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Currículos e programas

Por:   •  12/12/2015  •  Resenha  •  1.382 Palavras (6 Páginas)  •  232 Visualizações

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CURRÍCULOS E PROGRAMAS

         Quando nos propomos a confrontar o estudo do currículo com a teoria curricular, observamos a existência de um profundo abismo, em que pese a interligação entre a teoria curricular e o estudo do currículo, vez que as tendências e as necessidades requeridas por este, são frutos das orientações daquele. Nesse sentido, podemos observar sem muito esforço que entre o enfoque dado pela teoria e o confronto com o estudo do currículo, deixa claro a necessidade de se aperfeiçoar e redefinir tais teorias, a fim de melhor orientar na construção curricular.

        Observa-se claramente, que as teorias curriculares são desenvolvidas de forma meramente programática, não se coadunando com a realidade; ao revés, se estruturam em bases utópicas, que acabam se afastando do possível e gerando problemas basilares na construção e formação de uma boa política educacional.  

        Certo é que ao se buscar a criação de uma política educacional, objetivamente se tem a intenção de realizar de forma mais aprimorada possível a prática educativa, mas para desenvolver esta política, inexoravelmente se faz necessário recorrer a teorias e hipóteses. Assim, quando essas teorias ou hipóteses se mostram apropriadas, obviamente se obterá um resultado positivo na política educacional, mas ao incorrerem em erros, em regra acarretam efeitos indesejados.  

        As teorias curriculares parecem ter sua principal origem na influência americana, relacionada com o contexto social e econômico dos países do Ocidente; apresentavam-se na forma de receitas prescritivas, dando ênfase as formas racionais e científicas de projetos e implantações curriculares.

         Nesse viés, destacaram-se as transformações da escolarização americana, das décadas de 1960 e 1970, pois com espeque na bem sucedida administração de Taylor e acreditando numa ideologia tecnocrática e tecnicista baseada em análise de sistemas, apegaram-se à crença de que tais abordagens, sendo bem sucedidas na aplicação industrial, certamente se aplicariam muito bem na administração curricular e conseqüentemente na eficiência da aprendizagem infantil.

         Não é difícil observar que o modelo em comento, está fortemente associado aos predomínios da ordem pública e econômica, restando nítida a direção imposta às teorias curriculares, as quais devem proporcionar um conteúdo objetivo que direcione e justifique a importância do patrocínio e da realização do sistema, objetivando comprovar a eficácia da administração científica do sistema, de modo a justificar a manutenção científica e burocrática do modelo racionalista de escolarização.

         Nesse modelo, o que importa é a execução da vontade do titular da política, que cria expectativas daquilo que a escola deve atingir, traduzindo em ações que aos docentes caberiam desenvolvê-las; enquanto aos burocratas caberia a execução das metas oficiais institucionais.

        Resta claro que o modelo adotado, trata-se da forma prescritiva de teorização, por quanto, ao nos aprofundarmos em sua análise, especifica e restritivamente sobre a matéria escolar, percebe-se que o suporte para este modelo encontra-se baseado na filosofia, pois esta se posiciona acima da controvérsia existente sobre o currículo, se comprometendo exclusivamente com o racional e com a lógica.

         Por conseguinte, tal modelo, apoiado na filosofia, transcende a idéia restrita de cultura e amplia a visão da concepção das metas educacionais, muito embora na atual conjuntura da realidade curricular, nem sempre as metas se apresentam relevantes, pois parte considerável das instituições acadêmicas ignora a experiência do dia a dia dos discentes, levando o método pedagógico tradicional de ensino à falência.

         Como se pode verificar do assunto, o cerne da questão no que tange a esse método está em saber reconhecer nas lógicas dos objetivos intelectuais a sua importância e o que representam as escolas, não só no que se refere às disciplinas, mas também quanto a importância do interesse psicológico e social; conduzindo-nos a concluir que a educação é um tema por extremamente complexo e muito embora a filosofia tenha um importante papel na sua construção, a elaboração e a aplicação de currículo, deve ir muito além das teorias sobre prescrições curriculares.  

        Não se pode olvidar que naquele período, surgiram educadores e teóricos do currículo, contrários ao sistema de racionalismo e administração científica, os quais acreditavam numa visão educadora potencialmente livre e estimuladora, onde a ação e o agir deveriam anteceder a teoria, pois seus efeitos são fundamentais e duradouros, restando a teoria apenas corrigir os desvios de tais ações.

Tais educadores procuraram abandonar a escola racional e científica, com a intenção de alcançar o perfeccionismo, o desejo desses opositores de corrigirem o problema tornou-se tão intenso, que praticamente não toleraram pesquisas de longa duração. Acreditavam que a complexidade na construção de um modelo educacional ideal, torna completamente frágil a criação de uma “técnica educacional” capaz de funcionar com plena eficiência, pois não se pode substituir um conhecimento empírico-experimental adquirido no curso de longos anos de prática, onde se emprega muito mais a sensibilidade do que o concreto.  

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