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A EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE BRASILEIRA

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Por:   •  29/10/2014  •  4.602 Palavras (19 Páginas)  •  442 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A educação atual vive uma grande contradição: ao mesmo tempo em que podemos assistir à grande valorização da educação informal nos diferentes matizes, podemos fazê-lo, também, quanto à desvalorização da escola e dos profissionais de educação formal (ao menos da escola que ai está); quanto às políticas públicas que sucateiam a formação docente, que desvalorizam o espaço escolar permitindo a existência de tristes realidades de trabalho de estudantes e docentes; quanto ao acato dos interesses internacionais em manter a educação brasileira na mesma situação; quanto aos rumos adotados para a educação pelo governo etc.

Os assuntos aqui apresentados discorrerão a respeito de como tem sido o tratamento com a questão educação na sociedade brasileira na atualidade, comentado pelas autoras Ferreira e Aguiar (2008); em seguida Florestan Fernandes (1989) abordando a questão da desvalorização do ensino; Paro (2011) vai contribuir com a crítica da estrutura da escola e a educação; complementando com Almeida (2011) que nos fala dos impasses da educação em Hannah Arendt. O texto é finalizado nos mostrando um pouco da realidade educacional brasileira, mostrada por vários seguimentos medidores e a partir daí os desafios, que estão presentes em nossa nação.

2. GESTÃO DA EDUCAÇÃO

Ferreira e Aguiar (2008) em sua obra “Gestão da Educação: Impasses, perspectivas e compromissos”, logo de apresentação comentam por meio de uma abordagem histórica que o tratamento da questão educacional tem sido sendo condicionado pelos valores autoritários que presidem as relações sociais brasileiras, que se incrustam em nossa cultura desde os tempos coloniais. Desta perspectiva, busca estabelecer os nexos entre o universo cultural e simbólico próprios do país, as definições e rumos das políticas publicas de educação e a persistência de um padrão educacional excludente e seletivo, que acaba por negar, ainda hoje, o direito à escolarização básica de qualidade à grande maioria da população.

Florestan Fernandes (1989, p.79) no texto: “A desvalorização do Ensino”, menciona que não são poucos os esforços que as instituições educacionais estão fazendo para tentar superar esse quadro histórico. E continua:

A ignorância é o desafio histórico número um do Brasil. Por isso, a educação se erige como a arma que devemos manejar com tenacidade e sabedoria para sairmos do atoleiro. [...] o que o país espera não são perguntas, são respostas. (FERNANDES, 1989, p.79-80).

Apesar de ansiar por respostas às principais questões educacionais brasileiras, sabemos que as respostas só surgem se houverem perguntas, para depois surjam pesquisas, investigações, hipóteses, teses, dados etc. Em contra mão a esta necessidades de se valorizar a educação, para que as respostas possam aflorar principalmente do meio acadêmico, o que vemos é o estado de desespero em que a educação se encontra. O Estado que deveria alavancar uma reforma que pudesse solucionar gradativamente os problemas da educação como o da formação dos professores, encontra-se subordinado às indicações vindas de organismos internacionais, e está implementando (ou implementou) medidas que mascaram uma intervenções contra os ideais de uma educação compromissada com a formação de docentes críticos, que afeta consequentemente os alunos. A atual política de formação de professores tem a visível intenção de sucatear os cursos de pedagogias e licenciaturas, permitindo que o setor privado haja como solução para esta problemática, porém, o descompromisso com uma com a qualidade destes cursos compromete tal necessidade e expõem a real intenção de adequação da educação aos moldes capitalistas. Plano de Ações Articuladas Formação de Professores Da Educação Básica (PARFOR) foi uma das implementações do governo Federal que surgiu como “salvador da pátria”, colocando milhares e milhões de professores em processo de formação, porém os critérios de seleção destes profissionais foram baseados em seu tempo e serviço, sua formação atual, cursos e outros, não havendo uma preocupação em avaliar as competências, habilidades, aptidões e desejos dos docentes em relação às áreas de formação, assim milhares de professores iniciaram cursos que nunca desejaram realizar. Além disso, em muitos casos a formação inicial dos agora alunos não era suficiente para responder às exigências que os cursos faziam assim o prosseguimento e conclusão de tais cursos foi e é improdutiva ou limitada. O resultado deste feito é o surgimento de milhares de professores em áreas que não dominam e a realização de um trabalho deficiente, formando alunos também deficientes.

Ainda pautado na necessidade da formação continuada de milhares de docentes de todo o Brasil diante da escassa oferta de cursos nesta área foi rebatido pelo Estado com a criação do Pró-licenciatura criado em 2005 e pela criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB). O que nos preocupa nesse cenário (aparentemente preocupado com a qualidade da educação na crítica realidade educacional em nosso país), é a metodologia adotada. Trata-se da oferta de cursos de pós-graduação prioritariamente com realização a distancia, tendo como álibi as novas tecnologias disponíveis no século XXI. Contudo, estes cursos se esvaziam com a secundarização do conhecimento teórico do campo epistemológico da educação, voltando suas atenções para a transmissão conteudística, necessária para a implementação dos ideais capitalistas no seio da educação básica.

Sabemos que os problemas da educação brasileira não se resumem na formação dos professores, ainda temos inúmeras deficiências, como estrutura inadequada, salas lotadas, jornada de trabalho excessiva, transporte escolar e outras. Porém a formação docente é o principal entrave, pois não se pode ensinar o que não se sabe, não se pode formar excelentes estudantes com professores no máximo medianos.

A atual situação em que se encontra a Educação como um todo, necessita de uma ruptura com as diretrizes internacionais que paradoxalmente ferem o direito a educação de qualidade que todos têm. É necessário nesse sentido um intercâmbio entre universidades e sistemas de ensino; a revisão das estruturas das instituições formadoras de professores e o debate constante no sentido de indicação de políticas de formação e valorização profissional.

Nesse contesto contraditório, em que a educação assume um papel meramente superficial (no que diz respeito a sua

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