A tecnica

Resumo do texto A Técnica

Com o início da industrialização veio um sonho de que as maquinas nos libertassem das tarefas árduas e repetitivas, mas não é bem assim que vem acontecendo, pois muito executam as ordens mecanicamente sem uma melhora na qualidade do trabalho e sem indagar sobre o que faz. Não podemos ser apenas técnicos, devemos refletir sobre nossa tarefas e os valores que a técnica aplica a elas.

No início com surgimento das fabricas houve mudança radical da produção artesanal e domestica para a fabril, fazendo com que o método de trabalho antigo que conhecia todas as fases da produção fosse dividido, fragmentado, onde um operário faz apenas uma parte da produção não tendo uma visão global do que está sendo produzido. Esse trabalhador apenas executa o que foi planejado por outro setor, perdendo a autonomia de fazer mudanças e opinar sobre o que lhe foi passado, ele se torna assim apenas uma ferramenta do processo de produção onde o produto passa a valer mais que o próprio operário. Assim cria o que chamamos de trabalho alienado, onde o operário é submetido a uma tarefa onde é incapaz de atuar livremente e perde seu senso crítico tanto sobre o que está sendo feito quanto ao mundo a sua volta.

Na sociedade pós-industrial com os surgimentos dos robôs ocorre também uma grande mudança no perfil dos operários, pois agora o trabalho repetitivo fica a cargo das maquinas e os operários apenas controlam essas maquinas, mas ao mesmo tempo devem atuar em equipe e tem participação nas decisões. Nessa atual sociedade pós-industrial ocorre um aumento também no setor de serviços e esse setor cresce ainda mais com a vinda da informática. Mesmo com todas as mudanças que vem ocorrendo na melhor qualificação do trabalhador e também nos seus direitos, ainda sim existe a alienação, pois o poder da decisão lhes escapa por completo mesmo em tempos de globalização, pois parte desse poder de decisão está bem além até mesmo para empresários, onde fica dependente do mercado.

Desde o início do século XX, as empresas tem estimulado a competitividade e a especialização, afim de se tornarem as melhores naquilo que fazem, criando assim a tecnocracia, que significa o poder da técnica na organização, onde o conhecimento técnico é valorizado, mas esse valor está em crise, pois ele não vendo sendo acompanhado pelo processo do valor moral.

O conhecimento técnico e cientifico é a expressão do racionalismo dos tempos modernos, diferenciando dos tempos dos medievais e tradicionais. Nunca na nossa história adquirimos tanto saber e poder, mas isso não tem sido acompanhado da sabedoria, pois sabemos o que fazer e como fazer, mas não enxergamos para que fazer, não refletimos suficientemente sobre o fim de nossas ações. Sabemos muito tecnicamente, mas pouco nos preocupamos com as questões de convívio humano, preocupamos apenas para resolver nossos problemas individuais do cotidiano e não abrimos nossos olhos para as questões humanas. Mesmo com toda a informação do mundo moderno nem sempre a informação é organizada e absorvida de forma crítica. Nossa razão está enlouquecida, nem sempre compreendemos o que é melhor para nossa vida. A filosofia trabalhar para resgatar essa razão de forma sabia para descobrimos o sentido humano no mundo.

A técnica e a tecnologia são importantes ferramentas para resolver os problemas impostos para nossa sobrevivência, o mal está em torna-las a única ferramenta de sabedoria.