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A REFORMA CULTURAL

Por:   •  20/6/2018  •  Dissertação  •  2.289 Palavras (10 Páginas)  •  171 Visualizações

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REFORMA CULTURAL: (RE) VIVENDO A CULTURA E A HISTORIA LOCAL.

  1. INTRODUÇÃO

Diante da intensa modernização das cidades tornou-se comum a destruição e desvalorização de monumentos históricos. Isso acontece principalmente em comunidades pequenas e interioranas, que ainda não tiveram seus bens patrimoniais reconhecidos oficialmente pelo Estado. Segundo Pedro Funari e Sandra Pelegrine (2006, p.29), a questão de como recuperar e preservar o patrimônio histórico e ao mesmo tempo não impedir a modernização acarretada com o avanço das tecnologias tem gerado grandes debates em diversos âmbitos da sociedade.

A cidade de Santarém, por exemplo, tem um potencial muito grande em relação aos patrimônios históricos, vários casarões antigos que ainda resistem as modificações do clima, do tempo e do homem, e uma Lei Municipal que dispõe sobre a preservação do patrimônio cultural e natural, mas que ainda possui diversos vazios em seus artigos, principalmente quando se relaciona aos fundos de investimento.

Diante disso, uma realidade ainda existente em diversos municípios e capitais é visibilizar o patrimônio como uma “mercadoria”, como algo que vai proporcionar apenas lucros e não somente a sua preservação. Tanto que dos casarões de Santarém que foram demolidos e restaurados, pelos menos a sua fachada, hoje são hotéis, sorveterias, restaurantes ou bares. Essas estratégias voltadas para mercantilização do patrimônio cultural, principalmente do monumentos arquitetônicos e do patrimônio histórico como espaço edificado, adquiriram uma dupla função ao bem cultural, de propiciar lazer e saber, porém também se tratando como produtos culturais, fabricados, empacotados para serem consumidos (CHOAY, 2001, p.211).

A preservação do patrimônio cultural e histórico ainda é relacionada apenas como um processo no qual irão recuperar monumentos e obras do passado e transformá-los em produto turístico. Infelizmente, muitos centros históricos ainda são preservados dessa forma e com essa finalidade. Contudo é necessário rever que mais importante do que preservar um patrimônio apenas para conservar o passado e incentivar a atividade turística, essa preservação deve ser acompanhada da preocupação de fazê-la ser efetivamente uma ação que resgatará a identidade de uma comunidade, fazendo reviver a cultura e a história local e, além disso, melhorar a qualidade de vida das pessoas envolvidas.

Entre as inúmeras funções de se preservar um patrimônio, segundo Fábio José Garcia dos Reis (2002, p. 7), uma é o papel de realizar “a continuidade cultural”, além de, é claro, proporcionar a oportunidade de conhecer a tradição, a cultura e até identidade e origem da comunidade. Apesar dos esforços de preservar esse acervo arquitetônico e cultural, ainda é evidente o descaso da sociedade em promover a conservação desses bens.

Margarida Barreto (2000, p. 44) aborda que a “recriação de espaços revitalizados” é um dos fatores que podem contribuir para “desencadear o processo de identificação do cidadão com sua história e cultura”.

Diante disso, é importante frisar que quando se trata de preservar o patrimônio histórico de um determinado lugar, é comum pensar em preservar monumentos como igrejas, museus, escolas ou praças, mas o que é esquecido é o fato de que também fazem parte desse cenário as casas que cercam esse ambiente. É possível perceber, em muitos lugares no centro de Santarém, onde não há uma intervenção da política patrimonial, casas históricas sendo demolidas, em muitos casos, por não apresentarem um valor para a comunidade, e pela própria não reconhecer que aquelas também fazem parte dessa história. Além das casas que ainda são residências e carregam consigo uma sequencia histórica como, por exemplo, os porões que prendiam os escravos no período colonial, os palácios e as residências de figuras importantes como músicos, poetas, barões, entre outros. Para que essas residências sejam preservadas, é preciso atribuir valores a elas, é necessário que os moradores atuais do lugar entendam que fazem parte da história dessas casas e a única forma de fazer isso seria eles passarem a conhecer o passado delas.

  1. PROJETO

O patrimônio histórico do projeto está voltado à antiga residência do poeta e compositor Ruy Barata (figura 1) e atual casa da memoria (figura 2) (casa restaurado em homenagem ao Ruy Barata com um espaço cultural para eventos como oficinas, palestras, estudos e exposições, e ao escritor e historiador Héfrem Galvão uma biblioteca regional com diversos livros que valorizam a cultura local e de comunidades vizinhas), a residência antes da restauração foi um lugar de estilo eclético, com duas portas em forma de arco e um belo balcão sustentado por três consoles. Em cima das portas, uma platibanda para camuflar o telhado. No alto da fachada, um console com desenho estilizado que apoia os beirais escalonados e, ao centro, uma pinha ricamente trabalhada. Na lateral, uma varanda com a porta que dá ao interior da casa e um jardim.

O projeto busca promover oficinas, no espaço cultural Ruy Barata, de cunho regional como o artesanato e a cerâmica e de restauração de bens históricos (quadros, vasos, louças, etc). Com isso o objetivo se baseia em conscientizar a população de Santarém, o poder publico e os proprietários e inquilinos dos prédios antigos da importância da preservação dos mesmos enquanto registros da história, da memoria, dos antepassados e da identidade da comunidade.

O publico alvo do projeto é todo e qualquer cidadão disposto a aprender e a valorizar o sentimento regional, histórico e cultural. Levando em consideração que esse trabalho não cobrará custos dos participantes das oficinas e os objetos construídos e restaurados nas aulas ficarão em exposição na casa da memória identificando seus devidos autores. O objeto não é angariar fundos e sim levar a população um conhecimento pratico e teórico sobre a importância de se conservar os patrimônios históricos. Nesse processo, a apreensão reforça a importância dos processos de criação e manutenção do conhecimento sobre os seus produtos, isto é, enfatizando que interessa mais como patrimônio o conhecimento, o processo de criação e o modelo, do que propriamente o resultado, embora este se apresente como a expressão material sobre o produto.

Uma problemática na cidade é de não dispor de profissionais de restauração qualificados. Isso ainda é muito precário, assim como o conceito de conservação do patrimônio para a população é muito inferior e ate inexistente. No momento em que o governo passar a cuidar e valorizar os patrimônios históricos a população então comecara a ter um novo olhar e passara a respeitar esses bens. Pois quando o imóvel esta bem cuidado, restaurando e oferece atendimento ao publico então a população de interesse e muito provavelmente esse patrimônio visará um ponto turístico. A cidade já esta com aproximadamente 40 % dos patrimônios ainda de pé e muitos dos que ainda resistem estão abandonados, alguns imóveis religiosos foram tratados da pior forma possível com pichações ou destruições humanas, algo que reflete um desrespeito e ate mesmo profanas por parte da sociedade.

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