Regras da norma culta

Disciplina: Comunicação e Expressão

Professora: Beatriz Viana

1º semestre/2017 – Material 1

UNIDADE DE ESTUDO: Conteúdos gramaticais frequentes na redação técnica e/ou empresarial – Verbos Impessoais, Futuro do Subjuntivo (formação), alguns casos de Regência Verbal e Pronomes Pessoais (uso).

1. Alguns casos de Concordância Verbal:

REGRA GERAL:

⇒ O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito da oração, venha ele claro ou subentendido.

Exemplos:

Tu tinhas razão quando dizias que eu era cínica.

Restam apenas cinco exemplares.

PARTICULARIDADES:

⇒ Os verbos acontecer, bastar, caber, existir, faltar, ocorrer, restar e sobrar, normalmente antepostos ao sujeito, concordam em número e pessoa com aquilo que acontece, basta, cabe, existe, falta, ocorre, resta ou sobra, isto é, com o sujeito da oração.

Exemplos:

Faltam poucos dias para os exames.

Restam poucas vagas.

Aconteceram fatos que comprovam a responsabilidade do governo.

Existem graves irregularidades dentro do partido.

⇒ Verbos Impessoais:

1. O verbo fazer, quando indica tempo transcorrido ou fenômeno meteorológico, é impessoal, ficando, por isso, na terceira pessoa do singular. Nesse caso, diz-se que a oração não tem sujeito ou que o sujeito é inexistente. Acompanhado de auxiliar, este assume a forma impessoal.

Exemplos:

Hoje faz duas semanas que estou de férias.

No próximo mês fará dois anos que dirijo este setor.

Às vezes fazia trinta e oito graus à sombra.

Já deve fazer três semanas que ele partiu.

Hoje está fazendo cinco anos que trabalho aqui.

1. O verbo haver é impessoal (ficando na terceira pessoa do singular) quando significa existir, acontecer, ocorrer ou realizar-se e quando indica tempo transcorrido. Acompanhado de auxiliar, este se impessoaliza.

Exemplos:

Há oitenta candidatos em cada sala.

Haverá eleições sindicais no próximo mês.

As aulas iniciaram há (= faz) três semanas.

Ainda poderá haver surpresas.

Deve haver leis e penalidades.

Observação 1 – Há e atrás indicam passado na frase. Usa-se apenas uma das duas indicações de tempo (há dez anos ou dez anos atrás):

Ele morreu há dez anos.

Duas semanas atrás, ele passou em meu apartamento.

(Errado: Há dez mil anos atrás...).

Observação 2 – Não se deve empregar o verbo ter em lugar de haver impessoal (= existir):

Há pessoas que acreditam em discos voadores.

(Errado: Tem pessoas que...).

Ontem não houve aula.

(Errado: Ontem não teve...).

Na sua prova há vários erros graves.

(Errado: Na sua prova tem...).

Havia muitas pessoas na festa.

(Errado: Tinha muitas pessoas...).

1. Regência de alguns verbos:

São as relações de dependência que se estabelecem entre o verbo e seus complementos. É o modo pelo qual um termo rege outro que o complementa. O verbo pode ou não exigir uma preposição específica ou mais de uma. Há alguns verbos que têm oferecido dificuldade quanto ao uso ou não de preposição. Apresentaremos alguns exemplos a seguir:

Exemplos:

O diretor preferiu vendas à vista a vendas a prazo. (Evite-se preferir mais do que... ou preferir uma coisa do que outra – Errado: Fulano prefere jogar bola mais do que estudar.)

A greve dos operários não agradou à direção da empresa.

Aspiro a um cargo de chefia. (desejar)

Convidei-o a (para) entrar. (alguém a/para alguma coisa)

Avisei o gerente de que os fiscais estão aqui. (alguém de alguma coisa)

Avisei ao gerente que os fiscais estão aqui. (ou a alguém alguma coisa)

Ele não tinha o hábito de perdoar a seus devedores. (algo a alguém) (pagar comporta-se da mesma forma)

O acusado desobedeceu às condições fixadas pelo juiz. (a alguém)

1. A formação do Futuro do Subjuntivo:

Muitas pessoas se confundem ao empregar o Futuro do Subjuntivo. Lançar mão da sua formação a partir da forma primitiva facilita o trabalho e pode sanar eventuais dúvidas.

Diz-se que são primitivas as formas verbais que dão origem às demais. Há três tempos primitivos no Português: o Presente do Indicativo, o Pretérito Perfeito do Indicativo e o Infinitivo Impessoal. Conseqüentemente, os demais tempos são derivados.

No momento, interessa-nos o Pretérito Perfeito do Indicativo, o qual dá origem ao Futuro do Subjuntivo entre outros tempos.