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DUMANIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE OUTROS

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Por:   •  24/9/2014  •  Tese  •  2.869 Palavras (12 Páginas)  •  273 Visualizações

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DESUMANIZAÇÃO E A COISIFICAÇÃO DO OUTRO

A exploração do trabalho escravo não se limita aos meios rurais. Como foi mencionado na etapa anterior, há diversas formas contemporâneas de exploração do trabalho que envolvem o cerceamento de liberdade e a degradação do ser humano. Esses dois fatores, além de caracterizarem a condição de escravidão, estão estreitamente ligados a um processo ainda mais perverso, em que a pessoa se transforma em mercadoria comercializável, interessante somente por causa do seu valor de troca. Nesse caso, as maiores vítimas são, sobretudo, crianças, adolescentes e mulheres, transformadas em objetos de consumo. Nesta etapa, analisaremos de forma breve como a exploração sexual de crianças, adolescentes e mulheres, comercializadas no interior dos esquemas de tráfico internacional de seres humanos, são desumanizadas e coisificadas, tornando-se objetos de transação no comércio global de armas e drogas.

Para debate: De que forma as duas práticas estão relacionadas?

A declaração aprovada durante o 1 º Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, ocorrido em Estocolmo, em 1996, definiu a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes como toda prática que compreende o abuso sexual por adultos e a remuneração em espécie ao menino, à menina, a terceiros ou várias outras pessoas. Nessa situação, a criança é tratada como um objeto sexual para o prazer de um adulto e urna mercadoria, pois a relação é consumada mediante pagamento. É uma violçaõ dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, já que constitui uma forma de coerção e violência, geralmente acompanhada de trabalho forçado e formas contemporâneas de escravidão[1].

Já o tráfico de pessoas constitui o recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou recolhimento de pessoas pela força, ameaça ou outras formas de coerção, como fraude, engano ou abuso de autoridades[2]. É importante observar que o tráfico de pessoas envolve as mesmas condições observadas no aliciamento para exploração de trabalho escravo. Nelas, o trabalhador também é submetido a condições materiais objetivas que abrangem estratégias de recrutamento, promessas de transporte e alojamento e condições subjetivas de realização, que envolvem promessas de ganhos, ocupação, condições de trabalho melhores[3].

O perfil das vítimas: Quem são as pessoas mais sujeitas ao aliciamento pelas redes de crime organizado que traficam seres humanos para fins de exploração sexual?

Uma pesquisa coordenada nacionalmente pelo Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), em 2002, revelou que o perfil das pessoas aliciadas pelo tráfico de seres humanos é geralmente do sexo feminino, com idades entre 15 e 25 anos, pardas ou negras. A maioria é oriunda de classes sociais mais baixas, com pouca escolaridade, mora em bairros periféricos com carência de saneamento, transporte e outros serviços públicos, tem filhos e exerce atividades pouco qualificadas, como serviços domésticos (arrumadeira, empregada doméstica, cozinheira) ou no ramo de serviços (auxiliar de serviços gerais, garçonete, balconista). Mal remuneradas, sem registro, muitas estabelecem uma rotina desmotivadora e desprovida de possibilidades de ascensão social, o que as torna presa fácil para os aliciadores, que prometem ganhos vultosos e rápidos no exterior.

A desumanização é fazer com que um ser humano deixe de ser menos que outro ser humano,tirando seus direitos humanos como sua personalidade, criatividade, compaixão e amor para com os outros.

A coisificação é tratar ou transformar um ser humano como "coisa" é quando um individuo na sua vida social perde o valor essencial e passa a ser tratado apenas como coisa. O valor moral é substituído pelo valor material, cresce a necessidade da auto- afirmação do parecer, parasatisfazer certos interesses. A desumanização e a coisificação do outro aparece por diversos meios dentro deles o comportamento das relações humanas.

2.1 A exploração sexual de crianças e adolescentes

Onde são tratados como uma mercadoria para prazer de certo individuo como um objeto descartável que se compra, usa e joga fora.Ocorre geralmente com pessoas do sexo feminino, de classe social baixa , com pouca escolaridade, onde é oferecida ganhos.Toda criança deve ter o direito de estudar e não

O PROCESSO DE DESUMANIZAÇÃO E COISIFICAÇÃO DO OUTRO

Pobreza e Exclusão

Não há evidências, na história, de que houve alguma sociedade igualitária. Havia idéias de distinção e de discriminação entre grupos sociais. Diferenças de sexo e idade onde grupos discriminados exerciam funções diferentes, tendo certa parcela de poder e determinados direitos e deveres. Na sua “evolução”, as sociedades foram se tornando mais complexas, onde membros não tinham iguais acesso a algumas vantagens como poder de decisão e a liberdade. Durante todo esse processo, tendência marcante foi a “diferença” crescente tornando complexa a sociedade, onde diferentes grupos formados passaram a se distinguir por etnia, nacionalidade, religião, profissão e, de forma mais acentuada, por classe social. Como sociedades plurais, formadas por inúmeros grupos, cada um teriam uma função, um conjunto de direitos, deveres, obrigações e possibilidades de ação social.

Tem-se assistido o resultado desse longo processo histórico, na formação de uma civilização complexa e diferenciada, onde todos procuram conquistar direitos na luta pela igualdade social. O que se vê é que boa parte da população vive à margem dos benefícios do desenvolvimento industrial e sem terem acesso a uma quantidade mínima não só de bens, mas de educação, saúde e segurança.

A modernidade levou a humanidade a acreditar no progresso, na evolução de indivíduos e nações, enfim, onde acreditaram que tudo daria certo. No entanto, a realidade comprovou o contrário. Nessa forma de organização social há contradição quando a desigualdade assume o caráter de privilégio de alguns e de injustiça para com outros. E é essa nova consciência que torna a pobreza tão incômoda.

Muitos defendem que todos os homens têm os mesmos direitos e são iguais perante a lei. Mas como justificar tamanha diferença social?

Em pleno desenvolvimento da indústria de massa, se produz e se coloca em circulação uma quantidade imensa de produtos. Com a concorrência entre os grupos sociais acabam por criar mecanismos de apropriação e monopólio

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