A Gravidez e Suas Questões

REFERENCIAL TEÓRICO

                

        A adolescência, segundo o dicionário Aurélio é o período da vida humana que começa com a puberdade e se caracteriza por mudanças tanto corporais quanto psicológicas, estendendo-se, aproximadamente, dos 12 aos 20 anos. É um período da vida em que ocorrem expressivas transformações, sendo uma das maiores características a aquisição da capacidade reprodutiva, acompanhada de mudanças de comportamento que levam o indivíduo a vivenciar o mundo sob novas perspectivas (YAZLLE, 2006).                        Essa nova etapa da vida, traz diversas transformações físicas, psicológicas e sociais. É um período de perguntas e dúvidas, permeada por situações que podem interferir ou agravar esse contexto, como exemplo, a gravidez precoce. A maternidade na adolescência não é apenas um ato biológico-reprodutivo, mas um processo social que afeta os jovens, a família, e carrega consigo diversas repercussões frente à sociedade na qual se insere o adolescente (ALMEIDA, 2003).                                                                        Entende-se por gravidez na adolescência aquela gestação que ocorre durante os dois primeiros anos ginecológicos da mulher, ou seja, contando a partir da menarca ou ainda, quando a adolescente mantém total dependência social e econômica da família (FERNANDES, 2009).                                                                                Dentre os principais fatores da gravidez na adolescência, podem ser citados: a redução da idade de início da vida sexual, o aumento da erotização precoce e a fragilidade de um projeto de vida.  Uma outra questão é o adiantamento da menstruação, com isso, as meninas iniciam uma vida sexual mais cedo, seja por pouco conhecimento sobre o assunto ou simplesmente curiosidade, e estão cada vez menos preparadas para enfrentar uma possível gravidez (HALBE, 2010).                                                                         Segundo Damiani (2005), a gravidez na adolescência é um resultante de falta de informação, de medo de assumir a vida sexual e da falta de espaço para discussão de valores no meio familiar. Percebe-se que são vários os fatores que levam a adolescente a engravidar, mas a falta de orientação, seja essa dada pela família, escola ou setores da saúde, contribui para aumentar este problema, atrelando ainda com a situação de vulnerabilidade social que perpassa a vida de muitas adolescentes.                                                                  Para Nascimento (2011), a vivência da sexualidade ainda é cercada por crenças e tabus pela sociedade, sendo vista assim por alguns pais como sinônimo de ato sexual, tornando a abordagem com os filhos um entendimento de proibição do sexo, o que leva a uma comunicação e diálogo sobre sexualidade na família cada vez mais difícil e distante da realidade.                                                                 

        Mesmo diante de todos os empecilhos que a gravidez na adolescência pode causar, muitos autores descrevem que esse fenômeno para algumas jovens pode ser considerado como uma vivência gratificante, principalmente para aquelas que não têm grandes projetos de vida e de nível socioeconômico menos favorecido. A gravidez se apresenta como uma alternativa viável onde as mesmas almejam a independência, o reconhecimento social e o fortalecimento da identidade feminina, tornando-se dessa forma um projeto valorizado (TEIXEIRA, 2010).

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