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Incluir-se Ao Processo De Inclusão: Uma ação Necessária

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Por:   •  12/11/2013  •  530 Palavras (3 Páginas)  •  534 Visualizações

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Incluir-se ao processo de inclusão: uma ação necessária

O tema inclusão hoje é alvo de calorosas e angustiantes discussões. A busca por receitas prontas que irão apontar soluções definitivas é o que muitos professores anseiam. O que fazer e como fazer são palavras-chaves neste cenário.

Para quem almeja encontrar um passo-a-passo ou um posicionamento em favor ou contra as politicas e práticas inclusivas que irão nortear o fazer docente, deveria repensar esta postura. O que está em jogo neste contexto é um conjunto de variáveis sociais e culturais, que vão desde princípios e ideologias, até interesses e disputas por significação. Isto significa dizer que, por mais que a legislação venha garantir o direito a inclusão de todas as pessoas com deficiência, a inclusão efetiva dependerá do olhar que dirijo sobre este sujeito, sobre o cuidado que dispenso a esse “outro”.

Ao longo do tempo construímos e inventamos culturalmente os sujeitos e os classificamos conforme diferentes narrativas: médico, religioso, linguístico, educacional. É a linguagem que permite a criação de um sistema de significações para representar coisas e negociar sentidos a elas. Compreender o significado que construímos a palavra deficiência vai depender de um conjunto de relações entre cultura, significado e comunicação. Se por exemplo, esta palavra representar um sentido clínico e terapêutico é porque produzimos dessa forma. Assim, o processo de inclusão pressupõe o discurso que dirijo a este sujeito.

A proposta de cursos de formação docente, a possibilidade de turmas reduzidas quando há alunos com deficiência e a criação de salas de apoio em contraturno, será suficiente para garantir a inclusão do deficiente se o olhar para este sujeito continuar sendo excludente? Se ainda ver este “outro” como alguém incapaz, incompleto, que necessita ser reabilitado, curado e normalizado?

Para que a inclusão aconteça, sem duvida, precisamos de preparo, porem não devemos aguardar a formação/capacitação para então realizar o processo de inclusão. É preciso saberes que possibilitem trabalhar para desencadear processos de aprendizagens. Preciso compreender como os sujeitos aprendem, como constroem o conhecimento.

Como docentes, precisamos passar a ver um outro sujeito da educação, que possui múltiplas identidades, que é fragmentado, que significa e é significado a partir de lugares que ocupa na rede social.

A inclusão pode ser vista como o primeiro passo numa operação de ordenamento, pois é preciso a aproximação com o outro, para que se dê um primeiro (re) conhecimento, para que se estabeleça algum saber, por menor que seja, acerca desse outro.

As instituições que garantem o acesso e o atendimento a todos são, a princípio, includentes, mesmo que, no decorrer dos processos de comparação e classificação, elas venham a manter alguns desses todos, ou muitos deles, em situação de exclusão. Isso significa que o mesmo espaço considerado de inclusão pode ser considerado um espaço de exclusão.

Para finalizar podemos afirmar que, garantir o acesso, a formação/ capacitação docente e o apoio em sala de recursos não garante a inclusão e, na mesma medida, não afasta a sombra da exclusão. Portanto, trabalhar com o diferente é estar também neste não lugar, movediço, incerto, refazendo-se

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