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MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS

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Por:   •  22/2/2015  •  2.679 Palavras (11 Páginas)  •  361 Visualizações

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LEITURA DO LIVRO

ROMANCE URBANO

Diferente do que é mostrado em “Memórias de um Sargento de Milícias”, o romance urbano presente na terceira geração romântica retratava a vida da elite da Corte em momento específico, no caso do livro é dito na primeira linha do livro: “Era no tempo do rei”, que era D. João VI, de Portugal. Fixado no Brasil no período de 1808 a 1821 – (Precursor da independência brasileira) o livro traz consigo as influências da sociedade europeia, sendo o principal aspecto a utilização do folhetim.

Também chamado de “Romance de costumes”, sua principal característica é ilustrar paixões, fatos, comportamentos, interesses e características de uma classe social específica em determinada época, e geralmente eram melodramáticos e possuíam finais felizes. Influenciada pela sociedade europeia (e avantajado no livro por causa de ser anterior à independência), a literatura urbana foi consagrada pelas famílias burguesas que possuíam destaque social e que procuravam entretenimento, o seu foco eram as mulheres, já que o mundo da educação se ampliava para as moças, sendo a leitura como uma “prática feminina digna das heroínas mais admiráveis”.

O LIVRO

O Romance “Memórias de um Sargento de Milícias” é um dos clássicos mais comentados da literatura brasileira. Escrito por Manuel Antônio de Almeida, na indicação da autoria o livro trazia consigo “escrito por um Brasileiro”, modo como o autor referia-se a si mesmo no livro. Escrito na maior cidade e capital da época, o Rio de Janeiro era a cidade mais comentada, e o autor não poderia escolher melhor lugar.

FOLHETIM

As Memórias de um Sargento de Milícias foram escritas em forma de folhetim entre junho de 1852 e julho de 1853, na seção “Pacotilha” do jornal carioca Correio Mercantil. Criado com o objetivo de aumentar as vendas dos periódicos na sociedade francesa e integrado no Brasil aos poucos, o romance de folhetim (ou simplesmente folhetim) compunha-se de uma longa prosa dividida em pequenos capítulos, geralmente acompanhada pelos leitores, cada capítulo contava pequenos trechos da história, aumentando a apreensão do leitor. Muitas vezes servia de profissionalização do escritor da época, necessário no contexto econômico do século XIX e, ao longo do tempo foi substituído pelas radionovelas e posteriormente pelas telenovelas.

O correio mercantil era um periódico, publicado de terça a domingo, no qual funcionou seção Pacotinha de 1851 a 1854, que era publicado sempre aos domingos mais um episódio de Memórias de um sargento de milícias. Este jornal era um dos veículos satíricos presentes da época, então a aparição de uma narrativa bem humorada não foi espanto.

TÍTULO

A obra de Manuel se chamou desde o inicio de Memórias de um sargento de milícias. O termo “Memórias”, que já foi chamado de excêntrico por muito de sua época faz referência à evocação de um tempo passado, que foi vivido por Leonardo No fim do livro, Leonardo vira um sargento, porém este não poderia se casar então ele pede ao Vidigal para se tornar um Sargento de Milícias—que na época era o oficial que tratava com a burocracia — para se casar com Luisinha. O título é incomum, pois se refere ao final do livro, e portanto o leitor apenas compreende o título ao acabar o livro.

ESPAÇO

O livro descreve o meio urbano (Rio de Janeiro) brasileiro do século XIX, descrevendo principais pontos e pontos bem à margem da sociedade, como bares e etc. No segundo parágrafo do livro ele fala das ruas do Ouvidor e da Quitanda, onde popularmente conhecido como canto dos meirinhos, sendo Leonardo também um meirinho. A narração, ao voltar ao passado, fala de um espaço da metrópole Portugal, lugares como o rio Tejo ou a cidade de Lisboa.

Muitas das narrações ocorrem dentro de um espaço específico, no qual o autor o descreve detalhadamente, como o pátio dos bichos ou a casa de dona Maria, o que é uma característica típica do Romantismo. Mesmo assim, o cenário apenas serve para localizar o leitor dentro da história, quase nunca interagindo com os personagens.

TEMPO

Começo do século XIX. Chegada da Família Real portuguesa no Brasil. O romance tem início com a expressão “Era no tempo do Rei”, fazendo referência ao rei português Dom João VI, com o mesmo estilo de “Era uma vez”. A história é narrada no período de 1808 a 1822, mesmo não dando muitos detalhes da data. A história foi produzida 30 anos depois, então o autor faz questão de demonstrar esta diferença por frases satíricas. O tempo da história é irregular, pois ao tempo em que um capítulo ele descreve o protagonista como criança, em outro ele já pula para este no auge de sua adolescência, ou mesmo volta o tempo para contar um fato histórico das personagens, fato comum nos romances da época.

PERSONAGENS

Cada personagem da narração de Manuel Antônio de Almeida foi cuidadosamente pensado para possuir um caráter menos pessoal e ressaltar sua importância na história. Personagens chamados por sua profissão ou por apelidos são comuns, tudo isto para mostrar as diferenças entre as classes. Os personagens serão separados em dois planos: o plano da Disciplina, representado por manter a calma e seriedade do livro, por exemplo, o Vidigal, a Comadre, etc.; e o plano da Indisciplina, representado pela bagunça, do crime, entre outros, como o próprio Leonardo Pataca e seus amigos.

O que deve ser lembrado é que a dualidade do livro também pode ser exposta pela troça do plano da Disciplina pela Indisciplina. As personagens representam a ironia das classes sociais, mas mesmo assim possuem uma personalidade invariável cada um do seu modo. Aqui está uma lista completa dos personagens principais e secundários da história:

Leonardo Pataca: Leonardo é um homem que trabalha de meirinho, que hoje equivale a um oficial de justiça. È conhecido na história por ser galanteador e não possuir sorte. Caracterizada como redonda e gordíssima personagem de cabelos brancos e carão avermelhado, a personagem se casa já no primeiro capítulo e tem um filho: Leonardo. Depois de arranjar confusões com o Vidigal e com o frade, acaba casando com Chiquinha. Sua importância varia entre sua posição jurídica, sendo um representante da Disciplina, mas também como nervoso azarado e briguento, além de ser pai do protagonista.

Maria da Hortaliça: Mãe de Leonardinho conhece Leonardo Pataca em um navio cujo destino era o Brasil. Caracterizada como uma

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