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Novas Perspectivas No Ensino De Língua Portuguesa

Trabalho Escolar: Novas Perspectivas No Ensino De Língua Portuguesa. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/4/2014  •  1.963 Palavras (8 Páginas)  •  858 Visualizações

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Novas Perspectivas no Ensino de Língua Portuguesa: o trabalho com gêneros textuais

RESUMO: Neste artigo, busca-se uma reflexão sobre as novas perspectivas ao ensino/aprendizagem da língua materna, destacando-se, sob a ótica dos gêneros, a importância do trabalho com textos.

Palavras-chave: Linguagem, Língua Portuguesa, Texto, Gêneros, Letramento.

Introdução

As transformações econômicas e culturais, o dinamismo do mercado de trabalho e a revolução causada pelo desenvolvimento tecnológico, principalmente nos últimos vinte anos, causaram inúmeras e profundas mudanças na sociedade brasileira e mundial. Esse novo cenário global também atingiu as instituições de ensino que se viram obrigadas a reavaliar sua postura e seu papel no mundo contemporâneo, bem como reorganizar a composição dos currículos e dos conteúdos abordados pela escola tradicional.

No ensino de Língua Portuguesa, disciplina priorizada neste texto, as referidas transformações foram (e são) extremamente impactantes. As novas demandas surgidas conferiram à leitura e à escrita importância nunca antes alcançada; todavia, em um mundo no qual a aquisição de informação torna-se um diferencial significativo, não basta mais somente aprender a ler e a escrever, é preciso ir além, fazer uso da língua como prática social, um “instrumento” que nos permite interagir e nos situar em nossa vida cotidiana. Para tanto, faz- se necessário que os referenciais pedagógicos visualizem o ensino escolar como um processo contínuo de apropriação das práticas sociais, as quais se manifestam através de textos (verbais e não-verbais) que transitam nos diversos espaços públicos e formais.

Linguagem: visão sociointeracional

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental/Língua Portuguesa (PCNLP):

O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o domínio da língua, como sistema simbólico utilizado por uma comunidade linguística, são condições de possibilidade de plena participação social. Pela linguagem os homens e as mulheres se comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem cultura. (BRASIL, 1998, p.19).

Em Brandão (2002), encontramos uma perspectiva semelhante, pois, de acordo com a autora, a linguagem é considerada um “elemento de mediação necessária entre o homem e sua realidade e como forma de engajá-lo na própria realidade” (p.12). Segundo a pesquisadora, a linguagem - identificada como lugar de conflito e de confronto ideológico - não deve ser estudada fora do ambiente social, haja vista que sua constituição dá-se através de processos histórico-sociais.

Em outro documento apresentado pelo Ministério da Educação (MEC), os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), a linguagem é vista como “a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas arbitrários de representação, que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade” (BRASIL, 2000, p. 5). Dessa forma, podemos atribuir à língua a responsabilidade de construção e “desconstrução” dos significados sociais, o que nos leva a situá-la no emaranhado das relações humanas, nas quais se insere o educando.

Destarte, sob o ponto de vista das novas perspectivas relacionadas ao ensino/aprendizagem da língua materna, podemos inferir que se torna vital a elaboração de propostas metodológicas que considerem as linguagens não somente como formas de comunicação e expressão, mas como “ferramentas” que auxiliam na significação e na formação de conhecimentos e valores, visto que são elas as responsáveis pela concreta manifestação ideológica dos indivíduos e dos grupos sociais.

Perspectivas ao Trabalho com Textos

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96, ao vincular a educação ao trabalho e ao exercício da cidadania, estabeleceu uma nova dinâmica à prática escolar. As propostas de reformulação do ensino básico trouxeram à tona a necessidade de um currículo direcionado à formação de sujeitos participativos e reflexivos, cidadãos atuantes com potencial transformador; sujeitos com discernimento para refletir sobre si e sobre o outro, sobre os diversos cenários, enfim, um sujeito plenamente consciente de sua dimensão social.

No caso da Língua Portuguesa, essas tendências foram responsáveis por sensíveis mudanças, houve um reposicionamento das práticas até então difundidas. Um exemplo disso pode ser notado na nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo (PCSP), publicada em 2008; de acordo com essa publicação, ao considerar as determinações previstas na LDB, o estudo da língua já não pode ser pensado de modo fragmentado, limitado à decodificação de conteúdos descontextualizados, com exercícios (mecânicos e repetitivos) centrados na gramática normativa e na mera reprodução de idéias.

A reforma curricular estabelecida contribuiu para o surgimento de um “ensino da língua organizado a partir de duas vias inseparáveis: como objeto e como meio para o conhecimento” (SÃO PAULO, 2008, p. 42).

Esse reposicionamento contribuiu decisivamente para o surgimento de propostas inovadoras, as quais voltadas à língua como atividade interativa. Isso possibilitou a implementação de trabalhos direcionados ao estudo do texto nas diversas situações de interação social.

O Texto sob a Perspectiva dos Gêneros

Texto (do latim textus, tecido) é toda construção cultural que adquire um significado devido a um sistema de códigos e convenções: um romance uma carta, uma palestra, um quadro, uma foto, uma tabela são atualizações desses sistemas de significados, podendo ser interpretados como textos. (Kleiman & Moraes, 1999, p. 62)

Atualmente, os conceitos utilizados à definição de texto, ao contrário do pensamento tradicional difundido pela gramática normativa, orientam-se sob uma visão enunciativa (ou comunicativa) na qual se busca ensinar os usos da linguagem ao invés de análises da língua. Essa orientação fica clara nos PCN+ Ensino Médio (PCN+); o documento trata o texto da seguinte forma: “emprega-se aqui o termo mais amplo, para designar também unidades básicas de outras linguagens além da verbal” (BRASIL, 2002, p. 43). Tal abordagem sugere que o texto seja “compreendido em sentido semiótico, podendo, assim, estar organizado a partir da combinação de diferentes linguagens, não apenas a verbal...”

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