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A Industria Textil De Sao Bento Pb

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Por:   •  26/8/2013  •  3.381 Palavras (14 Páginas)  •  646 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS VII – PATOS – PB

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

RAFAELA CARVALHO

MÁRCIA DIAS

DAYANE LUCENA

DÉBORA RODRIGUES

JOÃO TOBIAS

A INDÚSTRIA TÊXTIL DE SÃO BENTO

PATOS – PB

2013

Indústria Têxtil de São Bento

Caracterização da área O município de São Bento localiza-se na mesorregião do sertão paraibano, mais especificamente na microrregião geográfica de Catolé do Rocha no estado da Paraíba. Apresenta como limites municipais, ao norte, o município de Brejo do Cruz; a oeste, Riacho dos Cavalos e Catolé do Rocha; ao sul, Paulista e Serra Negra do Norte e a leste, Jardim de Piranhas. . A base econômica de São Bento é a indústria, mais especificamente a têxtil. As tecelagens de redes de dormir marcam intensamente a paisagem do município. Essa atividade é responsável pela absorção da maior parte da população economicamente ativa local.

Do Artesanato á Manufatura A atividade industrial em São Bento tem início com a fabricação de redes de dormir de forma artesanal. Estas eram fabricadas com instrumentos rudimentares, como é o caso dos teares de três panos, sendo o cordão produzido manualmente e pelas mulheres, enquanto o tingimento realizava-se tendo como matéria-prima, cascas de árvores que possuíam pigmentos de cor, tais como a aroeira e o coassú e outras que eram postas em panelas de barro para ferver. A comercialização das redes era feita, tendo em vista as condições técnicas de produção, então vigentes, com muita dificuldade e limitava-se à troca ou à venda em feiras livres da região. Um fato importante que contribuiu de forma marcante para alterar a situação em que se encontrava a produção local foi o aparecimento do fio industrializado em São Bento. Essa matéria-prima foi trazida, inicialmente, das cidades de João Pessoa, Campina Grande e Natal por comerciantes locais de pequenos estabelecimentos comerciais. Esse fato, toda via, não revolucionou o modelo produtivo, a priori, então vigente, que permanecia com suas características de produção familiar. Porém, lança as bases para uma transformação substancial no caráter produtivo dessa atividade em nível local. Posteriormente, aparece um tear mais moderno, o tear batelão. Estabelece-se uma divisão do trabalho na produção familiar: os homens passaram a se dedicar exclusivamente à primeira fase da produção já que envolve maior força física e as mulheres passam a se dedicar exclusivamente da segunda fase da produção, chamada de acabamento e que corresponde à confecção do fio já tecido (pano) em rede de dormir. A difusão dos produtos têxteis fabricados em São Bento por todo o território nacional pode ser considerado decisivo para o reaparelhamento de sua indústria, ou, em outras palavras, para o processo de transição da manufatura para indústria. A influência do mercado nacional nesse processo é apenas um recurso necessário à explicação do mesmo, pois há tempos que a cidade vende seus produtos para o mercado exterior, particularmente o latino americano. Assim, pode-se destacar que, desde pelo menos a segunda metade da década de 1970 há comercialização de redes para países que fazem fronteira com o Brasil, como é o caso da Bolívia e do Paraguai.

A situação em que se encontra a classe dos trabalhadores fabris de São Bento, no decorrer do século xx e da história da indústria têxtil do município, aparece como um dos principais alicerces para a sustentação da atividade e sua mecanização. Observa-se que os operários da indústria de São Bento, historicamente foram e continuam sendo marginalizados – à exceção de um pequeno número – de quais quer proteção das leis trabalhistas, em função do fato de não trabalharem mediante vínculo empregatício formalizado com as unidades de produção na qual fazem parte. Esse fato “marginaliza” o proletariado da indústria de São Bento, pois relega a eles os direitos sociais básicos garantidos por leis, como o seguro desemprego, inscrição no FGTS, INSS, entre outros, propiciando aos proprietários das tecelagens, consequentemente, obterem maiores lucros, ou, em outras palavras, reduzir os custos de produção e despesas. A localização de São Bento, privilegiada, em lugar onde se permite fácil acesso a esses subespaços dinâmicos (Pólo têxtil de Fortaleza, Campina Grande e Sergipe) contribuiu decisivamente para o seu processo de mecanização. É necessário, no entanto, frisar que, por localizar-se próximo ao mercado de fio – sua principal matéria-prima – São Bento foi amplamente favorecida por essa situação em seu processo de mecanização, haja vista que, esse fato representa redução de custos de transporte, quando comparado a outras regiões brasileiras também vendedoras desses produtos. Atualmente, todas as tecelagens que foram objeto de estudo dessa pesquisa encontram-se industrializadas, ou seja, utilizando equipamento elétrico na linha de produção. Este fato foi facilitado pela modernização do parque industrial têxtil do Sudeste, que passou a vender suas antigas máquinas (sucatas), a preço irrisório, no que São Bento se beneficiou, já que passou a adquirir esses equipamentos rapidamente e a introduzi-los no processo produtivo.

Estrutura da indústria Observa-se que a grande maioria da mão-de-obra empregada nas fábricas compõe-se de trabalhadores do sexo masculino e conclui-se que existem tarefas que podem ser classificadas como exclusivamente masculinas, como é o caso da tecelagem, da urdição, do alvejamento e do tingimento do fio. Do mesmo modo que outras permanecem eminentemente femininas, como por exemplo, a função de costureira ou de passar ponto. Outras, no entanto, são mistas, embora prevaleça uma das partes, como a função de acabamento, onde é constituída por uma participação massiva de mulheres, mas que, os homens aparecem nela, apesar de sua pouca expressividade. Nota-se que 33% dos trabalhadores possuem carteira de trabalho registrada contra 67%, sem. Esses números, por si só,

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