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Sala De Leitura

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Por:   •  8/5/2014  •  2.954 Palavras (12 Páginas)  •  268 Visualizações

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SALA DE LEITURA: UMA PROPOSTA DE LETRAMENTO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES NAS SÉRIES INICIAIS

I - Identificação.

1.1. Delimitação: Leitura e produção textual.

1.2. Público-alvo: alunos da lª a 4º série do ensino fundamental menor.

1.3. Carga horária: 04 horas semanais (uma aula) durante o segundo semestre letivo (agosto a dezembro), totalizando 80 horas.

1.4. Local: escolas da rede pública estadual

II - Justificativa

O ensino da leitura constitui-se em um tema bastante complexo e desafiador. Na realidade, é bem provável que seja, entre todos os trabalhos que a escola desenvolve, o mais importante para professores e alunos, se for considerar que a leitura também é fundamental ao aprendizado das demais disciplinas que constituem o currículo escolar. Aprender a ler passa a ser o rudimento do processo educativo, como afirma Vieira (2006, p.18): "a interação entre as áreas do conhecimento só acontece à medida que o indivíduo consegue ler o mundo e a palavra". Isso significa que o domínio da leitura é fundamental para que a criança possa compreender e traduzir, por meio da linguagem oral e escrita, o que foi lido num texto qualquer. Via de regra, quando a criança apresenta bom domínio da leitura prossegue sem muitas dificuldades em seu percurso escolar, mas quando apresenta dificuldade geralmente esta é refletida no baixo rendimento nas demais disciplinas.

Durante muito tempo, o ato de ler foi entendido como mera sistematização do "B + A = BA", isto é, como a aquisição de um código baseado na relação entre letras e fonemas. A leitura era exercitada, geralmente, com base em textos que foram didaticamente elaborados para ensinar a ler e não naqueles feitos para ler, no sentido funcional e significativo. Tal concepção metodológica, quando aplicada a alunos em estágio inicial de aprendizagem, intensifica o processo de decifração e adia para as séries seguintes do ensino fundamental a leitura significativa, a interação do leitor com o texto e o prazer que tudo isso pode proporcionar.

Apesar dessa concepção ter sofrido modificações no decorrer do tempo, ainda hoje existe um grande distanciamento entre o discurso sobre a importância da leitura e as condições apresentadas com o ensino em sala de aula. Muitos alunos que chegam à lª a 4ª série do ensino fundamental não tiveram contato, com a educação infantil e, por esse motivo, apresentam sérias dificuldades no que se refere ao aprendizado da leitura e escrita. Os que tiveram, não raro, apresentam as mesmas dificuldades.

Em 06/02/2006 a Lei n° 11.274 instituiu o ensino fundamentai de 09 (nove) anos de duração, com a inclusão de crianças com seis anos de idade. A ampliação de mais um ano de duração para esse nível de ensino pode assegurar, dentre outras coisas, maiores oportunidades de aprendizagem no que se refere à leitura e a escrita, já que ao iniciarem o ensino fundamentai um ano antes, as crianças se apropriam mais cedo da escrita, leitura, compreensão e produção de textos.

As dificuldades encontradas por crianças na lª a 4ª Série para aprender a ler, talvez sejam conseqüências de um ensino deficitário em relação à leitura, no qual não se contempla o valor social da Língua como instrumento de interação homem-mundo, pois o que se verifica é que muitos educadores não conseguem superar práticas tradicionais e mecânicas, achando que aprender a ler se resume a decodificar os signos gráficos (letras) em sons, sem considerar a verdadeira função da leitura e sua importância para o ser humano. A esse respeito, BORGES (2001, p.70) esclarece: "não se pode chamar de leitura a mera oralização dos sinais gráficos, se essa vocalização das sílabas da palavra não se fizer acompanhar da antecipação do sentido". Isso significa que há um contexto que não só fornece informações ao aprendiz, como também motiva, dá sentido ao aprendizado e condiciona sua aplicação nas situações vividas. Segundo STUBBS (2005, p.129) "leitura significa uma interpretação-compreensão que vai além do superficial".

Temos, nos últimos anos, o desenvolvimento de um conceito que traz novas discussões no tocante à leitura e à escrita: trata-se do letramento. O termo letramento ultrapassa o domínio do código lingüístico, pois considera a Lingua como processo de interação entre falantes, processo no qual locutores vão construindo significados. Nesse sentido, o ato de ler corresponde ao processo de apreensão da realidade que cerca o indivíduo, permitindo que o educando reflita sobre a leitura, se envolva com o texto, concorde ou discorde do autor, expresse seu sentimento em relação ao que leu.

As dificuldades encontradas por muitos professores para ensinar a ler decorrem de um ensino simplificado e empobrecido, como nos diz KLEIMAN (2004, p. 20):

Pode-se afirmar que a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), processo; geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola.

Para superar o predomínio dessa prática seria necessário criar estratégias de ensino que possibilitassem aos alunos vencerem as dificuldades de leitura através de um ensino diferente, contextualizado, capaz de favorecer, além do domínio do código lingüístico, o desenvolvimento do senso crítico e da cidadania. Segundo BORGES (2001, p.79), a criação de um ambiente escolar de letramento, destaca-se como fundamental nesse processo. Criar um ambiente escolar de letramento significa levar aos alunos os mais variados tipos de textos encontrados em livros, revistas, jornais, propagandas comerciais, rótulos e embalagens, letras de músicas, entre outros, capazes de atrair a atenção da criança e fazer com que ela adentre fio mundo do letramento, como afirma SOARES (2003, p. 24):

A criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros, finge lê-los, brinca de escrever, ouve histórias que lhe são lidas, está rodeada de material escrito e percebe seu uso e função, é ainda "analfabeta", porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é, de certa forma, letrada.

Dessa forma, pode o professor, desde a lª a 4ª serie, desenvolver gradativamente o gosto e o interesse pela leitura. Criar atividades que levem em consideração as variadas experiências que fazem parte

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