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INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL

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Por:   •  27/5/2013  •  4.012 Palavras (17 Páginas)  •  341 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A variação linguística é uma característica inerente às línguas, que é estabelecida de acordo com o modo pelo qual a língua se diferencia, sistemática e coerentemente, levando-se em conta o contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente. Estamos conscientes de que a variação linguística é uma situação real e abrangente, e que a simultaneidade da língua padronizada pela gramática normativa e a existência das diversas formas que o falante usa para a efetivação da comunicação, divergem no campo da praticidade oral e escrita. Dentro das variações linguísticas, percebe-se que a Língua Portuguesa utilizada no Brasil não é uniforme, pelo contrário é constituída de muitas variedades, pois embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões, como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala. Dessa forma, percebe-se que as variações linguísticas fazem com que a língua seja adequada à comunidade que a utiliza, permitindo a expressão de seu mundo físico e simbólico, onde há sempre uma ordem de valor das variedades em uso que reflete a hierarquia dos grupos sociais, ou seja, variedades consideradas superiores e inferiores. Diante de tudo que foi exposto e ao analisar as variações linguísticas como essenciais para nossa comunicação cotidiana devido a essas caracterizarem a língua, não tornando essa língua melhor ou pior, e sim simplesmente aproximando o indivíduo de uma melhor compreensão do mundo e sua relação no meio em que vive, fica evidente que essas variações permitem a expressão das necessidades humanas socialmente e a construção e desenvolvimento do mundo, o que justifica a necessidade de se estudar esse tema. Dessa forma, esse trabalho objetiva analisar as variações linguísticas como reflexo da identidade social, a partir da verificação das principais diferenças entre língua padrão e língua informal que justificam as variações linguísticas; Como objetivos específicos a pesquisa busca elencar as possíveis causas do preconceito linguístico com relação à língua padrão informal; investigar como as variações linguísticas são trabalhadas no âmbito escolar; Verificar esses processos inerentes às variações linguísticas.

A pesquisa foi elaborada a partir de levantamentos de dados bibliográficos qualitativos e descritivos, de acordo com um método sociolinguístico dentro de uma perspectiva de Labov. Além disso, o trabalho foi estruturado seguindo os seguintes aspectos concernentes à temática: breve histórico das variações linguísticas; língua padrão (variantes cultas) e língua informal (variantes populares); variação diatópica, diastrática e diafásica; principais fatores que levam a variação da língua e o tratamento escolar sobre o ensino da língua.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Breve históricos das variações linguísticas

Após muitos estudos com relação á linguagem, foi percebido que a língua portuguesa não é propriamente singular, mas sim que à de se considerar ás variantes existentes conforme cada situação disponível.

Por se considerar a língua um sistema homogêneo, o estudo das variações nunca havia despertado o interesse dos linguistas, porém só em meados da década de 1960, quando muitos desses cientistas da linguagem perceberam que não era mais possível estudar a língua sem considerar também a sociedade em que ela é falada, é que se começou a estudar a língua na perspectiva da mudança e da variação em termos sociolinguísticos. Segundo Bagno (2002, p. 27):

A linguagem e suas variações começam á serem vistas de forma inseparáveis, desistindo da ideia de problema social, passando a linguagem á se estudada como parte que constitui e enriquece qualquer sociedade.

O termo variações linguísticas foi aceito no momento que se passou á observar ás varias situações diferentes de comunicação, e a língua começou á se estudada como identidade humana.

Como bem explica Oliveira (2008):

O rotulo variação linguística ganhou destaque a partir desse momento, com as análises sobre as diversas línguas incorporando variáveis como: idade, sexo, ocupação, origem étnica e atitude. Nessa nova orientação, as tradicionais questões do “certo” e do “errado” passaram a ser vistas em termos de adequação a situação comunicativa, e os comportamentos linguísticos foram assumidos como traços indenitários, como marcas individuais e, principalmente, sociais de estar na comunidade linguística.

2.2 Língua padrão (variantes cultas) e Língua informal (variantes populares)

Língua culta seria aquela utilizada pelos grandes profissionais linguísticos, é caracterizada pela clareza, uma linguagem ortograficamente correta, que podemos encontrar nos livros didáticos e em trabalhos científicos, etc. Enquanto a língua informal é caracterizada por gírias, regionalidades, e sem alguma preocupação com a norma ortográfica, é aquela que sem dúvidas usamos no nosso cotidiano. As variantes linguísticas estão dentro da linguagem culta e da linguagem informal.

Dockhorn (2001) segue uma linha de pensamento, explicando através de um exemplo, como essas línguas relacionam esses dois tipos de variantes, onde a evolução natural da língua é na realidade a melhor explicação que justifica a presença das variantes cultas e populares nas línguas, onde esse autor argumenta que:

Quando se leem as opiniões dos gramáticos, que dizem que o aluno, ao escrever “Nóis fomu”, usou formas erradas, tem-se a impressão de que eles adotam a tese, segundo a qual, a forma fomu é uma degeneração da forma fomos. Ficaria a pergunta: Quando e onde ocorreu tal degeneração? Além disso, ficaria a pergunta: Esse fenômeno evolutivo deve ser considerado uma degeneração, num sentido pejorativo, ou, simplesmente, uma evolução natural? Pelo que os cientistas afirmam, a evolução é algo inerente à natureza física e biológica. Por que não o seria na linguagem? Se apontarmos a evolução como um processo natural na linguagem, a visão valorativa das variantes toma outra consistência muito mais compreendida.

2.3. Variação diatópica, diastrática e diafásica

Dentro da linguagem pode ser encontrada três tipos de variações, ou seja, formas diferentes de se efetuar a língua.

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