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A Comunidade Surda

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Por:   •  24/11/2013  •  1.511 Palavras (7 Páginas)  •  564 Visualizações

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Muitas pessoas acreditam que a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é o português nas mãos, na qual os sinais substituem as palavras. Outras pensam que é linguagem como a linguagem das abelhas ou do corpo. Muitas pensam que são somente gestos iguais ao das línguas orais. Entre as pessoas que acreditam que é uma língua, há algumas que creem que são limitadas e expressas apenas informações concretas e que não é capaz de transmitir ideias abstratas.

Pesquisas sobre LIBRAS vêm sendo desenvolvidas, mostrando que, esta língua é comparável em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Esta língua não é uma forma do português; ao contrário, tem suas próprias estruturas gramaticais, que deve ser aprendida do mesmo modo que outras línguas. A LIBRAS difere das línguas orais por utilizar outro canal comunicativo, isto é, a visão em vez da audição. A LIBRAS é capaz de expressar ideias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir filosofia, literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda, etc. A LIBRAS pode expressar poesia e humor. Como outras línguas, a LIBRAS aumenta o vocabulário com novos sinais introduzidos pela comunidade surda em resposta à mudança cultural e tecnológica. (Quadros e Karnopp, 2004)

A LIBRAS não é universal. Assim como as pessoas ouvintes em países diferentes falam diferentes línguas, também as pessoas surdas por toda parte do mundo usam línguas de sinais diferentes.

A LIBRAS foi criada e desenvolvida por surdos do Brasil para a comunicação entre eles e existe há tanto tempo quanto a existência das comunidades de surdos. A maior divulgação da língua de sinais no Brasil começou quando foi fundado o Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES) em 1857, chamada, então, de mímica. Sendo o INES a primeira escola para surdos por muitos anos; funcionando em regime de internato, recebia alunos de todas as regiões do Brasil, os quais, ao voltarem para suas cidades, nas férias, difundiam essa língua por todo país. Assim, a LIBRAS difere da língua de sinais de Portugal. Como havia professor que dominava a Língua de Sinais Francesa no INES, na sua fundação, a LIBRAS hoje traz um pouco das características desta língua de sinais francesa e difere da língua de sinais de Portugal, embora os dois países, Brasil e Portugal tenham historicamente dividido a mesma língua oral.

A partir do Congresso em Milão, Itália, em 1880, a filosofia educacional começou a mudar na Europa e, consequentemente, em todo mundo. O método combinado que utilizava tanto sinais como o treinamento em língua oral foi substituído em muitas escolas pelo método oral puro, o oralismo. Muitas pessoas acreditavam que a única forma possível para que as crianças surdas se integrassem ao mundo dos ouvintes seria falar e ler os lábios. E assim muitas escolas passaram a insistir com os alunos surdos para que entendessem a língua oral e aprendessem a falar. Os professores surdos já existentes nas escolas, naquela época, foram afastados, e os alunos desestimulados a usarem a língua de sinais (mímica), tanto dentro quanto fora da sala de aula. Era comum a prática de amarrar as mãos das crianças para impedi-las de fazer sinais. Isso aconteceu também no Brasil. Mas apesar dessas tentativas de desestimular o uso da língua de sinais, a LIBRAS continuou sendo a língua preferida da comunidade surda. Os surdos, quando viram que o uso de sinais estava proibido, reconheceram e consideram a LIBRAS como sua língua natural, a qual reflete valores culturais e guarda suas tradições e heranças vivas.

Desenvolvimento

Até o século XV, não havia nenhum interesse na educação dos surdos, que eram considerados pessoas primitivas, sendo relegados à marginalidade na vida social. Não havia direitos assegurados, nem uma cultura suficientemente desenvolvida que os aceitasse em sua diferença.

É somente a partir do final da Idade Média que os dados com relação à educação e à vida do surdo tornam-se mais razoáveis. É exatamente nesta época que começam a surgir os primeiros trabalhos no sentido de educar a criança surda.

O século XVIII é considerado o período mais próspero no que se refere à educação dos surdos, houve a fundação de várias escolas. Além disso, qualitativamente, a educação para os mesmos também evoluiu, já que, através da língua de sinais, eles puderam aprender e dominar diversos assuntos, além de exercer diferentes profissões.

Entretanto, no início do século XX a maior parte das escolas de surdos abandonou o uso da língua de sinais. Isto foi consequência do famoso Congresso de Milão de 1880, quando, a despeito do que pensavam os surdos, considerou-se que a melhor forma de educação seria aquela que utilizasse unicamente o oralismo. Percebe-se aí mais uma vez a tendência à padronização, considerando que o surdo, para viver em sociedade, deveria conseguir "ouvir", com o uso de aparelho e "falar", através de exaustivos exercícios, como se fosse ouvinte, para só então ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social.

Em 1857, foi fundado o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação do Surdo (INES), onde era utilizada a língua de sinais. Mas com a tendência determinada pelo Congresso de Milão (1880), em 1911, o INES estabeleceu o oralismo como método de educação dos surdos.

É nos anos 70, que chega ao Brasil a filosofia da Comunicação Total. Mas já na década seguinte, começa a ganhar força no país a filosofia do Bilinguismo.

Em 1968, Roy Holcon dá origem ao método de Comunicação Total, que tem como principal preocupação os processos comunicativos entre surdos e surdos, e entre surdos e ouvintes. Esta filosofia também se preocupa com a aprendizagem da língua oral pela criança surda, mas acredita que os aspectos cognitivos, emocionais e

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