Leitura E Produção Textual

. Leia o texto que segue e responda aos questionamentos efetuados na sequência (3,0 pontos).

PENSAR É TRANSGREDIR

“...Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade, embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.

Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo, em si, não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.

Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.

Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.

Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for”...

Fonte: LUFT, Lya. Pensar é transgredir. In: Revista Veja, de 20 de fev. de 2008. São Paulo: Abril, ed. 2048.

a) Há duas funções de linguagem predominantes no texto acima, dessa forma, cite quais são elas. Em seguida, transcreva 2 trechos do texto que comprovem a sua resposta.

Função Expressiva: “...Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade, embora pareça que ainda estamos vivos.”

Função Poética: “Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança”

b) A partir desses exemplos, identifique e explique duas características, em cada texto, relacionadas às duas funções citadas anteriormente. Veja que as respostas não podem ser cópia da teoria presente no material didático, ou seja, você deve explicar com suas próprias palavras.

No exemplo da função expressiva a autora transmite emoções e anseios na primeira pessoa do singular, utiliza palavras subjetivas e também pontuação característica desta função.

No exemplo da função poética a mensagem é destacada, pelo modo como foi organizada, através do arranjo das palavras e pela sua estética.

2. Leia atentamente a charge a seguir:

Uma leitura bem atenta leva a perceber que, pela charge acima, aborda-se um tema bastante atual.

a) Considerando tanto a linguagem verbal como a não-verbal, esclareça (em um texto de 3 a 5 linhas) o tema de que trata a charge. (1,0)

A charge trata da falta de ética dos candidatos a cargos políticos, de uma forma humorada ela extrapola sugerindo que seja requisito obrigatório para os candidatos a falta de caráter, ela também sugere que o eleitor não se incomoda com este fato elegendo assim o corrupto.

b) Considere, da charge, principalmente o enunciado a seguir: “TSE deve liberar candidatos que respondem a processos”. A partir de uma relação entre esse enunciado e o tema da charge, elabore um texto analítico/argumentativo (de 8 a 10 linhas) com introdução, desenvolvimento