Leitura

JUSTIFICATIVA

A leitura é uma atividade ampla e abrangente, que não se restringe apenas à palavra escrita. A identificação do leitor com o texto possibilita recriar a situação lida, concordar ou discordar com o que está escrito, conforme a visão e o conceito que ele tem a respeito do assunto, buscando, através deste, elementos para sua formação ou prática reflexiva. Através da leitura, o indivíduo encontra caminhos que o levam a questionamentos mais profundos acerca de si próprios refletindo no despertar de emoções ocultas ou conflitos mal resolvidos, colocando ante suas próprias dificuldades e problemas, auxiliando-o a melhor compreendê-los a até solucionar.

Assim, inúmeras são as contribuições que a leitura pode oferecer ao sujeito. Entretanto a mesma nem sempre é vista e tida com tal relevância ou muitas vezes é reduzida ao momento de leitura, desprezando o ambiente rico que a sala de aula oferece, a experiência do aluno enquanto sujeito social e a presença da leitura em todos momentos da vida do ser humano. Privilegia-se muitas vezes apenas a leitura do decodificar sinais, alheia ao processo de letramento tão valioso para que o aluno se perceba como sujeito de direitos, de buscas e de realizações.

Pela minha experiência nas unidades de ensino da educação infantil, e na fala de muitos colegas, percebo uma limitação ao trabalho da leitura, sem muitas vezes fazer a junção leitura e literatura, atraindo a criança para o conhecimento, e essencialmente, mergulhando nesse universo infantil.

O professor da educação infantil, muitas vezes, não permite que a criança tenha essa possibilidade, ou talvez não acredite na riqueza da experiência do aluno e no seu processo de leitura de mundo. Muitas atividades são organizadas de forma que o aluno só vai preencher quadradinhos, ligar caminhos, sem criatividade, e o que mais me preocupa, sem a participação do aluno no seu próprio processo de conhecimento.

Atividades com textos impressos, com desenhos prontos e com ausência da interferência da criança vem me angustiando, levando-me assim a investigar como a leitura é vista, trabalhada pelo professor na educação infantil. Muitas vezes a expressão da criança nos desenhos é ainda desprezada pelo professor, o que acaba por inibir esse aluno a não falar, não se mostrar, não ler e não criar, apenas a reproduzir. Por isso optei pelo tema, procurando entender a problemática e de alguma forma contribuir para uma leitura de referência, de significado e de construção para um sujeito dinâmico, capaz de compreender a realidade que o cerca. Talvez se o professor iniciar desde cedo esse compromisso enquanto leitor, enquanto formador, enquanto colaborador para pessoas conscientes do seu papel na sociedade, porque sabem entender a realidade, sabem reconhecer quando estão sendo enganados, sabem o que querem, então teremos uma comunidade de pessoas mais felizes porque irão entender também o seu papel como cidadãos.

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