hipótese, é necessário escrever uma só letra para cada emissão sonora (sílaba). Quando a criança escreve uma letra qualquer, que não corresponde às letras corretas, existentes nas emissões sonoras (sílabas) da palavra a ser escrita, dizemos que sua hipótese acerca da escrita é Silábica Sem Valor Sonoro. Ex.:

NJHL BOE FM

‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘

(bri-ga-dei-ro) (pi-po-ca) (su-co)

Com o tempo, devido ao desenvolvimento de sua consciência fonológica, através da observação e com o aumento de seu repertório de letras (conhecimento do alfabeto), a criança passa a escrever uma letra correta para cada sílaba da palavra a ser escrita, que tanto pode ser vogal como consoante. Nessa fase, dizemos que sua hipótese de escrita é Silábica Com Valor Sonoro. Ex.:

BADO IOA SC

‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘

(bri-ga-dei-ro) (pi-po-ca) (su-co)

A partir disso, as contradições entre suas idéias sobre a sua escrita e a escrita convencional, aliadas às intervenções da professora, vão gerar conflitos necessários e avanços significativos para uma compreensão do sistema alfabético. Isso faz com que a criança construa novos conhecimentos, formulando uma nova hipótese de escrita, que é quando passa a acrescentar letras em sua escrita silábica, escrevendo ora uma, ora mais letras corretas para cada emissão sonora (sílaba). Quando a criança transita por essas duas hipóteses – a silábica e a alfabética – dentro de uma mesma palavra, dizemos que ela se encontra em uma fase de transição de hipóteses chamada Silábica Alfabética. Ex.:

BIHDRO PIOK SUO

‘ ‘ ‘ ‘ ‘

(bri-ga-dei-ro) (pi-po-ca) (su-co)

Só quando a criança encontra, finalmente, respostas para as duas questões colocadas inicialmente, pode ser considerada na hipótese Alfabética. Ex.:

BRIHADERO PIPOKA SUQO

Depois disso, a criança começa a pensar então, em outras questões conflitantes como a ortografia da escrita, na segmentação adequada das palavras no texto, etc. Quando a crianças conseguem escrever as palavras já pensando nas possíveis soluções para essas questões, podemos considerá-la alfabética ortográfica.

BRIGADEIRO PIPOCA SUCO

Todas as informações sobre a construção da escrita pelas crianças, contidas neste texto, foram elaboradas de modo bem simplificado, com o objetivo de fazer com que pais e futuros professores possam compreender o que acontece com as crianças em processo de alfabetização. Essa teoria, na verdade, é extremamente complexa e fruto de uma revolucionária e maravilhosa pesquisa científica realizada, através de estudos investigativos com inúmeras crianças, por

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