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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Por:   •  20/3/2014  •  5.166 Palavras (21 Páginas)  •  425 Visualizações

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A BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SEU ASPECTO LÚDICO

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento infantil está em processo acelerado de mudanças, as crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em relação às teorias existentes(Lopes, 2005, p.17).

Diante dos avanços em geral, da evolução científica e tecnológica, a criança deste início de século e de início de milênio também está evoluindo. O parto, os cuidados com o recém-nascido, os estímulos que o bebê recebe hoje são muitos diferentes dos cuidados de algumas décadas atrás.

No começo do século, por exemplo, os recém-nascidos levavam pelo menos cinco dias para abrir os olhos, eram enfaixados inteiros e assim permaneciam por meses, só tomavam banho depois que caísse o umbigo etc. A mudança de hábitos e atitudes dos adultos para com os recém-nascidos ocasionou alterações em todo o desenvolvimento infantil. As diferentes áreas do cérebro humano se desenvolvem por meio de estímulos que a criança recebe ao longo dos sete primeiros anos de vida, portanto, como os estímulos são diferentes, consequentemente as reações também. As crianças hoje são mais dinâmicas, mais espertas do que as de algumas décadas atrás, em parte pelo pela revolução tecnológica que dos últimos tempos e a explosão da era do conhecimento.

Os padrões de comportamento para com o recém-nascido e para com a criança na primeira infância se modificaram, o que gera, consequentemente, respostas diferentes e nem sempre esperadas.

As famílias menos numerosas, pais que trabalham fora, crianças que frequentam berçários, creches ou escolas maternais recebem estímulos diferentes daquelas que eram criadas em casa, com irmãos e que só saiam para a escola aos sete anos.

É portanto, com esta nova criança que o educador tem de saber lidar, reconhecer suas necessidades e procurar atendê-las dentro do contexto educacional atual.

A escola está engatinhando com a teoria construtivista, tomando corpo pouco a pouco, mas a criança não pode esperar e está superando estes avanços(Lopes, 2005, p.18).

Se temos hoje educandos com características próprias de uma era tecnologicamente desenvolvida, mentalmente hiperestimulados, temos um grande número de crianças emocionalmente imaturas e com dificuldades motoras que necessitam suprir as defasagens para um completo desenvolvimento do ser. O desenvolvimento infantil precisa concomitantemente nas diferentes áreas para que haja o equilíbrio necessário entre elas e o indivíduo como um todo. Quando se dá o desenvolvimento precoce de uma área apenas, certamente outras ficarão em atraso, e o indivíduo estará de alguma forma desequilibrado. Temos o exemplo de muitas crianças que passam a maior parte do seu tempo em frente a televisão ou com jogos eletrônicos. As imagens hiperestimulam a área cognitiva, mas a criança não está desenvolvendo as áreas motora e afetiva. O mesmo se dá com aqueles que só praticam esportes, não estimulando e não desenvolvendo, consequentemente, o cognitivo e o afetivo na mesma proporção.

Para podermos estabelecer os parâmetros educativos da criança de hoje, precisamos enxergá-la em três dimensões : a corporal, a afetiva e a cognitiva, que devem desenvolver-se simultânea e concomitantemente.

O 'brincar' na educação infantil é de suma importância para corroborar o desenvolvimento dessas três dimensões. E é a base desse trabalho de conclusão de curso.

1. 2 CONTEXTO HISTÓRICO

Segundo Santos & Silva (2009, p.8),de acordo com o contexto histórico em que a criança está inserida, o brincar está presente em diferentes tempos e lugares. Com o poder da imaginação e da criação a brincadeira é sempre recriada.

As brincadeiras de outros tempos estão presentes nas vidas das crianças, com diferentes formas de brincar, porque hoje, nós temos diferentes espaços geográficos e culturais. Mas, a relação que podemos fazer do brincar com o desenvolvimento, a aprendizagem, e a cultura bem como incorporar a brincadeira em nossa prática tem sido os motivos de discussões ao longo de toda a história.

O brincar é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu cotidiano e se define como espontâneo, prazeroso e sem comprometimento.

As brincadeiras são universais, estão na história da humanidade ao longo dos tempos, fazem parte da cultura de um país, de um povo. Já no século IV a.c., na Grécia, achados arqueológicos demonstraram a existência de bonecos em túmulos de crianças. Há referências a brincadeiras e jogos em obras tão diferentes como a Odisseia de Ulisses e o quadro jofos infantis de Pieter Brughel, pintor do Século XVI. Nessa tela, de 1560, são apresentadas cerca de 84 (oitenta e quatro) brincadeiras que ainda hoje estão presentes em diversas sociedades.

O ato de brincar faz parte da vida do ser humano desde o ventre de sua mãe. Seu primeiro brinquedo é o cordão umbilical, onde, a a partir da 17ª semana, através de toques, puxões e apertos, o bebê começa a criar relação com o umbigo.

Segundo Machado (2003) :

a mãe também brinca com seu bebê mesmo antes de ele nascer, pois fica imaginando como será ser mãe, e associa as lembranças de quando brincava com sua boneca. Assim, quando o bebê nasce, já há uma relação criada da mãe para com o bebê e do bebê para com a mãe, pois esse já reconhece sua voz. No princípio, a relação acontece como se o bebê fosse o brinquedo de sua mãe e ao interagir com ele diariamente, a criança vai aprendendo a linguagem do brincar e se apropriando dela.

Para Winnicott (1975, p. 139), o “lugar em que a experiência cultural se localiza está no espaço potencial existente entre o indivíduo e o meio ambiente (originalmente o objeto)”. Dessa forma ocorre o brincar , pois para o autor a experiência criativa começa quando se pratica essa criatividade e isso se manifesta primeiro através da brincadeira.

No entanto, para esse autor é importante que o adulto não interfira nesse momento, pois as descobertas e o amadurecimento que o bebê desenvolverá nesse processo serão fundamentais para o começo de sua atividade cultural. Mas, paradoxalmente, o mesmo autor afirma que será necessário que o adulto esteja sempre disponível e atento ao bebê, pois a autonomia e a capacidade criadora são desenvolvidas em longo prazo, e para isso o adulto deverá estar presente sempre que solicitado, mas não de forma relativa nem invasiva.

O brincar está associado à criança há séculos. Mas foi através de uma ruptura de pensamento que a brincadeira

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