Redação Sobre Copa Do Mundo

Em ano de Copa do Mundo, o Brasil inteiro se pinta de verde e amarelo. Durante um mês, o país para suas atividades para torcer pela seleção e cantar o orgulho nacional. Todos os outros assuntos, de saúde a política, perdem a importância diante do futebol. Esse patriotismo temporário gera muita polêmica: alguns acreditam ser um momento de fortalecimento da identidade do povo; outros veem nesse campeonato a causa de um delírio nacional, em que o brasileiro deixa de acompanhar os fatos relevantes para a nação. Mas afinal, o que significa ser patriota? O interesse pela Copa do Mundo pode ser visto realmente como sinal de patriotismo? Qual é a importância desse sentimento para a nação? O que seria necessário para o brasileiro agir com patriotismo em outras situações do cotidiano?

Apesar da intensa internacionalização cultural do mundo globalizado, em época de campeonato mundial de futebol, as pessoas encarnam um sentimento ufanista e vestem as camisas de suas seleções com toda satisfação. Nos meios de comunicação, o assunto é a Copa e, assim, todas as demais manchetes perdem destaque em relação a esta [essa] grande festa do esporte. Neste [Nesse] contexto, pode-se indagar se realmente todo esse amor nacional, principalmente no Brasil, se transforma em ações de cunho social por parte da mídia, das pessoas e do mercado. Os brasileiros, apaixonados pelo futebol, param o tempo para assistir os [aos] jogos disputados pela seleção do penta, mas, no dia a dia, as disputas se multiplicam na saúde, nas questões sociais e na educação sem que ninguém se importe. A realidade no Brasil é bastante problemática e fazer gols tem parecido impossível.

Como é de conhecimento popular, o esporte é um atrativo diferente e universal que pode atingir a todos, sem preconceitos. Jogadores [Em um jogo limpo, jogadores] de futebol, ao entrar em campo, cumprimentam-se e qualquer tipo de desrespeito acaba quando a bola rola. Por outro lado, os torcedores destes [desses] mesmos jogadores, em seu cotidiano, insistem em discriminar e seriar as pessoas sem nenhum parâmetro convincente. Torcedores que criticam brigas em campo são os mesmos que violentam mulheres e contribuem para altos índices de mortes e crimes no Brasil.

A educação brasileira, por sua vez, vem perdendo qualidade progressivamente. As crianças que leem reportagens sobre a Copa em um jornal, na verdade, somente decifram um código sem nada entender. E na prática, ninguém veste a camisa do Brasil para reivindicar um gol contra o analfabetismo ou contra o péssimo estado dos hospitais nacionais. Vencer um Campeonato Mundial de Futebol é mais importante que saber pensar e poder viver com dignidade?

Diante da explicitação da face caótica da realidade brasileira, fica evidente a necessidade de repensar a questão do "ser brasileiro". Vibrar em momentos de jogo e aceitar injustiças, vender votos e judiar do próximo é um paradoxo que coloca em xeque o futuro do Brasil. Torcer pela nação não é só balançar bandeiras ou vestir camisas. É ser atacante, zagueiro ou goleiro numa luta incessante pelo desenvolvimento e progresso nacional.

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