A METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO

METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO (MTA)

Profª Mestra Denise Duarte

Aula 5 - Normas técnicas para redação de texto acadêmico

        As normas técnicas possibilitam separar o pensamento alheio (de outros autores) do nosso; inserir notas; colocar em sequência as diferentes partes do trabalho acadêmico; fornecer dados sobre as fontes consultadas e muito mais – sempre de forma ordenada. Entre os vários modelos de padronização, um dos mais adotados é o estabelecido pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que utilizarmos como base principal do que apresentamos a seguir.

Citações

        Durante a sondagem ou estudo exploratório, é possível encontrar farto material a ser aproveitado no trabalho de pesquisa. Os fatos e ideias que constam das fontes consultadas podem reforçar os argumentos ou despertar comentários que os contradigam. Em ambos os casos, o leitor precisa conhecê-los da maneira mais nítida possível e saber a quem atribuí-los.

        Ao citar ou referir-se à produção de terceiros, o autor de uma pesquisa prova que seu trabalho tem fundamento. Ao indicar diferentes fontes, demonstra consistência. Nesse sentido, é preciso evitar transformar o trabalho numa simples colagem de informações e raciocínios alheios. É indicado limitar o número e o tamanho das citações, tendo o cuidado de ligá-las às ideias do autor da pesquisa que, aliás, o leitor também precisa conhecer.

        Às vezes, em lugar de reproduzir o trecho, o autor da pesquisa resume com suas próprias palavras. Faz o que se chama de paráfrase. Nesse caso, evidentemente, não precisa usar aspas. Mas deve retratar fielmente o pensamento do autor referido. No caso de reproduzir citações, apresente-as em função do número de linhas.

Até três linhas

        A citação deve vir no próprio corpo de seu texto, entre aspas, com referência da fonte. Exemplo: Segundo Gomes (p. 53), “o bibliotecário não precisa ser um especialista em informática, porém deve contribuir junto ao analista de sistemas na elaboração de uma base, trazendo seu conhecimento sobre o que o usuário pretende”.

Mais de três linhas

        A citação aparece destacada do texto, com espaço simples, sem aspas e com recuo da margem esquerda. Pule uma linha do texto para a citação e outra da citação para o parágrafo que retoma o texto; use fonte imediatamente menor que a original do texto. Exemplo:

O problema de lidar com princípios morais, no jornalismo, é que eles expressam, em sua generalidade e ambição de universalidade, na maioria das vezes, concepções políticas particulares, que geram ações jornalísticas e coberturas bastante parciais, embora aqueles que as produzem achem, em geral, que a verdade, a imparcialidade, a honestidade, a responsabilidade, o compromisso social, a exatidão, a relevância pública ou interesse público estão, enfim, ali revelados, naquela página de jornal ou revista, naquele espaço de rádio ou televisão. (KARAM, 1997, p. 53)

        Como a citação já vem destacada não precisa ser colocada em itálico ou negrito. Ao final, indica-se a fonte.

Outras orientações:

1. Ao copiar um trecho, deve-se transcrevê-lo como o encontrou. Se descobrir alguma palavra ou expressão escrita erroneamente, basta colocar a seu lado, entre parênteses, a palavra latina sic, que significa algo como “escrito assim mesmo, por incrível que pareça”. Exemplo fictício: Jairo das Cumbucas (Jovem em apuros, p. 45) atribuiu o problema ao “revoltado sidadão (sic) que chegou à cidade em meio às festas juninas”. Assim, é possibilitado ao leitor o acesso ao texto original, sem se comprometer por conta do erro que o mesmo cometeu com a palavra “cidadão”.

1. Citação inserida em outra citação deve vir com as aspas. Exemplo: “(...) é Vespúcio escrevendo a Lorenzo de Medici que os indígenas ‘tomam tantas mulheres quantas querem e o filho se junta com a mãe, e o irmão com a irmã, o primo com a prima, e o caminhante com a que encontra’”.
2. Deve-se indicar qualquer supressão de trecho com três pontos entre colchetes ou parênteses. Assim: [...] ou (...). Exemplo: “Como se sabe, a vinda de D. João (...), levou à criação de uma série de instituições que sacudiram a vida até então modorrenta da capital da colônia”. Na citação do exemplo, omitiu-se um trecho da frase do texto original.
3. Se alterar alguma coisa na citação, deve-se avisar o leitor, por meio de nota ou advertência em seu próprio texto.
4. Colocar entre colchetes acréscimos ou correções que fizer na citação, para demonstrar que não fazem parte do texto original.
5. Ao destacar trecho ou palavra da citação por sua conta, deve-se fazer com o leitor perceba isso escrevendo (grifo meu) ou (grifo nosso). É mais usual o segundo caso.
6. A referência a autor e obra pode vir em nota (de rodapé ou de final de capítulo) ou entre parênteses, logo depois da citação. Estas devem conter, necessariamente, o sobrenome do autor, ano de publicação da obra e número da página de onde a citação foi extraída. Exemplo: (ABREU, 1990, p. 156).

Notas

• Podem ser de rodapé, de final de capítulo ou final de livro. São utilizadas para:

• Apresentar referência bibliográfica ou de fonte de outra natureza (material de Internet, entrevista etc).
• Tecer comentários paralelos a certas frases (ou informações) presentes no corpo do texto.
• Reproduzir, no original, citações que aparecem traduzidas no corpo do texto.
• Indicar outras fontes bibliográficas. Exemplo: Ver também Ribeiro, 2000.
• Fazer remissão a outras obras. Exemplo: Cf. Vieira, 2008 (confrontar ou conferir tal autor).
• Ampliar informações.
• Trazer à tona possíveis oposições à sua ideia.

• As notas podem, enfim, ampliar as conexões de um trabalho acadêmico com outros textos, enriquecer a abordagem e exerce mais amplamente o senso crítico. Mas não convém abusar do seu uso. Nesse sentido, é sempre conveniente perguntar se, no lugar de uma nota, não é o caso de integrar seu conteúdo ao texto. Quanto mais sintética a nota, melhor é a sua redação.
• Procedimentos necessários para a composição de notas:

• No Word, o caminho para colocar notar é Inserir – Notas...
• A numeração deve ser feitas em algarismo arábico.
• O espaço entre linhas é o simples.
• Se houver muitas referências à mesma obra, deve-se recorrer à abreviação. Exemplo: Ibidem (em itálico), p. 54 (Ibidem quer dizer “no mesmo lugar”).
• Se a(s) outra(s) referência(s) da mesma obra não são imediatamente anteriores, abrevie desta forma: ABREU, op. cit,. p. 62.
• Referência indireta: se o trecho citado está na obra de determinado autor, mas não é de sua autoria, isso deve ser indicado com uma dessas formas: apud (em itálico), em, citado por, referido por etc.  Exemplo: (MARQUES, 2003        apud SOUZA, 2005, p. 4). O segundo sobrenome refere-se ao autor em cuja obra foi citado o primeiro sobrenome cuja citação é a que está sendo usada.

Atividades:

→Utilizando dos textos a seguir, redija:

1. Citação com até 3 linhas.
2. Citação com mais de 3 linhas.
3. Citação com o uso da expressão sic.
4. Nota de rodapé com comentário explicativo para um trecho do texto (reproduzir trecho).
5. Nota de rodapé com comentário crítico para um trecho do texto (reproduzir trecho).

→Resumir cada texto. (Não se esquecer dos títulos)

A Teoria da Administração e o Paradigma Clássico da Ciência

A Teoria da Administração enquanto ciência busca no paradigma clássico os seus fundamentos constitutivos. Dessa forma, as teorias da administração têm como objetivo central fornecer conhecimentos e práticas gerenciais para se obter uma maior eficiência organizacional, tal como se buscava “conceber máquinas projetadas para um rendimento máximo” (Bauer, 1999, p.32). Esta eficiência seria obtida nas organizações por meio do controle e da disciplina dos fenômenos organizacionais, isto é, pela criação de técnicas gerenciais que fornecessem ordem e equilíbrio às organizações, conforme os fundamentos do paradigma clássico da ciência. Para isso, de acordo com Chiavenato (1996), a Teoria da Administração adota como seus princípios o reducionismo, o pensamento analítico e o determinismo.

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