TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Stuart Schwartz

Por:   •  7/5/2019  •  Abstract  •  1.560 Palavras (7 Páginas)  •  214 Visualizações

Página 1 de 7

CPTL – CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS

[0783] HISTÓRIA - LICENCIATURA

FICHAMENTO

Professora: Mariana Esteves

Schwartz, Stuart.

Pág. 57

A grande lavoura açucareira na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da mão-de-obra indígena, a escravidão dos povos originários foi um momento rápido na história da agricultura colonial de exportação do nordeste.

Os indígenas que passaram por isso foram forçados a se adaptar a novos tipos de comportamento.

Na visão dos portugueses, na escravidão indígena, as relações de trabalho era algo detalhadamente elaborado.

Esse período também foi aquele em que o contato entre os portugueses e o gentio começou a criar categorias e definições sociais e raciais.

Na transição do trabalho indígena para o africano, notamos o reflexo das atitudes e realidades que fundaram o regime do engenho durante toda sua história.  

Os historiadores apesar de reconhecer essa fase da escravidão indígena, não puderam examinar as verdadeiras condições desses escravos nos engenhos desse período, eles não deixaram nada escrito, e os observadores jesuítas só comentavam sobre os abusos e não sobre as condições da mão-de-obra no engenhos, a outra opção era usar a documentação dos próprios engenhos e registros paroquiais.

Pág. 58

Os portugueses tinham costume de colocarem os indígenas (e até certo ponto africanos) como se eles fossem uma coisa só, ignorando as diferentes culturas individuas de cada um, mesmo eles reconhecendo as diferenças entre eles, isso era deixado de lado e usavam uma classificação mais geral. Um exemplo são os termos “negros da Guiné”, “índio” e “gentio da terra” que eram expressões a partir da visão dos europeus.

Outro ponto são as categorias de definição e estrutura social que foram criadas a partir da natureza da empresa agrícola e pela experiencia anterior dos portugueses.

Com a descoberta da “nova raça” de homens, os problemas de cunho filosóficos e teológicos, os portugueses no Brasil fizeram o uso de modelos já conhecidos, os que eram baseados na experiencia recentes contatos com os africanos.  

A palavra negro tornou-se quase sinônimo para escravo, no século XVI ainda tinha implicações de servilismo.

No decorrer do século XVI o emprego comum do termo “negro da terra” foi sumindo à medida que aumentou o número de africanos na colônia, e esse desaparecimento foi graças a extinção da escravidão indígena.

“Índios aldeados”, “índios sob a administração” ou “forros” quem as expressões que se usavam os portugueses para designar os índios não escravizados, mas submetidos ao controle dos portugueses.

Os engenhos d Recôncavo tiveram força de trabalho indígena através de três métodos principais: escravização, escambo e pagamento de trabalho.

Lei 1570 proibia a escravidão ilegal de povos nativos, mas ela era basicamente o “resgate” de povos indígenas condenados a morte por seus inimigos, e depois desse “resgaste” os indígenas deviam um favor para os portugueses que pagava com a mão-de-obra escrava; Em 1574, o Engenho de Sergipe possuía mais de cinquenta índios resgatados, essa pratica permitia os colonizadores obter cativo sem precisa domina-los escravos.

Pág. 59

O indígena já escravizado podia ser transferido de um proprietário a outro, e segundo o procedimento tradicional, os filhos de escravas permaneciam cativos. Em 1582, uma peste provocou muitas mortes, tanto é que os engenhos não puderam funcionar por cinco meses, isso e mais o despovoamento prejudicou a economia açucareira.

Enquanto o trabalho pesado e as doenças acabavam com a população nos engenhos, desastres naturais e a pressão dos portugueses traziam do interior novos trabalhadores.

!599: um grupo de tapuias desesperados pela fome apareceram no Engenho de Santana, em Ilhéus, e foi usado como mão-de-obra.

1603: um grupo de dezoito índios foi trazido do sertão, nessa época também os potiguares de Pernambuco foram levados para Ilhéus.

Década de 1580: legislação régia e crescente eficácia dos jesuítas começaram a dar problemas para os que queria ter trabalho indígena por meio de resgate.

Bahia 1588-9: Cristóvan de Gouveia recomendou que se recuasse o sacramento da confissão a todos que se envolvesse em resgate de indígenas.

1598: Rui Teixeira, administrador do Engenho de Sergipe reclamou da nova lei e lamentou que não sobraram índios para o resgate.

Para os indígenas livres eram atribuídas tarefas especificas nos engenhos (trabalho auxiliar, serviço de manutenção, limpar e consertar os sistemas hidráulicos, pescar, caçar e cortar lenha), isso permitia os senhores de engenhos concentrar seus escravos nas tarefas fundamentais d fabricação de açúcar.

Século XVI: Ajuste com os trabalhadores eram em troca de mercadoria pelo cumprimento das tarefas.

Pág. 60

Século XVII: indígenas trabalhavam por salário, mas existiam escambo e salário ao mesmo tempo.

Composição Ética da População Escrava Indígena

Bahia século XVI: Os nomes de escravos indígenas em inventários de engenhos possibilitam nos sugerir algumas conclusões sobre a composição da força de trabalho.

Engenhos de Sergipe e Santana 1572-4: eram tupinambás.

Pág. 61

Identificações locais e etnográficas mostram que os engenhos pegavam indígenas com origens demográficas e culturais variadas.

A Igreja no Engenho de Sergipe arrolou maus de 25 pessoas que empregavam indígenas escravos ou forros no período de 1595-1626.

Nem todos os indígenas nos engenhos eram tupis.

No Engenho Sergipe, indígenas e africanos ocupavam habitações separadas, existem razões para acreditar que os indígenas não viviam em senzalas e sim em construções de palha grandes.

60% dos indígenas eram do sexo masculino e com tendências a serem jovens adultos, eles eram a preferência dos proprietários de escravos.    

Pág. 62

Ilustração.

Pág. 63

Por causa dessa preferência existiam famílias nos engenhos os homens eram acompanhados pela esposa, filhos, irmãos e outros parentes.  Eles tinham uma função apenas marginal nos Engenhos.

As mulheres compunham parte significativa da mão-de-obra dos indígenas, eram consideradas habilidosas para a fabricação de açúcar. Elas trabalhavam na agricultura de subsistência.

As taxas de mortalidade eram elevadas, em 1572 tinha uma taxa de mortalidade de 43 por mil. Em 1606 a capela do Engenho Sergipe registrou 32 mortes. Em Pernambuco (1774) a taxa era de 33 por mil. No Maranhão (1798) era de 22 por mil.

Aculturação e Interação

Os nativos eram obrigados a adotar elementos materiais e intelectuais da cultura europeia.

Pág. 64

A utilização dos salários em princípios do século XVII foi um símbolo da integração dos indígenas na sociedade portuguesa;

O primeiro sinal da aculturação era a adoção de um nome português, e os nativos compreenderam isso facilmente e era até considerado status para eles.

A religião era uma das principais vias de aculturação. O registro da Capela do Engenho Sergipe é importante pois os escravos estavam dispostos a participar dos rituais da igreja e aceitar seus sacramentos da religião.

O registro da capela contém 234 batismos de adolescentes em 1595 a 1608. 75% do total de batizados. Desses adolescentes 171 (74%) eram filhos de escravas. As origens dessas 234 mães podem servir como indicador das proporções étnicas da população, resultando n seguinte distribuição: 32% brancas, 40% índias e 28% afro-brasileiras.

Pág. 65

Para os escravos o batismo era um fato menos formal do que para os livres, em especial os brancos.

Os padrinhos dos brancos estavam sempre presentes no batismo enquanto isso com os escravos isso nem sempre acontecia.

Os homens brancos selecionam suas parceiras sexuais. 11% dos filhos de índias e 8% dos de africanos foram registrados no Engenho de Sergipe tinham pais brancos e quando esses percentuais são ajustados eles crescem para 18,5% índias e quase 30% afro-brasileiras.

Existiam também o contato entre africanos e indígenas, mas nos registros da capela isso é mais escasso.

Pág. 66

A miscigenação foi mais frequente entre brancos e indígenas ou entre brancos e africanos.

Na Bahia no século XVI não se usavam termos distintos para designar os filhos de índios e africanos. A palavra “mameluco” era empregada para qualquer pessoa de descendência mestiça quando um dos pais era indígena. Já no século XVIII “cafuso” ou “curiboca” passaram a ser utilizados.

Segundo a Igreja Católica o papel dos padrinhos era indispensável para a formação da criança. Eles exerciam a importante função de representar a criança no batismo; apadrinhar alguém implicava em assumir obrigações. Não eram só pais brancos que escolhiam padrinhos brancos, 80% dos batismos de filhos de índias os padrinhos foram brancos. Já para madrinhas isso mudava um pouco, é muito mais comum madrinhas índias e afro-brasileiras.  

Pág. 67

A resistência indígena a escravidão era constante.

A aculturação às vezes agia de forma inversa, a cultura dos indígenas oferecia (ou parecia oferecer), liberdades de pensamentos e comportamentos, e isso acabou influenciado alguns portugueses.

Pág. 68

Dos Indígenas aos Africanos

A transição da mão-de-obra indígena para a africana ocorreu aos poucos, quando os senhores de engenho acumulavam recursos financeiros o suficiente, compravam alguns cativos africanos, e iam comprando mais ao longo do tempo e com dinheiro suficiente. Essa transição foi efetuada nas primeiras duas décadas do século de XVII, e isso aconteceu por que os portugueses consideravam os africanos mais habilidosos, menos preguiçosos e se adaptavam mais rápido ao trabalho.

Pág. 69

Tabela da estrutura ocupacional.

Pág. 70

Isso por que os africanos, em seu local de origem, trabalhavam com ferro, gado e outras coisas úteis para a lavoura açucareira, e os colonos valorizavam eles três ou quatro vezes mais que os indígenas.

Pág. 71

Ilustração.

Pág. 72

Apesar das implicações racistas, havia uma semelhança de opiniões em usar africanos ao invés de indígenas, ela era baseada na produtividade em termos de retorno sobre o investimento.

Os africanos eram mais caros que os indígenas, mas como citado acima produziam mais.

Pág. 73

Muitos donos de engenhos não gostavam da ideia de trocar a mão-de-obra indígena pela a africana, eles não queriam renunciar o controle dos índios. No começo do século XVII, essas reclamações acabaram cessando e a transição para o trabalho africano estava bem progredida.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

Pág.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.8 Kb)   pdf (88.2 Kb)   docx (11.9 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com