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O ateneu - analise do livro

Por:   •  22/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.994 Palavras (20 Páginas)  •  1.175 Visualizações

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Raul Pompéia

Raul D’Avila Pompeia nasceu no dia12 de abril de 1863 em Jacuacanga, Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Aos 10 anos entrou como interno no Colégio Abílio e onde acumulou experiências sofridas que motivou depois o romance “O Ateneu”.

Estudou humanidade diplomando-se em 1880 e logo após fez faculdade de Direito. Desde muito cedo sempre colaborou com vários órgãos da imprensa nacional. Incansável trabalhador tinha funções de diretor do Departamento de Estatísticas do Rio de Janeiro, do “Diário Oficial” na Biblioteca Nacional e o secretário da Escola Nacional de Belas Artes.

É patrono da cadeira n°33 da Academia Brasileira de Letras, escolhido pelo sócio fundador Domício de Gama. Aos 17 anos já era um ótimo escritor publicando “Uma Tragédia no Amazonas”. No mesmo ano “Pompeu Stell”, em 1880 “Canções Sem Metro”. Em 1881 imita poemas em prosa de Baudelaire. Em 1888 “O Ateneu” que foi escrito ao longe de 3 meses sendo um estudo psicológico de alto valor imaginativo ilustrado pelo próprio autor e sendo sua obra-prima; “As Joias da Coroa” e “Agonia”, sendo esse ultimo um romance não concluído. Muitos contos, crônicas, folhetins, artigos de critica, etc., esparsos em jornais e revistas. Prefaciou ainda as “Festas Nacionais” de Rodrigo Octavio.

O “Ateneu” foi escrito quando o autor tinha 25 anos de idade, e se passa num colégio de meninos, é um mergulho na psicologia da alma infantil, ao mesmo tempo fazendo uma critica ao sistema de educação dos internatos. Sendo considerado seu melhor trabalho literário. Mostrando um excelente impressionista, com uma técnica simbolista. O tema pode ser em um grau como realista, mas também pode ser visto como percursos dos modernos pela sua concepção de romance. Obra com originalidade e inquietação.

Neurastênico, se suicidou aos 32 anos, no dia de Natal. Sendo um dos maiores estilistas da língua Portuguesa, muito exigente na escrita.

Também desenhava, pintava e fazia esculturas. Batalhou pela abolição da escravatura e pela causa republicana.

Contexto Histórico

        A obra de Raul Pompéia foi publicada em 1888, e, durante o livro, não há especificação de data. No mais, pode-se dizer que naquele ano de publicação foi fundada a IBM, empresa de computação, que surgiu para elaborar calculadoras eletromecânicas. Naquele ano nasce Fernando Pessoa. Entretanto, o fato mais importante daquele ano foi a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, abolindo a escravidão no Brasil.

        O século XIX foi à era de invenções e descobertas, com grande desenvolvimento em diversas áreas do conhecimento. Deu-se inicio à Revolução Industrial na Inglaterra, durante a era Vitoriana.

Personagens

Sergio: Protagonista, um adolescente inexperiente e tímido que é conduzido pelas mãos do pai para fazer a iniciação na escola da vida. À medida que cresce no internato vai se tornando amargo e sarcástico. E se torna o adulto Raul Pompéia que certamente fala pelo protagonista-narrador. Sergio é um símbolo de adolescente às voltas com o doloroso aprendizado da vida; é a criança perdendo sua pureza, fazendo sua iniciação no mundo podre e hipócrita.

Aristarco: Ao longo do livro vemos que ele é prepotente, autoritário, arrogante e vaidoso. Educador tradicional com métodos rígidos de disciplinas com sua empáfia. Representa o mundo social com seus valores e bajulações, discriminações e convenções. O internato era um espelho da sociedade.

Emma: Anagrama de mãe, na qual o protagonista projeta a figura materna com carinho, compreensão e sua ternura. Mulher evocada pela protagonista Madame Bovary, de Flaubert cujo nome é também Ema.

Ângela: É uma empregada do colégio. É a materialização do sexo e da classe social inferior a serviço, quer no plano do trabalho ou no da sexualidade, de uma sociedade mais elevada.

Colegas: Apresentados como tipos, personagens nas quais se fixam características especificas que as definem. São personagens plenas com comportamentos previsíveis.

Egbert: Verdadeiro amigo.

Rebelo: Aluno modelo, exemplar, para o qual todos os demais são inferiores e sem importância.

Franco: A vitima, o mártir, o alvo sobre o qual se descarrega toda a violência do internato.

Sanches: É o sedutor, que oferece proteção aos meninos novos e indefesos e ainda ajuda nos estudos. Salvo Sérgio de um afogamento provocado por Sanches mesmo.

Barreto: Aluno, fanático religioso.

Romulo: É o “Mestre Cook” pela paixão por comida.

CAPÍTULO I

“‘Vais encontrar o caminho do mundo’ disse meu pai, à porta do Ateneu. ‘Coragem para a luta’”

Assim se inicia o livro de Raul Pompeia, narrado em primeira pessoa. No capítulo inicial, conta-se a história de quando Sérgio, um garoto de onze anos, vai escolher o internato no qual irá estudar. Ele até então havia estudado em casa e em externatos, mas seus pais já o achavam maduro o suficiente para mantê-lo em um internato. Sérgio comenta sua rotina na escola Caminho Novo, onde estudava anteriormente, e então ele passou a ser ensinado em domicílio.

Sérgio passa então a detalhar sua despedida da família e de sua casa, comentando seus anseios e sentimentos, como pensava estar crescendo.

O narrador comenta sobre suas duas visitas ao Ateneu, o grande colégio da época. Dr. Aristarco, o diretor da escola, um homem com gestos calmos e soberanos, que prezava a educação moral, o apresentara a escola. Sérgio fica espantado com um discurso em que um professor aproxima o diretor a figura de Deus, em um tipo de fé cega.

Sérgio volta empolgado ao colégio na festa da ginástica, onde os alunos apresentavam suas habilidades físicas e nos esportes. Depois, de um baile cerimonial, o diretor Aristarco tem uma conversa com Sérgio, que conhece a esposa deste, D. Ema, uma bela mulher. Aristarco diz que Sérgio era forte, e esclarece que o Ateneu era um ambiente doméstico, com vigilância e cuidados semelhantes. Se ficassem doentes quem cuidaria era sua esposa.

CAPÍTULO II

        Neste capítulo, Sérgio chega para o primeiro dia de escola acompanhado por seu pai. O diretor Aristarco apresenta a escola, e durante o passeio fala sobre suas lutas e sacrifícios da mocidade. Fala também sobre a imoralidade:

 "Ah! Mas eu sou tremendo quando esta desgraça nos escandaliza. Não! Estejam tranquilos os pais! No Ateneu, a imoralidade não existe! Velo pela candura das crianças, como se fossem, não digo meus filhos: minhas próprias filhas! O Ateneu é um colégio moralizado! E eu aviso muito a tempo... “Eu tenho um código...” Neste ponto o diretor levantou-se de salto e mostrou um grande quadro à parede. "Aqui está o nosso código. Leiam! Todas as culpas são prevenidas, uma pena para cada hipótese: o caso da imoralidade não está lá. O parricídio não figurava na lei grega. Aqui não está a imoralidade. Se a desgraça ocorre, a justiça é o meu terror e a lei é o meu arbítrio! Briguem depois os senhores pais!...”. (Pompeia, 1888)

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