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A QUINTA DISCIPLINA

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Por:   •  5/9/2013  •  5.896 Palavras (24 Páginas)  •  677 Visualizações

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A QUINTA DISCIPLINA

Peter Senge

INTRODUÇÃO

Desde cedo aprendemos a separar e dividir os problemas para facilitar a execução de tarefas e o tratamento de assuntos complexos. Com isso, freqüentemente deixamos de ver as conseqüências dos nossos atos e perdemos, também, o sentido de conexão com o todo maior.

Precisamos resgatar a nossa capacidade de ver o mundo como um sistema de forças entrelaçadas e relacionadas entre si. Ao fazermos isso estaremos em condições de formar as organizações de aprendizagem, nas quais as pessoas se colocarão objetivos mais altos, aprenderão a criar os resultados desejados e a usar novos e elevados padrões de raciocínio, enfim, onde as pessoas aprenderão continuamente a aprender em grupo.

DISCIPLINAS DA ORGANIZAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Se uma organização de aprendizagem fosse uma inovação no campo da engenharia, os seus componentes seriam chamados de “tecnologias”, mas como é uma inovação no campo do comportamento humano, seus componentes devem ser vistos como “disciplinas”. Disciplina, nesse contexto, significa “um conjunto de técnicas que devem ser estudadas e dominadas para serem postas em prática”. E você só se torna competente numa disciplina mediante a prática.

São cinco as disciplinas que vêm convergindo para facilitar a inovação nas organizações que aprendem. Embora desenvolvidas separadamente, cada uma delas é crucial para o sucesso das outras quatro. São elas:

ü Domínio pessoal

ü Modelos mentais

ü Objetivo comum (visão compartilhada)

ü Aprendizado em grupo

ü Raciocínio sistêmico (a quinta disciplina)

A quinta disciplina - raciocínio sistêmico - é o alicerce da organização que aprende. É fundamental que as cinco disciplinas funcionem em conjunto. Este é um grande desafio, pois é muito mais difícil integrar novos instrumentos do que aplicá-los separadamente. Mas o esforço traz recompensas que valem a pena.

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PRIMEIRA DISCIPLINA: DOMÍNIO PESSOAL

O Domínio Pessoal é a base espiritual da organização de aprendizagem. Ele implica um alto grau de proficiência e capacidade de produzir os resultados desejados. Através dessa disciplina aprendemos a esclarecer e a aprofundar continuamente nosso objetivo pessoal, a concentrar nossas energias, a desenvolver a paciência e, em geral, a abordar a vida como o artista aborda o trabalho de criação. Significa fazer da vida um trabalho criativo, viver a vida de um ponto de vista criativo, em contraposição a um reativo.

Para que o domínio pessoal se torne uma disciplina, ele deve incorporar dois movimentos subjacentes.

Primeiro: Devemos esclarecer continuamente o que é importante para nós. Em geral, despendemos tanto tempo lidando com os problemas que encontramos ao longo do caminho, que acabamos por esquecer PORQUE estamos naquele caminho.

Segundo: Devemos aprender continuamente a enxergar com mais clareza a realidade do momento. Ao tomarmos uma direção desejada, é fundamental sabermos onde estamos no momento.

A justaposição do nosso objetivo (o que desejamos) com uma imagem clara da realidade (onde estamos em relação ao que desejamos) gera o que chamamos de "tensão criativa": uma força para uni-los, resultante da tendência natural que a tensão tem de buscar resolução. A essência do domínio pessoal está em aprender a gerar e manter tensão criativa em nossas vidas.

Pessoas com alto nível de domínio pessoal possuem várias características em comum: elas têm um sentido especial de vida que vai além dos objetivos e metas ocasionais; para elas, a realidade do momento é um aliado, e não um inimigo; elas aprenderam a identificar e trabalhar com as forças de mudança ao invés de resistir a elas; são profundamente inquisitivas, procurando sempre ver a realidade com maior clareza; sentem-se ligadas ao próximo e à vida em si; todavia, não abrem mão da sua individualidade; sentem-se parte de um processo criativo maior, no qual podem influir mas que não podem controlar unilateralmente.

O princípio da tensão criativa é o princípio central do domínio pessoal, integrando todos os elementos da disciplina. Devido ao termo "tensão", que sugere ansiedade ou estresse, seu conceito é geralmente mal entendido, mas a tensão criativa não provoca nenhum sintoma. Ela é a força que entra em ação no momento em que identificamos um objetivo em desacordo com a realidade atual.

Contudo, a tensão criativa gera sentimentos ou emoções associadas com a ansiedade, tais como tristeza, desânimo ou preocupação, e as pessoas confundem essas emoções com a tensão criativa. Mas é importante compreender que essas emoções "negativas" não são a tensão criativa propriamente dita e, sim, o que chamamos de tensão emocional.

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A dinâmica para aliviar a tensão emocional é traiçoeira porque pode agir sem ser notada. A tensão emocional sempre pode ser aliviada ajustando-se o pólo da tensão criativa que está sempre sob nosso absoluto controle - o objetivo. Os sentimentos que nos incomodavam desaparecem porque sua fonte (a tensão criativa) foi reduzida. Nosso objetivo fica mais próximo da realidade atual. Escapar da tensão emocional é fácil - só que o preço é abrir mão do que realmente queremos: nosso objetivo.

Muita gente, mesmo pessoas bem-sucedidas na vida, tem profundas dúvidas quanto a seu domínio pessoal, dúvidas essas que geralmente estão num nível abaixo do consciente. Para entender o que eu quero dizer, faça a seguinte experiência - diga em voz alta a seguinte frase: "Eu posso criar minha vida exatamente como quero, em todas as dimensões - trabalho, família, amigos, comunidade e o mundo em geral". Note sua reação interna diante dessa afirmação, a "vozinha" no fundo da sua cabeça. "Quem ele pensa que está enganando?" "Ele não pode estar falando a sério."

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